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Continuação das experiências: Propriedades físicas das estruturas CAPÍTULO XVII, do livro "MECÂNICA PSÍQUICA", 2ª Edição - 1975, de W. J. Crawford
Existe um ponto importante nesse mecanismo que devo salientar. Se o braço da alavanca que liga a mesa ao solo é suficientemente curto e se sua apreensão é suficientemente forte, toda a reação estende-se mais ou menos totalmente sobre o solo. Por conseguinte, o outro braço da alavanca não necessita ser tão forte. Na realidade, poderia não existir. É o caso de uma espécie de fenômenos mais adiantados que aqueles produzidos no círculo_Goligher. Se as pressões mecânicas e as reações podem ser desprendidas do médium e transmitidas ao solo conservando uma simples conexão com o médium, está claro que a estrutura psíquica pode ser construída a uma distância considerável deste último. Mas nos fenômenos produzidos com Mlle Goligher, o interesse principal reside na força desenvolvida. As estruturas devem ser muito fortes e rígidas e exigir muita energia_psíquica por unidade de comprimento, se assim devo dizer. É necessário que sejam continuamente alimentadas em profusão, o que as obriga a permanecer bastante próximas ao médium. Para que os fenômenos sejam produzidos longe do médium, as duas seguintes condições são necessárias:
O leitor pode agora compreender a diferença essencial entre os fenômenos_de_materialização e aqueles que estudei.
Perguntamos se à subtração de 23 quilos de matéria do corpo do médium não deveria reduzir visivelmente seu volume. Não constateí nenhuma alteração em Mlle Goligher.(1) Vi as fotografias do médium italiano Carancini durante sua própria levitação e seu corpo parecia curiosamente translúcido embora seu volume não parecesse alterado. O corpo do médium pode portanto não alterar de volume mas sua densidade deve decrescer durante a realização de poderosos fenômenos telecinéticos. O médium, dissemos, jamais sente pressão mecânica sobre alguma parte do corpo. No entanto, suporta toda a reação. Como pode um organismo rígido cuja extensão é de 60 a 90 cms. saia de seu corpo e sustente um peso de 15 a 18 quilos em sua extremidade sem prejuízo? Se a ligação tivesse lugar em alguma parte mole, como o estômago, a carne seria dilacerada por tal pressão. Apresento a seguinte explicação: A estrutura psíquica, ao entrar no corpo do médium, é composta de uma matéria desconhecida. Denominemo-la matéria X. Essa matéria pode transmitir por si mesma os esforços diretos e comuns, mas não pode transmiti-los à matéria comum. Para isso, deve se converter primeiramente em outra espécie de matéria a que chamaremos de matéria Y (seria esta última aquela visível nas sessões de materialização, em outras palavras, o que os estudiosos chamam de matéria “materializada”). A matéria X poderia por conseguinte transformar-se em matéria Y (como a água em gelo) e transmitir a esta última os esforços recebidos. Por sua vez, a matéria Y poderia agir sobre objetos comuns. Eis, de forma imperfeita, em que consistiria a estrutura psíquica: uma extremidade livre (a qual agarra-se à mesa) em matéria Y; o corpo em matéria X, até sua penetração no médium; a base, em matéria Y, no interior do médium. No lugar onde a estrutura penetra no corpo do médium, nenhum esforço é transmitido a sua carne, pois temos a matéria X em contacto com a matéria comum. O esforço é distribuído dentro do corpo à medida que a matéria X se difunde e se transforma em matéria Y. Depois disso, não saberia dizer se essa matéria X decorre da quarta dimensão ou se é uma forma material a qual dominaremos um dia. Ainda que não tenha prova direta de que a sensibilidade táctil do médium diminui durante as experiências, parece-me ser esse o caso. O médium nunca está em transe, mas não ousaria afirmar que sua consciência esteja perfeitamente normal. Detesta que se lhe fale, principalmente no início das sessões. Se seu estado é normal, isso escapa às pessoas que não o conhecem como eu. (2) Consideremos agora os estranhos resultados obtidos quando o médium toca a mesa com sua mão, seu pé, ou com objetos vários (exp._29,_30_e_31). Devemos pensar que a mesa recai porque houve alguma coisa de essencial na levitação que aí não pode permanecer quando o médium pousa sua mão e que reflui para o seu corpo. As experiências parecem indicar que as propriedades dessa “ substância” são as seguintes:
Essa coisa misteriosa que parece estar sobre ou dentro da mesa, certamente não é eletricidade. Em primeiro lugar porque sua velocidade de descarga é muito pequena, e depois porque nunca se produziu coisa alguma durante as sessões que lembrasse os efeitos da eletricidade. Deve ser uma forma de energia ligada a pequenas partículas de matéria. Provavelmente, essas partículas acham-se acumuladas no interior e na superfície da mesa e sua energia é utilizada pelos operadores. Devem ter também alguma relação com o sistema nervoso do médium. As estruturas psíquicas em geral parecem sair da parte inferior das pernas do médium e as partículas de energia voltam a ele por suas próprias mãos. Talvez exista uma espécie de pressão psíquica positiva em suas pernas e pés e uma espécie de pressão psíquica negativa em seus braços e mãos, de maneira que as partículas tendam a voltar para o seu corpo. Para me servir de uma analogia com a eletricidade, o potencial psíquico é mais elevado nas proximidades de seus tornozelos que de suas mãos. Em resumo, haveria dois processos na produção dos fenômenos telecinéticos: a projeção pelos operadores das hastes, braços, estruturas psíquicas as quais são materiais e voltam ao corpo do médium ao fim da sessão e o fornecimento de determinada espécie de energia que dá capacidade às alavancas de erguer a mesa. Essa energia parece também estar associada à matéria mas não com a espécie de matéria das estruturas, pois a matéria associada à energia é sempre perdida. É também em muito menor quantidade que a outra. Acredito ser a função do médium fornecer a matéria, e dos assistentes fornecer a energia. É portanto indispensável ter um circulo bastante numeroso. Nas experiências anteriores, a energia presa à madeira da mesa foi fornecida pelos assistentes, tendo-se associado depois ao organismo do médium. É o que os espíritas designam sob o vago nome de “ magnetismo;” parece ter particular afinidade para com a madeira, isto é, não se dissipa quando a madeira está carregada. Já vimos (exp._66) que cada sessão acarreta uma perda permanente de pêso para os membros_do_círculo. Essas experiências parecem demonstrar serem os assistentes e não o médium os que mais perdem. Por exemplo, em duas sessões comuns de levitação onde as mãos dos assistentes estavam constantemente em contacto com a mesa, o médium certa vez perdeu 220 grs. uma outra vez 170 grs., Mlle A., 220 grs. e 350., Senhora B. 220 grs. E 55 grs., Senhora C., 450 grs. e 55 grs. Como experiência de controle, pesei três amigos e ao cabo de uma hora e um quarto, após uma partida de cartas, os repesei; naturalmente, não constatei nenhuma alteração. Inútil dizer que todas as precauções haviam sido tomadas para evitar erros. Numa fotografia com magnético de Mlle Goligher, tirada durante uma sessão, distinguem-se vestígios de uma substância escura saindo de cada um de seus dedos que descançavam sobre seus joelhos. Dir-se-ia serem prolongamentos de seus dedos que descem de sua blusa para seus tornozelos. É um fato também bastante conhecido, nas sessões de mesa, que no início, sai da extremidade dos dedos dos assistentes uma substância gasosa da qual se sente a projeção enquanto os dedos se tornam totalmente frios. Também o abuso das experiências psíquicas parece prejudicial à saúde de muitas pessoas. Dirse-ia que perdem a energia vital ou nervosa, a qual não recuperam senão muito tempo depois. As experiências_26,_27_e_28 parecem demonstrar que a extremidade da estrutura é má condutora de eletricidade. Mas por outro lado, as experiências 80, 81 e 82 da primeira série, demonstram que ela descarrega um eletroscópio. Isto parecia provar que a matéria Y é má condutora, como o é a peIe humana, mas que se tocar um objeto carregado de alta potência, descarrega-o como o faria a mão. (1) Mais tarde, o autor achou, ao contrário, que havia uma diminuição de volume. Durante a emissão da substância_psíquica, colocou sua mão abaixo dos rins e sobre as cadeiras do médium, e sentiu que a carne amolecia e enfraquecia. Com a devolução da substância, a carne recuperava seu volume e sua consistência. Fazendo o médium sentar-se e estender as pernas, Crawford cingiu suas coxas com um cordão cujas extremidades ligou a um dinamômetro suspenso no teto. Pediu então aos operadores que extraíssem a substância e a colocassem no chão. A tensão a qual era de 1 quilo 800, baixou gradualmente a 450 grs. O médium, que ignorava a razão desta experiência, ficou imóvel. Quando a substância foi devolvida, voltou a tensão, sempre gradualmente, a 1 quilo 800. A experiência foi recomeçada sete ou oito vezes com o mesmo resultado. No momento da reabsorção, sentia-se como se pequenas bolas inchassem a parte superior das coxas. No decurso do fenômeno, os seios estavam túrgidos. (2) No decorrer de experiênclas mais recentes, um, médico examinou Mlle G. Durante a realização dos fenômenos. Durante a levitação, o pulso subil de 72 a 110 e mesmo a 126. A respiração e a temperatura permaneceram normais. A palma da mão tornou-se úmida mas não fria. Somente os clarões fotográficos afetaram muito o médium. |

