Continuação das experiências concernentes a medida dos componentes da reação, duramnte na levitação CAPÍTULO VIII, do livro "MECÂNICA PSÍQUICA", 2ª Edição - 1975, de W. J. Crawford
LAKE - Livraria Allan Kardec Editor Exp. 58. — Eletroscópio carregado sob uma mesa em levitação. ____Carreguei um eletroscópio, coloquei-o sob a mesa em levitação no ponto mais central, e aí o deixei cerca de 30 segundos. O resultado foi nulo.
____A exploração do espaço entre o médium e a mesa impunha-se; infelizmente, é uma região onde é muito difícil colocar um instrumento, porquanto corre-se o risco de tocar um ponto vital e romper a linha de comunicação. Ora, essa linha, ou essas linhas, parecem difíceis de ser estabelecidas, e sua ruptura acarreta a interrupção dos fenômenos durante um tempo apreciável. O pesquisador deverá portanto agir com a maior prudência, tanto mais que uma ação imprudente pode causar acidentes graves para com o médium. Exp. 59. — Exploração do espaço entre o médium e amesa em translação. ____Eu havia construído um contacto elétrico muito sensível, com um quadro de 7 x 8 cms. fixo sobre uma prancha por meio de duas molas de relógio. Seria suficiente soprar fortemente ali, para fazer funcionar a campainha.
____A mesa movia-se por sacudidelas sobre o solo. Eu passeava o aparelho aqui e ali diante do médium, o papelão paralelo ao seu corpo e perpendicular a qualquer linha_de_força que dele emanasse. A mais ou menos 60 cms. do solo, a campainha tocou e a mesa imobilizou-se. Exp. 60. — Exploração do espaco entre o médium e a mesa em levitação. ____Pedi a levitação e enquanto ela se realizava, eu deslocava meu aparelho como anteriormente. A campainha se fez ouvir no mesmo lugar e a mesa caiu no mesmo instante. Os operadores não me permitiram continuar a experiência; afirmaram, por_meio_de_pequenas_pancadas, que o aparelho cortava a linha_de_força entre o médium e a mesa.
____As experiências 59 e 60 demonstram claramente:
- 1º - Que o aparelho interrompia uma conexão entre o médium e a mesa
- 2º - que, ao longo dessa conexão, havia uma pressão mecânica do médium à mesa.
____Tenho razões para crer que é difícil aos operadores estabelecer essas linhas de força ; uma vez formadas, elas permanecem mais ou menos no lugar enquanto dura a sessão. Eu as compararia a túneis penosamente perfurados através uma matéria resistente. Parecem ser de ordem física; senti, realmente, particulas de matéria em movimento, junto aos tornozelos do médium (de onde se desprendiam). Algumas vezes, essas linhas partem dos pulsos e eu notei, durante os raps, que se minha mão encontra esse fluxo de partículas (que parece corresponder a uma linha de força) as pancadas cessam por muito tempo e não podem recomeçar senão com esforço. Em outras palavras, o caminho é interrompido. Não creio serem as partículas de matéria a causa da elevação da mesa. São, creio, conexões que transmitem a pressão psíquica, pouco mais ou menos como os fios transmitem a eletricidade. Exp. 61.— Reação sobre o solo sob a mesa em levitação. ____Servi-me do indicador da exp. 59 para me assegurar de que não havia reação quando a mesa estava suspensa. Colocando-o no chão sob o móvel, pedi a levitação. Durante os solavancos preliminares, etc., e também durante a levitação, a campainha não se fez ouvir. Exp. 62. — Estado do médium durante a levitação. ____Examinei o médium no decorrer de numerosas levitações. Seus braços, seguros pelos vizinhos da direita e da esquerda, ou em repouso sobre seus joelhos, estavam sempre tesos e algumas vezes de uma rigidez de ferro. Essa rigidez era sobretudo notável na articulação do braço, ainda que a tensão muscular, do ombro ao pulso, fosse extraordinária. Durante a levitação do tamborete à altura anormal de 1 m 20, os braços estavam de uma rigidez extrema, muito maior que quando a mesa_(nº1), quase quatro vezes mais pesada, achava-se suspensa no ar. Mlle Goligher disse que as levitações a grande altura são o que mais a fatigam. A rigidez muscular não se limita aos braços, estende-se a todo o corpo, mas em menor intensidade.
____Sou levado a crer que após alguns meses existe uma alteração. Os braços hoje não me parecem tão rígidos durante a levitação. Talvez seja por uma difusão maior da reação. Exp. 63. — Peso (?) da estrutura empregada para erguer a mesa. ____Disse aos operadores: “Peço-vos empregar a força da qual vos servis para a levitação sob a mesa, mas não erguê-la e não agir de modo algum sobre ela”. Repeti lentamente diversas vezes meu pedido, que eles declararam compreender perfeitamente. Havia feito anteriormente, o equilíbrio do peso do médium (sentado sobre a báscula), da cadeira, e da prancha. O peso que era de 62 quilos 100, começou a diminuir lentamente por sacudidelas, e voltou a ser mais ou menos estável aos 54 quilos 950. Por conseguinte, segundo os operadores, o peso do espaço ou da estrutura exigida pela levitação, era de cerca de 7 quilos. Mas, talvez não tenham compreendido minha intenção (se bem que pareciam tê-la alcançado muito bem) e eu não faço grande ostentação daquilo que obtenho. (Ver: Reações mecânicas) Exp. 64. — Prova de determinada preparação antes da levitação. ____Os operadores preparam o fenômeno, isto deriva de minhas numerosas observações; mas eis a prova. O prato fundo da balança de 12 quilos não é fixo ao seu suporte. 30 ou 60 segundos antes da levitação, estando a balança sob a mesa, ele começava a tremer, sem que ninguém o tocasse. Nenhuma pressão foi então registrada. O fenômeno era de tal forma regular, que cheguei a concluir sobre a existência de uma linha, de uma estrutura,_de_um_substracto_qualquer indo do médium ao prato e cuja reconstituição pede de 15 a 30 segundos antes de cada levitação, se for destruido totalmente ou em parte, pela projeção da luz branca. (Ver: Reações mecânicas)
exp. 65. — Sensação cansada pelo contacto da “ substância ”.____Um dia, estando a mesa em levitação (foi durante uma suspensão difícil, acima da balança), coloquei minha mão sob o prato. Como nas experiências anteriores, não senti pressão alguma, mas alguma coisa úmida, fria, untuosa, como se o ar nesse lugar estivesse confundido com partículas de uma matéria desagradável.
____A palavra “viscoso” traduz melhor a sensação experimentada. Diversas vezes toquei essa mesma substância nas proximidades do médium, mas aqui ela parecia desprender-se. O pesquisador sentindo-a uma vez, sempre a reconhecerá. Foi a única vez que a percebi sob a mesa em levitação, entretanto aí deve estar habitualmente, posto que não materializada a êste ponto. Sua presença sob a mesa e junto ao médium implica numa provável relação com a levitação: em poucas palavras, não é admissível que essa substância não seja temporariamente subtraída ao corpo do médium, para lhe ser restituida no fim da sessão. É o princípio fundamental e o suporte da força_psíquica. Quando minha mão ali penetrava e deslocava-se, a mesa não tardava a cair. Exp.66. — Peso perdido de cada assistente durante a levitação. Cada qual foi pesado no início e no fim da sessão, a qual durou cerca de uma hora e meia. Eis o que obtive:
Nomes dos Assistentes |
Peso antes da sessão |
Peso após a sessão |
Mlle Kathleen Goligher (médium)
M. Goligher.................................
Mlle Ana Goligher.......................
Mlle Lily Goligher........................
Mme Morrison.............................
Mr Morrison................................
Dr. Crawford.............................. |
____53 kg. 740
____56 kg. 970
____45 kg. 060
____35 kg. 070
____47 kg. 100
____61 kg. 430
____68 kg. 040 |
____53 kg. 690
____56 kg. 970
____45 kg. 000
____35 kg. 015
____46 kg. 930
____61 kg. 930
____67 kg. 870 |
____Ao fim da sessão, Mr. Morrison teve um momento de distração e bebeu meio copo de água antes de ser pesado. O peso dessa água foi diminuído do total onde, no entanto, é possível que haja um erro de umas cinquenta gramas. Um dos Goligher, o jovem Samuel, estava em férias. As pesagens eram meticulosas. Por exemplo, ninguém devia trazer consigo um lenço ao fim da sessão, se não o trouxesse no início.
____Estudando esses resultados, vemos que existe uma perda geral de peso, à excepção de um único assistente. Essa perda não excede em caso algum a uma centena de gramas por pessoa, e atinge no total 540 grs. É preciso notar que o médium perdeu somente 50 gramas. Os mais atingidos foram a Senhora Morrison e eu. A sessão teve lugar numa tarde muito quente, com cerca de 21º C., e a sala era bastante pequena. Os fenômenos foram numerosos. Não possuo dados sérios a este respeito, mas não creio que as causas naturais (10) possam ter ocasionado uma tal perda. No que me diz respeito, eu não fazia parte do círculo. Eu ia e vinha pelo quarto, ocupado com o meu trabalho. Apoderavam-se as entidades de minha matéria? Podem elas, para produzir a energia psíquica, subtrair a matéria àqueles que se acham completamente fora da corrente? Parece que sim.
____Que os assistentes tem sua utilidade, é evidente: os fenômenos não são nem tão prolongados nem tão poderosos quando faço a experiência com uma pessoa a menos. Um sinal característico, é o violento abalo espasmódico que faz volta aocírculo, 15 segundos antes de uma levitação difícil, mormente quando a energia psíquica apresenta-se um pouco falha e parece não haver onde extrair reservas. Observei o fato repetidas vezes para me enganar.
____No início da sessão, no primeiro quarto de hora, os assistentes recebem abalos intermitentes que cessam em seguida completamente, ou se repetem de vez em quando. Esse processo parece indicar que do corpo dos assistentes desprende-se algunza coisa que em seguida circula ao seu redor ou através. Exp. 67. — écran fluorescente sob a mesa em levitação. ____Achando-se minha mesa normalmente suspensa, coloquei um écran para raios X de platino-cienídrico de bário no espaço vizinho. Fez-se no quarto completa escuridão, mas não constatei nenhum vestígio de fluorescência. -----------------------
(10) Por este eufemismo, muito inglês, o autor compreende evidentemente o suor. |