"Em
síntese, o homem das últimas
dezenas de séculos representa a humanidade vitoriosa, emergindo da bestialidade
primária. Desta condição participamos nós, os desencarnados, em número de
muitos milhões de espíritos ainda pesados, por não havermos, até o momento,
alijado todo o conteúdo de qualidades inferiores de nossa organização perispiritual;
tal circunstância nos compele a viver, após_a_morte_física, em formações afins, em sociedades realmente avançadas,
mas semelhantes aos agrupamentos terrestres. Oscilamos entre a liberação
e a reencarnação,
aperfeiçoando-nos, burilando-nos, progredindo, até conseguir, pelo refinamento
próprio, o acesso a expressões sublimes da Vida Superior, que ainda não nos
é dado compreender. Nos dois lados da existência, em que nos movimentamos e
dentro dos quais se encontram o nascimento e a morte do corpo_denso, como portas de comunicação, o trabalho construtivo é a
nossa bênção, aparelhando-nos para o futuro divino."
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Isolado na concha milagrosa do corpo, o espírito está
reduzido em suas percepções a limites que se fazem necessários.A esfera sensorial funciona, para ele, à maneira de câmara abafadora.
Na existência carnal, encontra multiplicados meios de exercício e luta para a aquisição e fixação dos dons de que necessita para respirar em mais altos climas.
Sofrendo limitações, improvisa novos meios para a subida aos cimos da luz, marcando a própria senda com sinais de uma compreensão mais nobre do quadro em que sonha e se agita. Torturado pela sede de Infinito, cresce com a dor que o repreende e com o trabalho que o santifica. As faculdades sensoriais são insignificantes réstias de claridade descerrando-lhe leves notícias do prodigioso reino da luz. E quando sabe utilizar as sombras do palácio corporal que o aprisiona temporariamente, no desenvolvimento de suas faculdades divinas, meditando e agindo no bem, pouco a pouco tece as asas de amor e sabedoria com que, mais tarde, desferirá venturosamente os vôos sublimes e supremos, na direção da Eternidade.
As incógnitas da vida_exterior, com os desafios delas resultantes, são as mesmas; entretanto, se a criatura aspira efetivamente a realizar uma tomada de contas encontra neste novo mundo surpresas, muito fascinantes, no estudo e redescoberta de si mesma. Somos, cada um de nós, um astro de inteligência a perquirir e a aperfeiçoar por nós próprios.
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DESAPARECIDOS (Crianças e Adolescentes)

