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CAPÍTULO III, do livro "MECÂNICA PSÍQUICA", Uma das primeiras perguntas que fiz a mim mesmo ao começar minhas experiências, foi naturalmente esta: onde se encontra a sede da reação durante a levitação? Vi a mesa flutuar no ar, por assim dizer, repetidas vezes durante um ano ou mais e, freqüentemente, perguntei a mim mesmo se a reação...
Após dezoito meses de observações, ainda ignorava o mecanismo dos fenômenos. Comecei por andar ao acaso, confiando na sorte para chegar ao caminho certo. Decidi que o melhor seria sentar o médium sobre a balança e verificar seu peso durante a levitação. Não sabia se isto impediria a levitação, assim como ignorava as conseqüências da ruptura do círculo, isto é, as mãos libertas e colocadas sobre os joelhos. Realmente, seria inútil registrar o peso do médium, se este não estivesse completamente isolado das pessoas sentadas ao seu redor. Com o risco de me repetir, resumo os movimentos tantas vezes por mim observados, da levitação da mesa.
Lembremo-nos que qualquer um dêles pode ser obtido facilmente, isto é, que o experimentador peça aos operadores invisíveis, para obtê-lo instantaneamente. Material. - Utilizei-me de uma balança cuja força era de 200 kgs. sensível a 50 grs. Sendo seu estrado um pouco estreito, cobri-o com uma prancha de desenho de 60 x 45 cms. por 2 cms. 1/2 de espessura, que fixei às colunas trazeiras da balança. A altura do solo na parte superior da prancha era de 18 cms.
Método — Coloquei uma mesa ao centro do círculo e sentei o médium em uma cadeira bem ajustada sobre a prancha de desenho. Os pés do médium achavam-se bem a prumo sobre a prancha. o cìrculo formou a corrente durante uma meia hora mais ou menos, para permitir à energia psíquica seu pleno desenvolvimento. Ao fim dêsse tempo, pedi aos assistentes que desunissem suas mãos, colocando-as espalmadas sobre os joelhos. Coloquei eu mesmo as mãos do médium sobre seus joelhos e verifiquei a posição das outras. Pedi a Mlle Goligher que ficasse completamente imóvel. Não fêz nenhum movimento perceptível durante toda a sessão. Achava-se então fisicamente isolada de todo o círculo. Coloquei-me à sua direita, bem perto. Descrevo as experiências segundo as anotações colhidas nesse momento. O leitor deve esperar repetições, mas experiências sobre levitação, realizadas em condições ideais como aquelas, são raras; portanto, todos os detalhes, a meu ver, devem ser cuidadosamente preservados, e eu não me desculparia. Não pensaria em publicar tantas coisas mais ou menos semelhantes se se tratasse de outra categoria de pesquisas, mas estamos bem distante das convenções científicas comuns desde que abordamos os trabalhos psíquicos. Experiência 2. — Reação sobre o médium durante a levitação. A mesa da qual nos servimos era a de Nº 1. Equilibrei exatamente o peso do médium, de sua cadeira, e da prancha: Mantendo-se o médium completamente imóvel, pedi aos operadores que erguessem a mesa, mantendo-a o mais estável quanto possível enquanto eu faria minhas observações. Ela ergueu-se imediatamente cerca de 20 cms., estando sua superfície mais ou menos horizontal (a altura das levitações, em geral, variavam entre 20 e 30 cms., se bem que com o tamborete possamos chegar a muito mais); então ela se afigura estacionária. Tendo-se rompido o equilíbrio da balança, eu o restabeleci. Eis o que foi anotado:
Conclusão: O aumento de peso do médium devido à levitação, é igual ao peso da mesa, com diferença de cerca de 250 grs., a menor. Observacão. — A levitação foi tão perfeita quanto possível e dispus de todo o meu tempo. Após minhas observações, a mesa não se movia; foi necessário avisar aos operadores que já havia terminado, e pedir-lhes que a fizessem descer, o que foi feito bruscamente. Exp. 3. — Reação sobre o médium durante a levitacão. Tabela Nº I. Mesmo método que na exp. Nº 2. Data: algumas semanas mais tarde. Acréscimo de peso do médium 63 kg. 800 - 59 kg. = 4 kg. 800 O aumento de peso do médium durante a levitação, é igual ao peso da mesa, com diferença de cerca de 100 grs., a maior. Observacão: Ao fim da experiência refiz a pesagem do médium e não constatei nenhuma alteração. Isto parece provar que o peso do médium é acrescido pelo peso da mesa durante a levitação. No decorrer da exp. 2, constatei uma diferença a menos, de 250 grs., mas nesse dia o jovem Samuel Goligher achava-se em férias. Por conseguinte, é possível que o todo ou parte das 250 grs. tenha sido transportada a êle, a menos que essa diferença seja devida a um erro de observação. Exp. 4. — Reação sobre o médium durante a levitação. Foram utilizadas alternadamente as mesas Nº 1, 2, 3 e 4. (O peso do médium havia aumentado durante o intervalo de cerca de três meses que separam as exp. 2 e 4).
Portanto, vemos que o peso da mesa em levitação acrescenta-se ao peso do médium. Observação. — todas as levitações foram tão perfeitas quanto possível e mantiveram-se tanto tempo quanto o desejei. A levitação do tamborete foi um dos mais belos fenômenos que me foi dado ver. Estava tão suspenso no ar, que eu poderia facilmente passar por baixo, inclinando a cabeça. Comparando o peso da mesa com o peso do médium nas 6 experiências acima, encontramos as seguintes razões: (*) 93,9 102,2 96,4 93,7 94, 104,5 das quais a média é 97,3%. CONCLUSõES GERAIS DAS EXPERIÊNCIAS 2, 3 e 4:
Experiência 5. — Reação parcial sobre os assistentes durante a levitação. Fiz a experiência com M. Morrison que está, no círculo, à direita do médium. No fim da sessão, eu o fiz sentar sobre a balança e tendo o médium retomado o seu lugar, foi feita a levitação nas condições habituais com a mesa Nº 1. O acréscimo de peso foi de 50 grs. A diferença é mínima para que se possa tirar uma conclusão, mas comparando esta experiência à segunte, a dúvida não e mais permitida. Exp. 6. -— Efeito do movimento vertical da mesa em levitação. Sendo as condições as mesmas da exp. Nº 5, pedi aos operadores que puxassem a mesa em levitação, de alto a baixo. O fiel da balança, equilibrado a princípio, subiu e desceu em perfeita harmonia com os movimentos da mesa. Repeti a experiência várias vezes, até ficar absolutamente seguro do resultado. Por conseguinte, uma pequena parte da reação ocorre sobre todos os membros do círculo, ou muitos dentre êles, sem contar o médium. Assim, como observa o almirante Moore, quando uma mesa está suspensa, o efeito é exatamente o mesmo como se o médium a erguesse com as mãos, enquanto alguns dos assitentes o ajudam com o dedo, ficando os outros neutros. Exp. 7, 8 e 9. — Efeito do movimento vertical da mesa em levitação sobre o peso do médium. O médium sentado sobre a balança, as mãos nos joelhos, como na exp. Nº 2, pedi que a mesa (Nº 1) fosse erguida mansamente, o que foi feito em seguida. O acréscimo de peso foi de 4 quilos 750. Pedi então aos operadores que puxassem a mesa de baixo para cima, verticalmente. Assim fizeram instantaneamente e a mesa subiu rapidamente 15 ou 20 cms. Diversas vezes o resultado foi idêntico: cada vez que a mesa se erguia, o fiel da balança elevava-se até tocar o buttoir reasumindo depois o equilíbrio primitivo. O efeito era o mesmo quando a mesa era puxada do alto para baixo. Conclusão: Quando a levitação da mesa é regular, o peso do médium é acrescido do peso da mesa. Se a mesa é então agitada em sentido vertical, sofre o médium um acréscimo de peso instantâneo. A mesma experiência, feita alguns meses mais tarde, deu o mesmo resultado. Com o tamborete, obtive o mesmo resultado. Houve somente esta diferença, que os movimentos da mesa faziam subir e descer rapidamente o fiel, ao passo que os do tamborete exerciam sobre êle uma ação muito fraca. Além disso, muitas vezes observei em outras experiências de peso no médium, enquanto as mesas 1, 2, 3 e 4 que se achavam suspensas, moviam-se verticalmente. Todas minhas observações confirmaram as precedentes. Exp. 10. — Movimentos da mesa sobre o assoalho. O local do círculoonde coloquei a mesa (Nº 1) evidentemente não agradava aos operadores, no início das experiências, porquanto esta foi empurrada suavemente sobre o assoalho até atingir o ponto exato e desejado. Achava-se o médium, nesse momento, sentado sobre a balança, absolutamente imóvel, as mãos sobre os joelhos, e o fiel em equilíbrio. Durante o impulso da mesa, o fiel subiu até o buttoir, aí se mantendo enquanto durou o movimento e caindo assim que êste cessou. Conseqüentemente, o peso do médium aumenta durante os deslizes da mesa sobre o assoalho. Julguei, pela alteração do fiel, que o acréscimo era de 1.300 a 1.800 grs., o que correspondia à força necessária para impelir o móvel sem friccão sobre o assoalho. (Ver: Fenômenos de tranporte) Exp. 11. — Movimentos vários da mesa. Estando o médium sobre a balança, pedi aos operadores que imprimissem vários movimentos à mesa, desde os mais leves deslizes e suspensões, até à levitação total. Eis o que obtive:
Conclusão: Todo movimento da mesa, tem por efeito um acréscimo de peso que se acusa no médium, quer se trate de levitação parcial ou total, ou de movimento sobre o assoalho. Esse acréscimo varia até atingir aproximadamente o peso da mesa. Exp. 12. — Progresso da levitação segundo os movimentos do fiel. Observando os movimentos do fiel, percebi os movimentos da mesa, sem seguir a levitação desta. Exp. 13. — Suspensão da mesa nos dois pés. Um dia, ao fim das sessões, os operadores fizeram oscilar repentinamente a mesa que ficou suspensa nos dois pés cerca de um minuto, no decorrer da prece que terminava a reunião. O médium achava-se nesse momento, sentado sobre a balança, e observei que seu peso havia aumentado muito; o fiel apoiava-se fortemente contra o buttoir. No entanto eu não anotei êsse aumento. Exp. 14 e 15. — Transladação da mesa em direção ao médium. A meu pedido, a mesa avançava ou recuava em direção ao médium. O resultado foi um acréscimo de peso deste último. As conclusões a tirar das experiências 6 a 15, são que todos os movimentos da mesa, sobre o assoalho ou no ar, provocam um acréscimo de peso temporário no médium; em outras palavras, as forças que realizam esses movimentos, têm sempre seu ponto de apoio sobre o corpo do médium. Distância crítica entre o médium e a mesa. — Como já disse (exp. 19), a distância entre a mesa e o médium parece ser um fator importante na levitação. É um erro crer que, quanto mais próximo o médium estiver da mesa, mais rápida e facilmente se dará o fenômeno: parecia haver uma distância apropriada. Tendo cometido esse erro, estreitei repetidas vezes o círculo, aproximando as cadeiras. Mas, antes que a mesa fizesse algum movimento, a cadeira onde se sentava o médium foi rechaçada a uma distância de cerca de 30 cms. Fui testemunha várias vezes desse extraordinário fenômeno. Perguntamos então onde estará a reação, nesse caso. Espero fazer uma exame profundo mais tarde. Enfim o diâmetro do círculo sendo normal, se a mesa estivesse muito próxima ou muito distante do médium, ela seria arrastada ou impelida, até ser obtida a distância conveniente à levitação. Um desvio de alguns centímetros tinha importância. Muito me diverti um dia em que fazia experiéncias muito delicadas de levitação. Encontrava-me, como de hábito, no interior do círculo, e pensando não estar a mesa onde devia, impeli-a mais ou menos 15 centímetros à esquerda. Apenas havia terminado, foi ela restituida ao seu lugar primitivo pelos operadores. Impelindo-a ainda uma vez estouvadamente, foi imediatamente reposta no lugar de onde eu a havia tirado. Por acaso, era sua posição exata, coisa muito rara. Conclusão: Existe uma distância crítica, que só ela, permite a levitação.
Altura crítica da levitação. — Ainda ai, parece haver uma altura crítica que julgo estar mais ou menos a 20 cms. do solo; o gasto de energia psíquica encontra-se então no seu míninio, pelo menos com mesas pesando de 2 quilos e 500 à 5 quilos. Mas se pedimos uma levitação particularmente alta, ou se os operadores querem fazer uma manifestação impressionante, chega-se a uma altura muito maior, mormente ao fim da sessão. Assim, vi a superfície da mesa subir ao nível de meu ombro. Entretanto, nas levitações elevadas, a estabilidade da mesa é bem menor, oscilando esta lentamente de um lado para outro. Os operadores parecem agir com dificuldade; a mesa eleva-se com movimentos bruscos à altura pedida, e não por elevação lenta. A levitação mais elevada que observei, foi a do tamborete (exp. 4). A altura máxima das levitações é, tanto quanto pude constatar, de cerca de 1 metro e 20. Observei toda sorte de levitações caprichosas. Por exemplo, um dia em que a mesa ficou no ar cerca de três minutos, a extremidade dos pés quase ao nível dos joelhos dos assistentes, ela inclinou-se pouco a pouco até ficar quase vertical, depois, sempre suspensa, veio à cadeira onde me achava sentado, colocou sua extremidade inferior sobre meus joelhos, recuou, e caiu novamente por terra. Conclusão:Parece existir uma altura crítica na qual os operadores podem produzir uma levitação mais fácil, ou pelo menos mais regular e mais prolongada. Tudo que ultrapassa esta altura exige um esfôrço visível. _________________________ (*) Empregamos as cifras calculadas pelo autor, se bem que talvez não correspondam exatamente aos pesos aqui indicados e que são os “números redondos” dos pesos expressos em medidas inglêsas.
CAPÍTULO IV, do livro "MECÂNICA PSÍQUICA", 2ª Edição - 1975, de W. J. Crawford RESiSTêNCIA DA MESA E FENôMENOS DIVERSOS Experiência 16. — Pressão exercida sob a mesa durante a levitação. A levitação teve lugar pouco depois do início da sessão e antes que a energia psíquica chegasse a seu máximo. A mesa (nº 1) agitou-se, ergueu-se nos dois pés, caiu, ergueu-se nos dois outros, caiu novamente, ficou sobre um só pé, depois sobre um segundo, fêz alguns movimentos rápidos e bruscos, elevando-se completamente de través, a extremidade mais baixa constantemente impelida para cima, para chegar enfim à posição horizontal. A agitação cessou ao fim de 4 minutos e meio, ficando a mesa móvel durante 4 minutos, a cêrca de 30 cms. do solo: resultado evidentemente desejado pelos operadores, para mostrar que podiam disciplinar a força psíquica. Os segundos foram contados em voz alta durante o primeiro minuto. Os três minutos restantes foram contados de relógio na mão.
Menciono tôdas estas hipóteses para fazer compreender ao leitor que nada afirmo levianamente. Serão examinadas mais tarde. Enquanto aguardamos, basearemos nossos cálculos sobre a mais razoável, a da força aplicada sob a mesa e dirigida de baixo para cima. Exp. 17. — Novo cálculo da pressão sob a mesa. A sessão realizou-se em minha casa, na minha sala. Servimo-nos de uma mesa retangular, com quatro pés curvos e dois tampos. Houve várias levitações; a mais longa não foi cronometrada, mas durou pouco mais de um minuto. O pêso da mesa era de 7 quilos 250, sua superfície: 25 dm. quadrados, sua altura: 73 cm. Admitindo que a pressão estivesse uniformemente dividida, por conseguinte era de 2 gr 8 por cm. quadrados Exp. 18. — Força muscular exercida verticalntente sobre a mesa suspensa. Durante uma das levitações a que nos referimos na exp. 17, ao fim da sessão, no momento em que a energia psiquica atingia o máximo, a superfície da mesa, estando quase ao nível do meu ombro, entrei no círculo e fiz pressão com ambas as mãos para fazê-la cair. Se bem que empregasse tôda minha força, não o consegui. Um de meus amigos, o qual mede mais de 1 metro e 80, inclinou-se então para mim, ajudando-me; nossos esforços combinados, conseguiram exatamente fazer cair a mesa. . . A resistência sofrida, era elástica. Em seguida, a mesa ergueu-se nos dois pés. Enrijeci em vão meus músculos para reconduzi-los ao solo: escusado. Urna almofada de ar comprimido parecia existir sob os pés, no ar. Segundo as observações realizadas há mais de dois anos, e que se estendem sobre centenas de levitações de toda espécie, estas apresentam sempre as mesmas características:
Exp. 19 e 20. — Duas formas de resistência para umamesa em levitação. A mesa era a mesma da qual nos servimos para a experiência 17, e a sessão teve lugar em minha casa. No decorrer de uma levitação das mais bem sucedidas, entrei no círculo e...
Exp. 21. — Queda e reerguimento da mesa. A mesa foi colocada, como era hábito, de tal maneira que o lado mais comprido fazia face ao médium. Pedi aos operadores que a deixassem cair e em seguida a reerguessem sobre seus pés. Primeiramente a impeliram até que o lado menor ficasse mais ou menos paralelo ao médium, ergueram-na suavemente sobro os dois pés, fizeram-na girar, deitando-a no chão conforme eu havia pedido, tudo sem ruido e sem agitação. Depois teve lugar a operação contrária: os operadores tentaram reerguer a mesa. Evidentemente era complicado e não ia naturalmente. Sofreu a mesa choques súbitos, que pareciam dirigidos contra sua extremidade inferior e que, na maior parte ficaram sem efeito. Uma vez somente, a extremidade elevou-se um pouco acima do solo. Enfim, um impulso mais forte, aplicado talvez no lugar adequado, repôs a mesa sobre seus quatro pés. Nesta experiência, a mesa está quase sempre caída ao chão, à esquerda do médium. Mais adiante discutirei a razão. O fato reproduziu-se uma dúzia de vêzes pelo menos e em minha própria casa. Haviamos formado o círculo de improviso, a um canto do quarto. Estavam presentes somente o médium, três dos nossos membros habituais, minha mulher, uma garota nossa amiga e eu. Uma mesa leve de bambu foi colocada entre nós. Após algumas levitações, raps, etc., ela foi derrubada de lado pelos operadores, deslizou sôbre o assoalho até alcançar o local escolhido e de um só ímpeto, foi erguida. Não houve contacto nem insucesso. Exp. 22. — Variação do peso da mesa em levitação. Enquanto a mesa encontrava-se no chão,...
Exp. 23. — Levitação, os pés da mesa no ar: Isto teve lugar ao fim das experiências sobre fosforescência, etc. O compartimento achava-se então totalmente às escuras. A energia despendida foi tal, que a mesa virou e ergueu-se a bastante altura, com os pés para o ar. Três dos assistentes e eu, seguramos um pé do móvel e procuramos fazê-lo descer novamente: foi impossível. A mesa agitava-se no ar para todos os lados e com tal força, que da mesma maneira poderíamos tentar parar uma locomotiva. Exp. 24.— Aderência da mesa virada ao solo. Tratava-se da mesa nº1, pesando 4 quilos e 700. Estava no chão, em desordem e um dos visitantes mais musculosos, foi convidado a erguê-la. Não foi capaz. Não creio ter jamais visto alguém o conseguir. A mesa parece atarraxada ao assoalho, ou ai mantida por uma ventosa, explicação esta bastante insuficiente, como vou demonstrar. Esta experiência é notável e das mais importantes para estabelecer uma teoria satisfatória. (Ver: Reações mecânicas) Exp. 25. — Movimentos da mesa, com o pesquisador sentado em cima. Sentei-me na mesa. Esta deslizou e foi impelida de um lado à outro, sem esforço aparente, apesar da fricção considerável. Vi várias pessoas que se achavam sentadas como eu, serem assim transportadas. Uma das nossas experiências favoritas, é pedir a um visitante que se sente na mesa e espere tiranqüilamente os acontecimentos. Ao fim de um minuto apenas, a mesa ergue-se suavemente nos dois pés e o faz deslizar para o chão. Exp. 26. — Posição da mesa onde a força psíquica é máxima. Quando um visitante é convidado a entrar no círculo para segurar a mesa e impedi-la de qualquer movimento, esta, antes mesmo que seja tocada, ou imediatamente depois, ergue-se geralmente nos dois pés mais afastados do médium, fazendo um ângulo cerca de 40º com o solo. Assim permanece uma dezena de segundos e imediatamente depois começa a luta. êsse movimento inicial sobre dois pés, nesse ângulo, não é obra do acaso; aparentemente tem como fim permitir, à uma projeção dinâmica do médium, agarrar-se mais facilmente à parte inferior da mesa. Durante essa experiência, pode o pesquisador manter-se em qualquer lugar próximo à mesa, exceto entre esta e o médium. Exp. 27. — Adaptação da força à elevação de uma mesa irregularmente carregada. Esta experiência não foi arranjada por mim, mas sim espontâneamente pelos operadores. Eu havia trazido uma caixa de madeira contendo uma campainha elétrica, de pilha seca, da qual me queria servir para outra experiência. Coloquei-a na extremidade da mesa, a qual foi suspensa repentinamente. Como a mesa pesasse 4 quilos e 700 e a caixa 1 quilo e 600, o centro de gravidade foi transportado a alguma distância do centro. Contudo, os operadores conseguiram mantê-la ou menos horizontal, sacudindo fortemente o lado que caía. Pareciam incapazes de situar exatamente, o novo centro de gravidade. A irregular distribuição de peso, no entanto, parecia ser-lhes desagradável, porquanto procuravam impelir a caixa para o meio da mesa, sem o conseguir. Exp. 28. — Pressão sôbre o botão de uma campainha. Uma campainha elétrica de pilha seca, foi introduzida em uma caixa e o botão de contacto ajustado à parte de fora. A distribuição de pêso era tal, que nenhum dedo humano poderia acionar a campainha sem fazer cair a caixa, a menos que segurasse esta última. Além disso, a campainha não funcionava a não ser com pressão normal no botão. Coloquei a caixa no chão, próxima ao médium, ali onde julguei que o campo psíquico seria mais forte e convidei os operadores a começar. Após um momento de espera, a caixa foi deslocada ligeiramente e a campainha retiniu ràpidamente. Ao cabo de novo instante, ainda se fêz ouvir, um pouco mais prolongadamente. Ia cada vez melhor e ao fim da sessão, funcionava perfeitamente. O toque mais prolongado durou cerca de 60 segundos. A caixa ficou a prumo todo o tempo. Fiquei surpreso com a dificuldade encontrada no início pelos operadores, mas compreendi que a força_mecânica necessária para obter o contacto, era de 235 gr. por cm. quadrado, o que excedia de muito a pressão uniforme que a levitação da mesa exige. (Exp. 17). É preciso notar que o botão não estava frente ao médium (a 80 cm. mais ou menos) enquanto a campainha funcionava, mas quase em frente a mim. A caixa foi colocada pelos próprios operadores, sem dúvida para ser mantida pela parte posterior e não cair de cabeça para baixo. Exp. 29. — Tração exercida sobre uma trombeta. Possuíamos para manifestações eventuais de " voz direta", (*) uma trombeta cônica em metal, de cerca de 45 cm. de comprimento, aberta nas duas extremidades, da qual a mais larga tinha 6 cm de diâmetro e a mais estreita 3 cm. Eu segurava firmemente essa corneta pela ponta, o orifício maior apontando para o médium, fazendo um ângulo de mais ou menos 30º com o horizontal. Pedi aos operadores que começassem a agir. Nada se passou durante cerca de vinte segundos, depois a trombeta foi atraida tão violentamente, que pouco faltou para me ser arrancada. Outras tentativas nesse sentido deram os mesmos resultados. A inclinação da corneta era indiferente. Exp. 30. — Tração exercida sobre a mesa para impedi-la de voltar ao centro do círculo . Algumas vezes a mesa chegava por si mesma ao ângulo extremo do círculo, do lado oposto ao médium. Achava-me sentado do lado de fora, e segurei-a nesse momento, empregando todos os meus esforços para impedi-la de voltar ao centro. Esforço inútil, uma força absorvente e irresistível atraia-a em sentido contrário. Exp. 31. — Tentativa de deslocação de um lenço. Coloquei um lenço branco no chão, próximo ao médium, e pedi aos operadores deslocá-lo pelo quarto. Ao fim de uma meia hora não se movia. Isso pareceu-me estranho, mas creio hoje saber a razão dessa derrota, da qual falarei mais adiante. _____________ |



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