"Caminhando de par com o progresso, o Espiritismo jamais será ultrapassado, porque, se novas descobertas lhe demonstrassem estar em erro acerca de umponto qualquer, ele se modificaria nesse ponto.

Se uma verdade nova se revelar, ele a aceitará" (A Gênese, Capítulo I, item 55)A citação acima dá-nos uma visão cristalina e definitiva o que diz respeito à total submissão da Doutrina Espírita ante as descobertas progressistas, devidamente comprovadas apóscriteriosa e exaustiva experimentação, a cargo das investigações científicas dos nossos dias.

Em outras palavras, sempre que a Ciência provar que o Espiritismo encontra-se em erro em algum de seus postulados, devemos afastá-lo, substituindo-o pelo preceito científico correspondente.

Desta forma, a DoutrinaEspírita se reveste de uma segurança pouco comum no universo religioso, sem, entretanto, lançar-se como detentora da verdade absoluta.

Tão contundente afirmação leva-nos a refletir, por extensão de raciocínio,sobre o aspecto científico do Espiritismo, infelizmente não muito cultivado em nosso meio.Importante ressaltar que, ao contrário do que muitos pensam, a prática da investigação científica na Casa Espírita não se encontra reservada aospossuidores de grandes qualificações intelectuais, justamente por ser ela de implantação bastante simples, ainda que trabalhosa, podendo e devendo serinoculada em todas as tarefas espíritas, notadamente as de cunho mediúnico.

Analisando algumas atividades comuns à maioria dos Centros Espíritas, indagamos:

  • Quais são os dados de que dispomos para avaliar se realmente aqueles que se submeteram ao tratamento de desobsessão, cura espiritual ousimples aplicação de passes apresentaram melhoras?
  • Existe algum ficháriocontendo anotações referentes ao quadro evolutivo de cada um?
  • As informaçõesrecebidas por mais de um médium têm sido confrontadas com vistas a garantir a veracidade das orientações prestadas ao atendido?
  • Por outro lado, quando oschamados "mentores da Casa" se manifestam, suas informações são colocadasem discussão à luz dos fundamentos espíritas?

Todas essas questões, dentre outras, fazem parte de uma análise puramente científica, de pouquíssima complexidade, cuja finalidade principal é verificar a correção do direcionamento dado aos trabalhos executados sob a égide do Espiritismo, que, então, ver-se-á fortalecido sob o aspecto da fé raciocinada, constantemente ressaltado nas obras básicas da Doutrina, em total oposição à fé cega, que é verdadeiramente o fator mais representativo do comodismo religioso.

José Marcelo G. Coelho

e-mail: jmarcelo.vix@zaz.com.br

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Linha_H_Sombra
Os espíritos são as almas dos homens que "já deixaram a Terra", por isso lidamos com mentes caprichosas, que não estão à nossa disposição na hora que melhor nos convier.

No entanto, pesquisadores que se submeteram à observação criteriosa, disciplinada e principalmente sem intenções subalternas, ficaram diante de fenômenos inusitados.

Fatos que se repetiram tantas vezes quantas foram necessárias para recolher dados estatísticos ao máximo.

  • O observador comanda as pesquisas físico-químicas até onde as energias podem ser controladas.
  • No campo das ciências sócio-morais o cientista recolhe dados. Estão na mesma classe a Psicologia, a História, o Direito, a Sociologia... O objeto dessas Ciências é o animal racional, o socius, a criatura divina, no uso do livre-arbítrio. Aqui, a pesquisa usa a Estatística.
  • A pesquisa científica é apoiada na experimentação
  • Ou na analogia em outras duas classes de Ciências.

O objeto é passivo nas duas primeiras.

Na terceira, o observador deve ser passivo.

Deve aguardar que o fato ocorra para observá-lo.

E analisar, no tempo e no espaço, a reincidência dos fenômenos.

Na Ciência da mediunidade há dois socius: o encarnado e o desencarnado, agindo e reagindo, racionalmente.

O médium e o Espírito se interpenetram para o efeito da ação conjunta.

Na Psicologia a análise exige, então, o máximo de cuidados, pois a minúcia esquecida, talvez seja a principal causa do fenômeno mais importante."

http://www.espirito.org.br/portal/artigos/neurj/metodologia-cientifica.html


Linha_H_Sombra

Disse certa vez o Dr. Bezerra_de_Menezes:

"Um espírito claro e aberto para a apreensão da Ciência é um supremo bem que Deus confia a certos homens afim de que eles o empreguem em favor dos mais pobres e humildes."



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Linha_H_Sombra
A insistência nas denominações:

  • Espiritismo Científico,
  • Espiritismo Filosófico
  • e Espiritismo Religioso, é um convite à segmentação e ao conflito, como notório no atual panorama do movimento.

O Espírita, volto a insistir, quando experimenta, de forma metodológica ou empírica, numa reunião ou diante de um fenômeno mediúnico, põe em ação o “aspecto” científico da Doutrina, mas não afasta os outros dois, porque, ao realizar as deduções e projeções do que foi observado estará filosofando e, ao manter a harmonia interior e a postura ética, enquanto experimentando, estará exercendo a “conseqüência moral” espírita.

Pelo exposto, já temos as linhas gerais de uma metodologia experimental espírita.

De modo geral, a pesquisa experimental em Espiritismo exige uma série de procedimentos, tanto prévios, quanto concomitantes e posteriores, como em qualquer área das ciências estabelecidas.

Antes de pesquisar, o experimentador já escolheu o objeto a ser pesquisado.Por exemplo:

  • a) comprovar a existência, ou não, da faculdade mediúnica (casos específicos de Richet e Crookes),
  • b) confirmar ou não, que os fenômenos são provocados por “agentes incorpóreos” (caso, entre outros, de Ernesto_Bozzano e Camille Flammarion) como provar ou não a existência de uma percepção além da sensorial comum (caso de Rhine) etc.

Sem objeto claramente definido não pode haver pesquisa conclusiva.

Ao realizar suas observações na casa da família Baudin, Allan Kardec estabeleceu como seu objeto o mundo espiritual - enquanto “lócus” de vivência do Espírito desencarnado -, e sua interação dialética com o mundo material.

Objeto extremamente ambicioso, pela amplitude.

O resultado foi “O Livro dos Espíritos”.

Ou seja, uma filosofia espiritualista decorrente de um procedimento científico de observação controlada de fatos e análise do material dele derivado.

Qualquer que seja o objeto escolhido, o método a ser aplicado deve ser coerente, lógico e sistemático, capaz de conduzir a resultados válidos.

Como ponto fundamental, o pesquisador deve ter claro, em sua mente, que ele será um dos elementos essenciais da pesquisa.

Não haverá condições para uma “neutralidade axiológica” absoluta, como nas ditas “ciências exatas”.

Pesquisador e objeto estarão indissoluvelmente comprometidos um com o outro, a nível energético.

A começar pelo relacionamento psicológico e magnético com o médium, o qual poderá facilitar ou obstacular o bom andamento das experiências.

Se observador e medianeiro nutrem antipatias, restrições ou hostilidade um para com o outro, a experimentação estará fadada ao insucesso ou a resultados inconclusivos.

Educação, respeito e gentileza não são incompatíveis com o rigor científico.

Como os fenômenos estão ligados ao psiquismo do médium, e se produzem por seu intermédio, se ele sofrer um desequilíbrio emocional ou se sentir ferido em sua dignidade, o êxito do tentame estará fatalmente comprometido.

Ao estabelecer os meios e as formas de controle, o pesquisador deverá fazê-lo de modo a evitar a fraude e o charlatanismo, mas levando em conta que o médium não é uma cobaia irracional, mas um ser humano que deve merecer o devido respeito.

Hoje, mais do que em qualquer época passada, existem meios eletrônicos de controle, altamente sofisticados e capazes de detectar qualquer tentativa de burla.

Um ambiente de experimentação, devidamente equipado com sensores, microcâmaras de televisão, visores de raios infravermelhos, células fotoelétricas e parafernálias semelhantes, permitem o acompanhamento rigoroso e o registro de tudo o que ocorrer no ambiente.

Eletrodos aplicados ao corpo do sensitivo registram as oscilações elétricas nele ocorridas: pulsações, sudorese, pressão sangüínea, etc.

Enfim, é possível uma rigorosa vigilância rigorosa e precisa do local das experiências e do médium, sem impor-lhe restrições humilhantes.

O experimentador deve ter em mente que, na pesquisa mediúnica, sempre se parte do fato para se chegar à teoria. Isto evitará que pretenda submeter o experimento a ideias e teorias “pré-concebidas”.

Tal comportamento distorcerá, seguramente, os resultados.

Como parte integrante dos fenômenos a ocorrer, o experimentador que mantenha uma ideia fixa quanto à corroboração de uma teoria a priori, interferirá no processo, adulterando a experimentação que, premida por sua influência mental, tenderá a corroborar-lhe o pensamento, e não refletirá sua própria realidade.

Na física quântica dos nossos dias, existe a suspeita epistemológica de que muitos resultados não são os que deveriam ocorrer naturalmente, mas fruto da maneira tendenciosa como a pesquisa foi conduzida.

Isto é, a mente do experimentador criou as condições para que aquele resultado acontecesse, se fossem seguidos pressupostos diferentes poderia ser diverso.

Na pesquisa psíquica isto não é uma discussão acadêmica, mas um fato indiscutível: é absolutamente verdadeiro que a mente do experimentador tem o poder de interferir no desenvolvimento da pesquisa, impondo um resultado diverso do normal.

O melhor, pois, é controlar, observar, registrar e, posteriormente, analisar, com isenção de ânimo, para chegar a conclusões o mais próximo possível da realidade.

Um grande número de experiências proporcionará massa crítica necessária para se determinar leis e princípios do fato estudado. Este o procedimento adotado e preconizado por Allan Kardec.

Outro fator importante diz respeito à conduta_moral do pesquisador.

Nas ciências exatas o estado moral do cientista não tem a menor interferência no andamento da experiência.

Ao estudar um determinado evento material, desde que seja respeitado o método requerido pelo estudo, um cientista canalha e outro de caráter ilibado chegarão às mesmas conclusões.

No estudo dos fenômenos psíquicos o mesmo não ocorre. Ele exige postura ética.

Não se pode, por exemplo, pretender chegar à verdade pelo uso da mentira, do engodo e da desonestidade.

Nele não existe dicotomia entre a postura mental do observador e a manipulação do objeto observado.

Muito ao contrário: o psiquismo do observador está intimamente relacionado como o objeto em análise, que é também psíquico, ou seja, da mesma natureza..

Qualquer espírita sabe que o tipo de vibração que emitimos age no ambiente, para ele atraindo entidades do mesmo padrão.

Um cientista espírita que idealize uma pesquisa eivada de falsidades, estando pois com má intenção, obterá fatalmente o que procura. Passará então a divulgar falhas do médium estudado, quando é ele também é culpado por elas.

É um problema moral: semelhante atrai semelhante; um mentiroso atrairá a mentira.

Sobremodo importante será o clima propício durante o transcurso do evento experimental.

É um outro fato, já consagrado pela experiência, que é necessário se criar um clima de serenidade, recolhimento e pensamentos nobres, para que funcione a lei de afinidade psíquica, atraindo para colaborar com as experiências entidades honestas e confiáveis.

Uma atitude contrária a essas disposições abre caminho para a interferência de Espíritos mentirosos e galhofeiros, com naturais prejuízos.

Finalizando estes pensamentos em torno da experimentação espírita, digo apenas que o exposto, com muito mais propriedade e amplitude, está devidamente tratado em O Livro dos Médiuns, do primeiro pesquisador espírita realmente digno do nome: Allan Kardec.

E o mais importante é que, desde a publicação dessa obra, até o momento atual, todos os estudos não espíritas realizados em torno das faculdades espirituais do ser humano têm corroborado toda a metodologia ali discriminada, sem superar ou desmentir qualquer dos seus princípios.

http://www.espirito.org.br/portal/artigos/
neurj/metodologia-cientifica.html