Os Espíritos inferiores compreendem a felicidade do justo. E isso lhes é um suplício, porque compreendem que estão dela privados por sua culpa. Daí resulta que o Espírito, liberto da matéria, aspira à nova vida corporal, pois que cada existência, se for bem empregada, abrevia um tanto a duração desse suplício. É então que procede à escolha das provas por meio das quais possa expiar suas faltas. Porque, ficai sabendo, o Espírito sofre por todo o mal que praticou, ou de que foi causa voluntária, por todo o bem que houvera podido fazer e não fez e por todo o mal que decorra de não haver feito o bem. Para o Espírito errante, já não há véus. Ele se acha como tendo saído de um nevoeiro e vê o que o distancia da felicidade. Mais sofre então, porque compreende quanto foi culpado. Não tem mais ilusões: vê as coisas na sua realidade.
Quanto mais esclarecida a criatura, tanto mais responsável, entregue naturalmente aos arestos da própria consciência, na Terra ou fora dela, toda vez que se envolve nos espinheiros da culpa. [83 - página 10]
A culpa, por enquanto, é um fantasma
interior que nos persegue em todos os ângulos do mundo, sob as mais
variadas formas.Recordemo-nos de que no estágio evolutivo em que nos achamos ninguém existe sem débitos a resgatar. No entanto, não nos detenhamos na culpa. Usemos a caridade recíproca, e, com a liberdade relativa de que dispomos, ser-nos-á então possível edificar, com Jesus, o nosso iluminado Amanhã. EMMANUEL
A morte ser-te-á
entre os homens um fator de aparente liquidação de todos os débitos.
Tuas contas e ofensas parecerão desculpadas pelos irmãos do caminho, no entanto, não por ti mesmo, que lhes carrearás a sombra, onde fores, como alguém que amarra fardos de lodo e cinza ao imo do próprio ser. EMMANUEL
A
sombra é geratriz de equívocos como o erro é matriz de tormentos íntimos naquele que o pratica. JOANNA DE ÂNGELIS
O sentimento de culpa é sempre um colapso da consciência e, através dele, sombrias forças se insinuam. [4 - página 25]
Naquele que nem sequer concebe a ideia do mal, já há progresso realizado;
naquele a quem essa ideia acode, mas que a repele, há progresso em
vias de realizar-se; naquele, finalmente, que pensa no mal e nesse pensamento se compraz, o mal ainda existe na plenitude da sua força. Num, o trabalho está feito; no outro, está por fazer-se. Deus, que é justo, leva em conta todas essas gradações na responsabilidade dos atos e dos pensamentos do homem. ALLAN KARDEC
O
deslize do Espírito no mal implica fatalmente na diminuição
proporcional de liberdade.
Quando
fugimos ao dever, precipitamo-nos no sentimento de culpa,
do qual se origina o remorso,
com múltiplas manifestações, impondo-nos brechas de sombra aos
tecidos sutis da alma. E o arrependimento, incessantemente fortalecido pelos reflexos de nossa lembrança amarga, transforma-se num abcesso mental, envenenando-nos, pouco a pouco, e expelindo em torno a corrente miasmática de nossa vida íntima, intoxicando o hausto espiritual de quem nos desfruta o convívio.
Se pecarmos voluntariamente, depois de termos conhecimento da verdade, restar-nos-á uma certa expectação horrível de juízo e ardor de fogo. Trabalho de João Gonçalves Filho - (CULPA - 650) |
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