____Os Espíritos que se revelam, através das organizações
mediúnicas, devem ser identificados por suas ideias e pela essência
espiritual de suas palavras.
____Determinados médiuns, com tarefa especializada, podem ser auxiliares preciosos
à identificação pessoal, seja no fenômeno literário, nas equações da ciência,
ou satisfazendo a certos requisitos da investigação; todavia, essa não é a
regra geral, salientando-se que as entidades espirituais, muitas vezes, não
encontram senão um material deficiente que as obriga tão-só ao indispensável,
no que se refere à comunicação.
____Devemos entender, contudo, que a linguagem do Espírito é universal, pelos fios_invisíveis do pensamento, o que, aliás, não invalida a necessidade de um estudo atento acerca de todas
as ideias lançadas nas mensagens medianímicas,
guardando-se muito cuidado no capitulo dos nomes ilustres que porventura as subscrevam. ____Nas manifestações
de toda natureza, porém, o crente ou o estudioso do problema da identificação
não pode dispensar aquele sentido espiritual de observação que lhe falará
sempre no imo da consciência. (Ver: intuição)
[41a - página 211] - EMMANUEL - 1940
____À
medida que os Espíritos se purificam e elevam na_hierarquia, os caracteres
distintivos de suas personalidades se apagam, de certo modo, na uniformidade da
perfeição; nem por isso , entretanto, conservando eles suas
individualidades. É o que se dá com os Espíritos
superiores e os Espíritos
puros. ____Nessa
culminância, o nome que tiveram na Terra, em uma das mil existências corporais
efêmeras por que passaram, é coisa absolutamente insignificante. ____Os Espíritos são atraídos uns para os outros pela semelhança de suas
qualidades e formam assim grupos, ou famílias, por
simpatia. De outro lado, se
considerarmos o número imenso de Espíritos que, desde a origem dos tempos,
devem ter galgado as fileiras mais altas e se o compararmos ao número tão
restrito dos homens que hão deixado um grande nome na Terra, compreenderemos
que, entre os Espíritos superiores, que podem comunicar-se, a maioria deve
carecer de nomes para nós. ____Porém, como de nomes precisamos para fixarmos as
nossas ideias, podem eles tomar o de uma personagem conhecida, cuja natureza
mais identificada seja com a deles. É assim que os nossos anjos guardiães se
fazem as mais das vezes conhecer pelo nome de um dos santos que veneramos e,
geralmente, pelo daquele que nos inspira mais simpatia. Segue-se daí que, se o
anjo guardião de uma pessoa se dá como sendo S. Pedro, por exemplo, ela
nenhuma prova material pode ter de que seja exatamente o apóstolo desse nome.
Tanto pode ser ele, como um Espírito desconhecido inteiramente, mas pertencente
à família de Espíritos de que faz parte São Pedro. Segue-se ainda que, seja
qual for o nome sob que alguém invoque o seu anjo guardião, este acudirá ao
apelo que lhe é dirigido, porque o que o atrai é o pensamento, sendo-lhe
indiferente o nome. ____A
questão da identidade é, pois, como dissemos, quase indiferente, quando se
trata de instruções gerais, uma vez que os melhores Espíritos podem
substituir-se mutuamente, sem maiores conseqüências. Os Espíritos superiores
formam, por assim dizer, um todo coletivo, cujas individualidades nos são, com
exceções raras, desconhecidas. Não é a pessoa deles o que nos interessa, mas
o ensino que nos proporcionam. Ora, desde que esse ensino é bom, pouco importa
que aquele que o deu se chame Pedro, ou Paulo. Deve ele ser julgado pela sua
qualidade e não pelas suas insígnias. Se um vinho é mau, não será a
etiqueta que o tornará melhor. (Ver: Protetor de coletividades) ____Já não sucede
o mesmo com as
comunicações íntimas, porque aí é o indivíduo, a sua pessoa mesma que nos
interessa; muito razoável, portanto, é que, nessas circunstâncias, procuremos
certificar-nos de que o Espírito que atende ao nosso chamado é realmente
aquele que desejamos.
[17b - página 325
item 256]
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____A
questão da identidade dos Espíritos (nomes
dos Espíritos) é uma
das mais controvertidas, mesmo entre os adeptos do Espiritismo. ____Os Espíritos não nos trazem um ato de notoriedade e
sabe-se com que facilidade alguns dentre eles tomam nomes que nunca lhes
pertenceram. ____Depois da
obsessão,
a identidade dos Espíritos é uma das maiores dificuldades do Espiritismo prático. ____A identidade absoluta não passa de questão
secundária e sem importância real. [17b - página 324
item 255]
____Uma
vez que se encontram entre os Espíritos todos os defeitos da Humanidade,
aí se encontram também a astúcia e a mentira; há os que não
têm nenhum escrúpulo em se ornamentarem com nomes os mais respeitáveis
para inspirarem mais confiança. É preciso, pois, abster-se de
crer, de uma maneira absoluta, na autenticidade de todas as assinaturas.
____A identidade é uma das grandes
dificuldades do Espiritismo prático; freqüentemente,
ela é impossível de se constatar, sobretudo quando se trata
de Espíritos superiores, antigos em relação a nós. Entre aqueles
que se manifestam, muitos não têm nome para nós e,
para fixar nossas ideias, eles podem tomar o de
um Espírito conhecido pertencente à mesma
categoria, de tal sorte que, se um Espírito se comunica com o nome
de São Pedro, por exemplo, nada prova que ele seja precisamente
o apóstolo desse nome; pode ser ele, como pode ser um
Espírito da mesma ordem, enviado por ele.
____A questão da identidade, nesse
caso, é por todos os títulos secundária, e haveria
puerilidade a isso ligar importância. O que importa é a natureza
do ensinamento, se é bom ou mau, digno ou indigno do
personagem do qual leva o nome. Este o aprovaria
ou o condenaria? Aí está toda a questão.
____A identidade é mais fácil de se
constatar quando se trata de Espíritos
contemporâneos, dos quais se conhece o caráter e os hábitos,
porque é por esses mesmos hábitos e particularidades
da vida privada que a identidade se revela mais
seguramente e, freqüentemente, de uma maneira
incontestável. Quando se evoca
um parente ou um amigo, é a personalidade que
interessa, e é muito natural procurar constatar-se a
identidade; mas os meios que
empregam, geralmente, para isso, aqueles que
não conhecem senão imperfeitamente o Espiritismo, são
insuficientes e podem induzir ao erro.
____O
Espírito revela sua identidade por uma multidão de circunstâncias que
ressaltam das comunicações, onde se refletem seus hábitos, seu
caráter, sua linguagem e até suas locuções
familiares. Ela se revela ainda pelos detalhes
íntimos, nos quais ele entra espontaneamente com as
pessoas às quais se afeiçoa, e que são os melhores. Mas é muito
raro que ele satisfaça as questões diretas que
lhe são dirigidas a esse respeito, sobretudo se
elas são feitas por pessoas que lhe são indiferentes,
com um objetivo de curiosidade e de prova. O Espírito prova
sua identidade como quer, ou como
pode, segundo o gênero de faculdade do seu
intérprete, e, freqüentemente, essas provas são superabundantes.
O errado é querer que ele as dê à maneira do evocador;
é quando ele se recusa a se submeter às suas exigências. (OLivro dos Médiuns, cap.
XXIV: Identidade dos Espíritos; Revista Espírita, 1862,
página 82: Fatos da identidade). Allan
Kardec [78
- Identidade dos Espíritos] |
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