http://win2nt239.digiweb.com.br/ (Link desativado)
Os
Espíritos podem comunicar-se espontaneamente, ou acudir ao nosso chamado, isto
é, vir por evocação. Pensam algumas pessoas que todos devem abster-se de evocar tal ou tal Espírito e ser preferível que se espere aquele que queira comunicar-se.
Em nossa opinião, consideramos errado pensar que, chamando determinado Espírito, não podemos ter a certeza de ser ele
quem se apresente, e que aquele que vem espontaneamente, melhor prova a sua identidade, pois que manifesta assim o desejo que
tem de se entreter conosco, ...
Numa assembléia, não dar a palavra a ninguém é deixá-la livre a toda a gente. A chamada direta de determinado Espírito constitui um laço entre ele e nós; chamamo-lo pelo nosso desejo e opomos assim uma espécie de barreira aos intrusos. Sem uma chamada direta, um Espírito nenhum motivo terá muitas vezes para vir confabular conosco, a menos que seja o nosso Espírito familiar.
As
comunicações espontâneas inconveniente nenhum apresentam, quando se está
senhor dos Espíritos e certo de não deixar que os maus tomem a dianteira.
É
quase sempre bom aguardar a boa-vontade dos que se disponham a comunicar-se,
porque nenhum constrangimento sofre o pensamento deles e dessa maneira se podem
obter coisas admiráveis; entretanto, pode suceder que o Espírito por quem se
chama não esteja disposto a falar, ou não seja capaz de fazê-lo no sentido
desejado.
O
exame escrupuloso, que temos aconselhado, é, aliás, uma garantia contra as
comunicações más. Nas reuniões regulares, naquelas, sobretudo, em que se faz um trabalho continuado, há sempre Espíritos habituais que a elas comparecem, sem que sejam chamados, por estarem prevenidos, em virtude mesmo da regularidade das sessões. Tomam, então, freqüentemente a palavra, de modo espontâneo, para tratar de um assunto qualquer, desenvolver uma proposição ou prescrever o que se deva fazer, caso em que são facilmente reconhecíveis, quer pela forma da linguagem, que é sempre idêntica, quer pela escrita, quer por certos hábitos que lhes são peculiares.
Quando
se deseja comunicar com determinado Espírito, é de toda necessidade evocá-lo. Se ele pode vir, a resposta é geralmente: Sim, ou Estou aqui, ou, ainda: Que quereis de mim? As vezes, entra diretamente em matéria, respondendo de antemão às perguntas que se lhe queria dirigir. Quando um Espírito é evocado pela primeira vez, convém designá-lo com alguma precisão. Nas perguntas que se lhe façam, devem evitar-se as fórmulas secas e imperativas, que constituiriam para ele um motivo de afastamento. As fórmulas devem ser afetuosas, ou respeitosas, conforme o Espírito, e, em todos os casos, cumpre que o evocador lhe dê prova da sua benevolência.
Abstenhamo-nos de empregar a palavra «prece», quando se trate do desequilíbrio — aduziu Clarêncio, bondoso —, digamos « invocação»Quando alguém nutre o desejo de perpetrar uma falta está invocando forças inferiores e mobilizando recursos pelos quais se responsabilizará. Através dos impulsos infelizes de nossa alma, muitas vezes descemos às desvairadas vibrações da cólera ou do vício e, de semelhante posição, é fácil cairmos no enredado poço do crime, em cujas furnas nos ligamos, de imediato, a certas mentes estagnadas na ignorância, ...
Todas as nossas aspirações movimentam energias para o bem ou para o mal. Por isso mesmo, a direção delas permanece afeta à nossa responsabilidade. Analisemos com cuidado a nossa escolha, em qualquer problema ou situação do caminho que nos é dado percorrer, porqüanto o nosso pensamento voará, diante de nós, atraindo e formando a realização que nos propomos atingir e, em qualquer setor da existência, a vida responde, segundo a nossa solicitação. Seremos devedores dela pelo que houvermos recebido. [4 página 12]
Surpreende,
não raro, a prontidão com que um Espírito evocado se apresenta, mesmo da primeira vez.
Dir-se-ia que estava prevenido. É, com efeito, o que se dá, quando com a sua evocação se preocupa de antemão aquele que o evoca. Essa preocupação é uma espécie de evocação antecipada e, como temos sempre conosco os nossos Espíritos familiares, que se identificam com o nosso pensamento, eles preparam o caminho de tal sorte que, se nenhum obstáculo surge, o Espírito que desejamos chamar já se acha presente ao ser evocado. Quando assim não acontece, é o Espírito familiar do médium, ou o do interrogante, ou ainda um dos que costumam freqüentar as reuniões que o vai buscar, para o que não precisa de muito tempo. Se o Espírito evocado não pode vir de pronto, o mensageiro marca um prazo, às vezes de cinco minutos, um quarto de hora e até muitos dias. Logo que ele chega, diz: Aqui estou. Podem então começar a ser feitas as perguntas que se lhe quer dirigir. O mensageiro nem sempre é um intermediário indispensável, porquanto o Espírito pode ouvir diretamente o chamado do evocador, sobre o modo de transmissão do_ pensamento. Quando dizemos que se faça a evocação em nome de Deus, queremos que a nossa recomendação seja tomada a sério e não levianamente. Os que nisso vejam o emprego de uma fórmula sem conseqüências farão melhor abstendo-se.
Freqüentemente,
as evocações oferecem mais dificuldades
aos médiuns do que os ditados espontâneos, sobretudo quando se trata de obter
respostas precisas a questões circunstanciadas. Para isto, são necessários médiuns especiais, ao mesmo tempo flexíveis e positivos, estes últimos são bastante raros, por isso que, conforme dissemos, as relações fluídicas nem sempre se estabelecem instantaneamente com o primeiro Espírito que se apresente. Daí convir que os médiuns não se entreguem às evocações pormenorizadas, senão depois de estarem certos do desenvolvimento de suas faculdades e da natureza dos Espíritos que os assistem, visto que com os mal assistidos as evocações nenhum caráter podem ter de autenticidade.
Nas reuniões doutrinárias,
acima de todas as expressões fenomênicas, devem prevalecer a sinceridade e a
aplicação individuais, no estudo das leis morais que regem o intercâmbio
entre o planeta e as esferas do invisível.
De modo algum se deverá provocar as manifestações mediúnicas, cuja legitimidade reside nas suas características de
espontaneidade, mesmo porque o programa espiritual das sessões está com os mentores que as orientam do plano invisível,
exigindo-se de cada estudioso a mais elevada porcentagem de esforço próprio na
aquisição do conhecimento, porquanto o plano espiritual distribuirá sempre,
de acordo com as necessidades e os méritos de cada um. Forçar o fenômeno mediúnico é tisnar uma fonte de água pura com a vasa das paixões egoísticas da Terra, ou com as suas injustificáveis inquietações. [41a - página 206]
Não somos dos que aconselham a evocação direta e pessoal, em caso algum.
Se essa evocação é passível de êxito,
sua exeqüibilidade somente pode ser examinada no plano espiritual. Daí a necessidade de sermos espontâneos, porquanto, no complexo dos fenômenos espiríticos, a solução de muitas incógnitas espera o avanço moral dos aprendizes sinceros da Doutrina. O estudioso bem-intencionado, portanto, deve:
Podereis objetar que Allan Kardec se interessou pela evocação direta, procedendo a realizações dessa natureza, mas precisamos ponderar, no seu esforço, a tarefa excepcional do Codificador, aliada a necessidades e méritos ainda distantes da esfera de atividade dos aprendizes comuns. [41a - página 207] |
Páginas relacionadas:
DESAPARECIDOS (Crianças e Adolescentes)
