Agradece os encargos que a vida te confia, procurando
cumpri-los
alegremente. EMMANUEL
O remorso é um monstro invisível que alimenta as labaredas da culpa ... [4 - página 111]
O
remorso é a força que prepara o arrependimento, como este é a energia que precede o esforço
regenerador. Choque espiritual nas suas características profundas, o remorso
é o interstício
para a luz, através do qual recebe o homem a cooperação
indireta de seus amigos do Invisível, a fim de retificar seus desvios e
renovar seus valores maiores, na jornada para Deus.[41a - página 110]
É sabido que o criminoso habitualmente volta ao local do crime. [4 - página 284]
A mente falida, experimentando insistentes remorsos
e aflitivas preocupações, intoxica os centros vitais situados na câmara encefálica com a incessante emissão de energias corruptoras. Conseqüentemente, verificando-se o que em boa psiquiatria poderíamos designar
por "lesão generalizada do sistema
nervoso".[25 - página 174]
Consciência pesada de propósitos malignos, revestida de remorso, referta de ambições desvairadas ou denegrida de aflições não pode senão atrair forças semelhantes que a encadeiam a torvelinhos infernais. [28a - página 119]
O remorso é uma bênção, sem dúvida, por levar-nos à corrigenda, mas também é uma brecha, através da qual o credor se insinua, cobrando pagamento. A dureza coagula-nos a sensibilidade durante certo tempo; todavia, sempre chega um minuto em que o remorso nos descerra a vida mental aos choques de retorno das nossas próprias emissões.[96 - páginas 68 / 72]
Acercamo-nos de acolhedora poltrona, em que um cavalheiro de idade madura, dando mostras de evidente moléstia nervosa, permanecia ladeado por dois rapazes. Suor frio lhe banhava a fronte e extrema palidez, com traços de terror, lhe exteriorizava a lipotímia. Revelava-se torturado por visões pavorosas no campo íntimo, somente acessíveis a ele mesmo. Registrei-lhe as perturbações cerebrais e vi, sob forte assombro, as várias formas ovóides, escuras e diferençadas entre si, aderindo-lhe à organização perispirítica. Achava-me interessado em que o nosso Instrutor se pronunciasse. Gúbio observava-o meticulosamente, decerto nos preparando valiosos ensinamentos. Transcorridos alguns instantes, falou-nos em voz sumida:— Vejamos a que calamidades fisiológicas podem os distúrbios da mente conduzir um homem. Temos sob nosso olhar um investigador da polícia em graves perturbações. Não soube deter o bastão da responsabilidade. Dele abusou para humilhar e ferir. Durante alguns anos, conseguiu manter o remorso a distância; todavia, cada pensamento de Indignação das vítimas passou a circular-lhe na atmosfera psíquica, esperando ensejo de fazer-se sentir. Com a maneira cruel de proceder atraiu, não só a ira de muita gente, mas também a convivência constante de entidades de péssimo comportamento que mais lhe arruinaram o teor de vida mental. Chegado o tempo de meditar sobre os caminhos percorridos, na intimidade dos primeiros sintomas de senectude corporal, o remorso abriu-lhe grande brecha na fortaleza em que se entrincheirava. As forças acumuladas dos pensamentos destrutivos que provocou para si mesmo, através da conduta irrefletida a que se entregou levianamente, libertadas de súbito pela aflição e pelo medo, quebraram-lhe a fantasiosa resistência orgânica, quais tempestades que se sucedem furiosas, esbarrondando a represa frágil com que se acredita conter o impulso crescente das águas. Sobrevindo a crise, energias desequilibradas da mente em desvario vergastaram-lhe os delicados órgãos do corpo físico. Os mais vulneráveis sofreram consequências terríveis. Não apenas o sistema nervoso padece tortura incrível: o fígado traumatizado inclina-se para a cirrose fatal. (Ver: Doenças) Sentindo-nos as interrogações silenciosas do olhar, quanto à solução possível naquele enigma doloroso, o orientador acentuou: — Este amigo, no fundo, está perseguido por si mesmo, atormentado pelo que fêz e pelo que tem sido. Só a extrema modificação mental para o bem poderá conservá-lo no vaso físico; uma fé renovadora, com esforço de reforma persistente e digna da vida moral mais nobre, conferir-lhe-á diretrizes superiores, dotando-o de forças imprescindíveis à autorestauração. Permanece dominado pelos quadros malignos que improvisou em gabinetes isolados e escuros, pelo simples gosto de espancar infelizes, a pretexto de salvaguardar a harmonia social. A memória é um disco vivo e milagroso. Fotografa as imagens de nossas ações e recolhe o som de quanto falamos e ouvimos... Por intermédio dela, somos condenados ou absolvidos, dentro de nós mesmos. [96 - páginas 138] |
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