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Entrevista de Chico Xavier p/ a TV Tupy
2ª parte:
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O desgosto da vida, que, sem motivos plausíveis, se apodera de certos
indivíduos, é fruto da ociosidade, da falta de fé e, também, da saciedade.
Para aquele que
usa de suas faculdades com fim útil e de acordo com as suas aptidões naturais,
o trabalho nada tem de árido e a vida se escoa mais rapidamente.
Ele lhe
suporta as vicissitudes com tanto mais paciência e resignação, quanto obra
com o fito da felicidade mais sólida e mais durável que o espera.
O suicídio que tem como causa o desgosto da vida é fruto da insensatez. "Insensatos! Por que estes suicidas não trabalhavam? A existência não lhes teria sido tão pesada".
O suicídio acarreta vasto complexo de culpa. A fixação mental do remorso opera inapreciáveis desequilíbrios no corpo espiritual. [4 - página 162]
Pobre
Espírito, aquele que comete o suicídio cujo fim é
fugir às misérias e às
decepções deste mundo, que não têm a coragem de suportar as misérias da
existência! Deus ajuda aos que sofrem e não aos que carecem de energia e de coragem. As
tribulações da vida são provas ou expiações. Felizes os que as suportam sem
se queixar, porque serão recompensados! Ai, porém, daqueles que esperam a
salvação do que, na sua impiedade, chamam acaso, ou fortuna! O acaso, ou a
fortuna, para me servir da linguagem deles, podem, com efeito, favorecê-los por
um momento, mas para lhes fazer sentir mais tarde, cruelmente, a vacuidade dessas palavras.
Ai
daqueles que hajam conduzido o desgraçado a esse ato de
desespero, sofrerão as
conseqüências de tal proceder. Responderão como por um assassínio.
É tão reprovável, como o que tem por causa o desespero, o suicídio daquele que procura escapar à vergonha de uma ação má. O suicídio não apaga a falta. Ao contrário, em vez de uma, haverá duas. Quando se teve a coragem de praticar o mal, é preciso ter-se a de lhe sofrer as conseqüências. Deus, que julga, pode, conforme a causa, abrandar os rigores de Sua justiça.
A morte prematura, quando traduz indisciplina diante das leis infinitamente compassivas que nos governam, constrange o Espírito que a provoca a dilatada purgação na paisagem espiritual. Não podemos trair o tempo, e a existência planificada subordina-se a determinada quota de tempo, que nos compete esgotar em trabalho justo. Quando esses recursos não são suficientemente aproveitados, arcamos com tremendos desequilíbrios na organização que nos é própria.
[4 - página 273]
Quando tenha por fim obstar a que a vergonha caia
sobre os filhos, ou sobre a família, também não é desculpável. O
que assim procede não faz bem. Mas, como pensa que o faz, Deus lhe leva isso em
conta, pois que é uma expiação que ele se impõe a si mesmo. A intenção lhe
atenua a falta; entretanto, nem por isso deixa de haver falta. Demais; eliminai da vossa sociedade os abusos e os preconceitos e deixará de haver desses suicídios.
Aquele
que tira de si mesmo a vida, para fugir à vergonha de uma ação má, prova que
dá mais apreço à estima dos homens do que à de Deus, visto que volta para a
vida espiritual carregado de suas iniqüidades, tendo-se privado dos meios de
repará-los durante a vida corpórea. Deus, geralmente, é menos inexorável do
que os homens. Perdoa aos que sinceramente se arrependem e atende à
reparação. O suicídio nada repara.
É loucura, aquele que se mata, na esperança de chegar mais depressa a uma vida melhor. Que faça o bem e mais cedo estará de lá chegar, pois, matando-se, retarda a sua entrada num mundo melhor e terá que pedir lhe seja permitido voltar, para concluir a vida a que pôs termo sob o influxo de uma ideia falsa. Uma falta, seja qual for, jamais abre a ninguém o santuário dos eleitos.
É meritório o sacrifício da vida, quando aquele que o faz visa
salvar a de outrem, ou ser útil aos seus semelhantes. Isso
é sublime, conforme a intenção, e, em tal caso, o sacrifício da vida não
constitui suicídio. Mas, Deus se opõe a todo sacrifício inútil e não o pode
ver de bom grado, se tem o orgulho a manchá-lo. Só o desinteresse torna
meritório o sacrifício e, não raro, quem o faz guarda oculto um pensamento,
que lhe diminui o valor aos olhos de Deus.
Todo
sacrifício que o homem faça à custa da sua própria felicidade é um ato soberanamente meritório aos olhos de Deus, porque resulta da prática da lei de caridade. Ora, sendo a vida o bem terreno a que maior apreço dá o homem, não
comete atentado o que a ela renuncia pelo bem de seus semelhantes: cumpre um
sacrifício. Mas, antes de o cumprir, deve refletir sobre se sua vida não será
mais útil do que sua morte.
Quando
uma pessoa vê diante de si um fim inevitável e horrível, também será culpada se
abreviar de alguns instantes os seus sofrimentos, apressando voluntariamente sua
morte. É sempre culpado aquele que não aguarda o termo que Deus lhe marcou para a
existência. E quem poderá estar certo de que, mau grado às aparências, esse
termo tenha chegado; de que um socorro inesperado não venha no último momento?
Mesmo
quando a vida só
é encurtada de alguns instantes. É
sempre uma falta de resignação e de submissão à vontade do Criador.
Será condenável uma imprudência que compromete a vida sem necessidade. Entretanto, não há culpabilidade, em não havendo intenção, ou consciência perfeita da prática do mal.
Aqueles que, não podendo conformar-se com a perda_de pessoas que_lhes eram_caras, se matam na esperança de ir juntar-se-lhes, muito
diverso do que esperam é o resultado que colhem. Em vez de se reunirem ao que
era objeto de suas afeições, dele se afastam por longo tempo, pois não é
possível que Deus recompense um ato de covardia e o insulto que Lhe fazem com o
duvidarem da Sua providência. Pagarão esse instante de loucura com aflições
maiores do que as que pensaram abreviar e não terão, para compensá-las, a satisfação que esperavam.
Figuremos um homem
acovardado diante da luta, perpetrando o suicídio aos quarenta anos de idade no corpo físico. Esse homem penetra no mundo espiritual sofrendo as
conseqüências imediatas do gesto infeliz, gastando tempo mais ou menos
longo, segundo as atenuantes e agravantes de sua deserção, para recompor
as células do veículo perispirítico, e, logo que oportuno, quando_torna a_merecer o_prêmio de um corpo carnal na Esfera Humana,
dentre as provas que repetirá, naturalmente se inclui a extrema tentação ao suicídio
na idade precisa em que abandonou a posição de trabalho que lhe cabia,
porque as imagens destrutivas, que arquivou em sua mente, se desdobrarão,
diante dele, através do fenômeno a que podemos chamar «circunstâncias reflexas», dando azo a recônditos desequilíbrios emocionais
que o situarão,
logicamente, em contacto com as forças desequilibradas que se lhe ajustam
ao temporário modo de ser. Se esse homem não houver amealhado recursos
educativos e renovadores em si mesmo, pela prática da fraternidade e do
estudo, de modo a superar a crise inevitável, muito dificilmente
escapará ao suicídio,
de novo, porque as tentações, não obstante reforçadas por fora de nós,
começam em nós e alimentam-se de nós mesmos.
[83 - página 93]
A TEORIA DO SUICÍDIO E OS SUICIDAS QUANDO REENCARNAM
[118 - questão 130]
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