É isso efeito do acaso ou da Providência?
A diferença de posições sociais seria a maior das injustiças, quando não resulta da conduta atual, se ela não devesse ter uma compensação. É a convicção que se adquire desta verdade pelo Espiritismo, que dá a força para suportar as vicissitudes da vida e aceitar a sorte sem invejar a dos outros. Allan Kardec [78 - O Homem durante a vida terrestre]
Resposta de uma Mãe
Na pobreza, é mais fácil encontrar a amizade sincera, a visão da assistência de Deus, os tesouros da natureza, a riqueza das alegrias simples e puras. É claro que não me refiro aos ociosos e ingratos dos caminhos terrenos. Refiro-me aos pobres que trabalham e guardam a fé. O homem de grandes possibilidades financeiras muito dificilmente saberá discernir entre a afeição e o interesse descrente de que tudo pode, nem sempre como entender a divina proteção; pelo conforto viciado a que se entrega, as mais das vezes se afasta das bênçãos da Natureza; e em vista de muito desfazer aos próprios caprichos, restringe a vida de alegrar-se e confiar no mundo. [103 - páginas 191/192]
As
provas da desgraça ou
a da riqueza, são-no tanto uma quanto outra,
terríveis.
Estando o rico sujeito a maiores tentações, também dispõe, por outro lado, de mais meios de fazer o bem. Mas, é justamente o que nem sempre faz. Torna-se egoísta, orgulhoso e insaciável. Com a riqueza, suas necessidades aumentam e ele nunca julga possuir o bastante para si unicamente. A alta posição do homem neste mundo e o ter autoridade sobre os seus semelhantes são provas tão grandes e tão escorregadias como a desgraça, porque, quanto mais rico e poderoso é ele, tanto mais obrigações tem que cumprir e tanto mais abundantes são os meios de que dispõe para fazer o bem e o mal. Deus experimenta o pobre pela resignação e o rico pelo emprego que dá aos seus bens e ao seu poder. A riqueza e o poder fazem nascer todas as paixões que nos prendem à matéria e nos afastam da perfeição espiritual.
Entre
dois homens ricos que empregam exclusivamente em gozos
pessoais suas riquezas, tendo um nascido na opulência e desconhecido sempre a
necessidade,
devendo o outro ao seu trabalho os bens que possui. O segundo, que conheceu os sofrimentos, que sabe o que é sofrer. A dor, a que nenhum alívio procura dar, ele a conhece; porém, como freqüentemente sucede, já dela não se lembra mais.
Figuremos dois avarentos, um dos quais nega a si mesmo o necessário e morre
de miséria sobre o seu tesouro, ao passo que o segundo só o é para os outros,
mostrando-se pródigo
para consigo mesmo; enquanto recua ante o mais ligeiro sacrifício para prestar um
serviço ou fazer qualquer coisa útil, nunca julga demasiado o que dependa para
satisfazer
aos seus gostos ou às suas paixões. Peça-se-lhe um obséquio e estará sempre em dificuldade para fazê-lo; imagine, porém, realizar uma fantasia e terá sempre o bastante para isso. O mais culpado e o que se achará em pior situação no mundo dos Espíritos é o que goza, porque é mais egoísta do que avarento. O outro já recebeu parte do seu castigo.
Cobiçar a
riqueza, quando nos anime o desejo de fazer o
bem, tal
sentimento é, não há dúvida, louvável, quando puro.
A riqueza, concedida a certos homens que não parecem tê-la merecido, é, de ordinário, prova mais perigosa do que a miséria.
Nenhum
mérito haverá em assegurarmos, para depois de nossa morte, emprego útil aos
bens que possuímos?Nenhum mérito não é o termo. Isso sempre é melhor do que nada. A desgraça, porém, é que aquele, que só depois de morto dá, é quase sempre mais egoísta do que generoso. Quer ter o fruto do bem, sem o trabalho de praticá-lo. Duplo proveito tira aquele que, em vida se priva de alguma coisa; o mérito do sacrifício e o prazer de ver felizes os que lhe devem a felicidade. Mas, lá está o egoísmo a dizer-lhe:
Ah! Lastimai aquele que desconhece o prazer de dar; acha-se verdadeiramente privado de um dos mais puros e suaves gozos. Submetendo-o à prova da riqueza, tão escorregadia e perigosa para o seu futuro, houve Deus por bem conceder-lhe, como compensação, a ventura da generosidade, de já neste mundo pode gozar. [9a - página 462 questão 1001]
DINHEIRO AMIGO Letras de câmbio! Alterações de câmbio! ... Em toda parte, vemos o problema da troca na vida monetária por base de sustentação a mercados diversos. Tanto quanto possível, no entanto, pensa no câmbio da caridade! ... Sempre que se nos fixe a atenção no dinheiro, reflitamos nas aflições que ele pode suprimir. Medita em teu saldo financeiro, ainda que mínimo, transformado no socorro ao enfermo ou na alegria de uma criança. Frequentemente, a quantia que julgas modesta e sem qualquer significação, se aplicada a benefício de outrem, pode ser transubstanciada no reconforto e na benção de muitos. É inegável que inúmeros de nossos irmãos da Humanidade não compreendem ainda a missão benemérita da riqueza material, dissipando-a sem elevação nem grandeza, tanto quanto existem outros muitos que desconhecem o valor do corpo, dilapidando-lhes as energias sem entendimento ou proveito. Gradativamente, porém, as criaturas observarão a importância do dinheiro, à margem das próprias necessidades, por instrumento potencial de trabalho e educação, progresso e beneficência, à espera de nossas resoluções para construir e servir. Bendita seja sempre a moeda que remunera o suor do pai de família, que realiza os sonhos respeitáveis da juventude, que faz socorro aos irmãos desfalecentes na estrada ou que se converte em escora e recuperação dos pequeninos que vagam sem apoio e sem direção! Coloca-te no lugar daqueles companheiros nossos do mundo que se oneram de débitos e compromissos de solução urgente, que varam humilhação e penúria, que sofrem doença com abandono ou que se estiram nas trilhas de provação, sem ânimo e sem teto, e reconhecerás que a moeda empregada a serviço do bem pode ser comparada a um raio de luz do Céu que verte de mais alto, ao encontro da lágrima na Terra, a fim de transformá-la em bênção de esperança e de amor, na edificação de um mundo mais feliz. [117 - páginas 111/112]
(Sociedade Espírita de Lyon.) Nota. Se bem que os Espíritas de Lyon estejam divididos em vários grupos, que se reúnem separadamente, nós os consideramos como não formando senão uma única sociedade, que designamos sob o nome de Sociedade Espírita de Lyon. A comunicação seguinte foi obtida em nossa presença.. O ciume é o companheiro do orgulho e da inveja; ele vos leva a desejar tudo o que os outros possuem, sem vos dar conta se, invejando a sua posição, não pedis senão que se vos faça presente de uma víbora que aquecereis em vosso seio. Invejais os ricos e tendes sempre ciúme deles; a vossa ambição e o vosso egoísmo vos levam a ter sede do ouro dos outros
Quantos tormentos o rico se dá para conservar esse ouro ao qual se prende tanto; e quando chega a sua última hora, quando lhe é necessário prestar as suas contas, e que compreende, nessa hora suprema, que lhe revela quase sempre toda a conduta que devera ter, como ele treme! Como tem medo! É que começa a compreender que faliu em sua missão, que foi um mandatário infiel, e que suas contas vão ser complicadas. Os pobres trabalhadores, ao contrário, que, tendo sofrido toda a vida, que tenham estado presos à bigorna e ao arado, vêem chegar a morte, essa libertação de todos os males, com reconhecimento, sobretudo se suportaram as suas misérias com resignação, e sem murmurar. Crede-me, meus amigos, se vos fosse dado ver o rude pelourinho ao qual a fortuna prende os ricos, vós, cujo coração é bom, porque passastes por todas as estamenhas da infelicidade, direis com o Cristo, quando o vosso amor-próprio fosse esmagado pelo luxo dos opulentos da Terra: "Perdoai-lhes, meu Deus, não sabem o que fazem," e dormireis sobre o vosso rude travesseiro acrescentando: "Meu Deus, abençoai-me e que a vossa vontade seja feita!!! O Espírito protetor do médium. [37 - página 330] |
