Intermissão: Termo empregado por Hernani Guimarães Andrade (cientista brasileiro) para designar, em Espiritismo, o intervalo entre encarnações.
A alma no intervalo das encarnações foi definida por Allan Kardec como Espírito errante, que aspira a novo destino, que espera. Esses intervalos podem durar desde algumas horas até alguns milhares de séculos. Propriamente falando, não há extremo limite estabelecido para o estado de erraticidade, que pode prolongar-se muitíssimo, mas que nunca é perpétuo. Cedo ou tarde, o Espírito terá que volver a uma existência apropriada a purificá-lo das máculas de suas existências precedentes. Essa duração é uma conseqüência do livre-arbítrio. Os Espíritos sabem perfeitamente o que fazem. Mas, também, para alguns, constitui uma punição que Deus lhes inflige. Outros pedem que ela se prolongue, a fim de continuarem estudos que só na condição de Espírito livre podem efetuar-se com proveito.
A erraticidade não é, por si só, um sinal de
inferioridade dos Espíritos.
Não
são errantes, porém, os Espíritos puros, os
que chegaram à perfeição.
Os Espíritos errantes estudam e procuram meios de
elevar-se.
Na erraticidade, o Espírito pode
melhorar-se muito, tais sejam a vontade e o desejo que tenha de consegui-lo.
Os Espíritos errantes são mais ou menos felizes, conforme seus méritos. Sofrem por efeito das paixões cuja essência conservaram, ou são felizes, de conformidade com o grau de desmaterialização a que hajam chegado. Na erraticidade, o Espírito percebe o que lhe falta para ser mais feliz e, desde então, procura os meios de alcançá-lo. Nem sempre, porém, é permitido reencarnar como fora de seu agrado, representando isso, para ele, uma punição.
Os Espíritos errantes não têm liberdade para ir a todos os mundos. Pelo simples fato de haver deixado o corpo, o Espírito não se acha completamente desprendido da matéria e continua a pertencer ao mundo onde acabou de viver, ou a outro do mesmo grau, a menos que, durante a vida, se tenha elevado, o que, aliás, constitui o objetivo para que devem tender seus esforços, pois, do contrário, nunca se aperfeiçoaria. Pode, no entanto, ir a alguns mundos superiores, mas na qualidade de estrangeiro. A bem dizer, consegue apenas entrevê-los, donde lhe nasce o desejo de melhorar-se, para ser digno da felicidade de que gozam os que os habitam, para ser digno também de habitá-los mais tarde.
As
ideias dos Espíritos se modificam muito
na erraticidade.Sofrem grandes modificações, à proporção que o Espírito se desmaterializa. Pode este, algumas vezes, permanecer longo tempo imbuído das ideias que tinha na Terra; mas, pouco a pouco, a influência da matéria diminui e ele vê as coisas com maior clareza. É então que procura os meios de se tornar melhor.
Ele se
acha como tendo saído de um nevoeiro e
vê o que o distancia da felicidade. Mais sofre então, porque compreende quanto foi culpado. Não tem mais ilusões: vê as coisas na sua realidade. Na erraticidade, o Espírito descortina, de um lado, todas as suas existências passadas; de outro, o futuro que lhe está prometido e percebe o que lhe falta para atingi-lo. É qual viajor que chega ao cume de uma montanha: vê o caminho que percorreu e o que lhe resta percorrer, a fim de chegar ao fim da sua jornada.
Nas fases de intermissão os centros vitais nada perdem em importância, na sustentação do dinamismos perispirítico,
embora com algumas transformações importantes, principalmente, nos centros gástrico e genésico, como informa André Luiz (espírito). |
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