Por:Francisco Aranda Gabilan Nº
760 Maio de 2000
____Determinadas matérias
tratadas na exposição da Doutrina_Espírita muitas vezes perecem sem importância,
mas nunca será demais saber o exato sentido e praticar a correta aplicação
dos termos.
____É
o que acontece com a aplicação das expressões INTUIÇÃO
e
INSPIRAÇÃO: há
alguns companheiros da exposição doutrinária, seja na área do ensino, seja
na da divulgação, que acham (e, o que pior, passam adiante) não haver
nenhuma diferença entre ambas. ____Mas,
com licença de suas luzes, há diferença - e muita! São coisas diferentes,
com diferentes sentidos e de efeitos diferentes.
____Vejamos,
não com nossas próprias convicções - pois que, como diz o ditado popular,
"santo de casa não faz milagres" - mas trazendo o quanto nos
ensinam os entendidos e doutrinadores.
- INSPIRAÇÃO:
- Uma
definição leiga: " Inspiração - sugestão, insinuação,
conselho", ou "Inspirar - incutir, infundir, insuflar,
introduzir" (Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa, Vol. 2 Ed.
Enciclopédia Britânica). Atende-se para a etimologia (origem) dessa palavra,
que vem de inspirare, ou "introduzir ar", quase o mesmo que
assoprar.
- Agora,
a doutrina: "A inspiração é a equipe dos pensamentos alheios que aceitamos ou procuramos" (Ceara dos Médiuns, "Faixas", EMMANUEL. F.C. Xavier, FEB - 4ª edição, pg. 125, discorrendo sobre o capítulo
"Evocações" do O Livro dos Médiuns).
- Léon
Denis (O Problema do Ser, do Destino e da Dor, FEB, 1993, cap. 21, pg. 334),
sobre a inspiração: "uma das formas empregadas pelos habitantes do
mundo invisível para nos transmitirem seus avisos, suas instruções (...).
Pela mediunidade o Espírito infunde suas ideias no entendimento do
transmissor".
- "É
o recebimento espontâneo de ideias, pensamentos, concepções, provindo de
Espíritos..." (Dicionário Enciclopédico de Espiritismo, Metapsíquica
e Parapsicologia, Ed. Bels. 1976, 3ª ed., João Teixeira de Paula).
- Ressalte-se: é espontâneo, logo, não precisa evocação, nem pedido de auxílio;
é um socorro imediato e de bom grado.
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____Em
conclusão claríssima: Inspiração é a transmissão dos pensamentos
e mensagens de uma mente para outra, "um assopro" do desencarnado
para o encarnado possa livremente dispor de uma determinada figura, de uma ideia,
de um quadro mental.
- INTUIÇÃO:
- Consulte-se Plantão, que fundamenta a intuição
na preexistência
(reencarnações anteriores), segundo a síntese trazida por Adolfo Bezerra de
Menezes, em A Loucura Sob Novo Prisma = Estudo Psiquíco-fisiológico,
FEB, 8ª Ed. - 1993, cap. 1, pg 19: "Antes de virmos a esta vida, já
tivemos outras, e no tempo intermediário, que passamos no mundo dos Espíritos,
adquirimos o conhecimento das grandezas a que somos destinados; donde essa reminiscência,
a que chamamos intuição de um futuro, que mal entrevemos, envoltos no véu
da carne".
- Segundo
Ney Lobo, em Filosofia Espírita da Educação e Suas Conseqüências Pedagógicas(Ed. FEB, 1993, pg. 92), "A intuição é instrumento de prospecção
do fundo anímico do educando, das camadas sedimentares de perfeições e
imperfeições acumuladas nas existências anteriores".
- No
livro Allan Kardec, Zêus Wantuil (ex-presidente da FEB), cuidando da
mediunidade atribuída ao Codificador, afirma que "a intuição é a
fonte de todos os nossos conhecimentos(...)", referindo-se aos
conhecimentos que o Ser angaria ao largo de todas as suas experiências
anteriores (cap. 3, pg. 41).
- Dentre
as várias abordagens do Livro dos Espíritos sobre a intuição,
colhemos apenas a contida na questão nº 415, quando Kardec pergunta aos Espíritos
qual a utilidade das visitas feitas durante o sono, se não nos lembramos
sempre delas: "De ordinário, ao despertardes, guardais a intuição desse
fato, do qual se originam certas ideias que vos vem espontaneamente, sem que
possais explicar como vos acudiram. São ideias que adquiristes nessas
confabulações". (46ª edição, FEB, tradução de Guillon Ribeiro).
- E,
afinal, o próprio Kardec, em A Gênese, Cap. XI, Doutrina dos
Anjos Decaídos, item 43 (20ª ed. FEB, idem) falando das emigrações e
imigrações dos seres espirituais ao largo dos tempos, afirma que alguns
"são excluídos da humanidade a que até então pertenceram e tangidos
para mundos menos adiantados, onde aplicarão a inteligência e a intuição dos conhecimentos que adquiriram (...)". E, pouquinho mais adiante,
no mesmo item, Kardec é categórico: "A vaga lembrança intuitiva
que
guardam da terra donde vieram é como uma longínqua miragem a lhes recordar
o que perderam por culpa própria". Com o mesmo sentido dizem os espíritos,
na questão 393, sobre a "lembrança" (pela intuição) que os Espíritos
têm de suas faltas passadas ao reencarnar.
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____Nada_mais_claro_resta: A intuição é o conjunto de conhecimentos próprios adquiridos ao
largo das múltiplas experiências do Ser, que lhe aflora à mente
espontaneamente, sem necessidade de ninguém lhe transmitir nada, pois que
tais conhecimentos pertencem ao seu universo peculiar e subjetivo de
conhecimentos. ____Portanto
amigos, quando formos pedir "ajuda" aos Espíritos, peçamos que
eles nos inspirem bons pensamentos, não que nos " intuam"
quanto à intuição, é melhor pedirmos a Deus (e até aos Espíritos, por
que não?!) que nos ajude a organizar nossos próprios conhecimentos para
usarmos no momento preciso e, sobretudo, em favor do esclarecimento do próximo.
Ou melhor ainda, ouvir a sábia orientação de EMMANUEL, no livro O
Consolador, questão 122, quando lhe foi perguntado "que se deve
fazer para o desenvolvimento da intuição", respondendo: "O campo
do estudo perseverante, com o esforço sincero e a meditação sadia, é o
grande veículo de amplitude da intuição, em todos os seus aspectos".
http://www.feesp.com.br/divulgacao/pag_semeador_materia1.htm
(Link desativado)
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