- Certas
manifestações_espíritas se prestam, bastante facilmente, à imitação; mas porque elas
puderam ser exploradas, como tantos outros fenômenos,
pelo malabarismo e pela prestidigitação,
seria absurdo disso concluir
que elas não existem. Para aquele que estudou e que conhece as condições normais nas quais
elas podem se produzir, é fácil distinguir a
imitação da realidade. A imitação, de resto, não poderia jamais
ser completa e não
pode enganar senão o ignorante, incapaz de apreender as
nuances características do fenômeno verdadeiro.
- As
manifestações mais fáceis de serem imitadas são certos efeitos
físicos
e efeitos inteligentes vulgares, tais como:
Para imitar as manifestações de efeito físico, não é preciso senão a habilidade; para
simular as outras, seria
preciso, quase sempre, uma instrução pouco comum, uma
superioridade intelectual fora do normal, e uma faculdade de improvisação, por assim dizer,
universal.
- Aqueles
que não conhecem o Espiritismosão levados a suspeitarem
da
boa-fé dos médiuns; o estudo e a experiência lhes dão os meios de
se assegurarem da realidade dos
fatos. Fora disso, a melhor garantia que
podem encontrar está no desinteresse absoluto e honorabilidade do médium; há pessoas que, pela sua
posição e seu caráter, escapam a toda
suspeição. Se a atração do ganho pode excitar a fraude, o bom senso diz que, onde não há nada a
ganhar, o charlatanismo nada tem afazer.
(O Livro dos
Médiunsmédiuns
interesseiros, fraudes espíritas, nº 300 - Revista
Espírita, página 52).
- Entre
os adeptos do Espiritismo, encontram-se os entusiastas e os exaltados,
como em todas as coisas; esses são, em geral, os piores propagadores,
porque se duvida da sua facilidade em tudo aceitar sem um
exame aprofundado. O espírita esclarecido se defende do
entusiasmo
que cega, observando a tudo friamente e com calma; é o meio
de não ser vítima nem de ilusões, nem de mistificadores. À parte
toda questão de boa-fé, o
observador novato deve, antes de tudo, inteirar-se
da gravidade do caráter daqueles a quem se dirige.
Allan
Kardec [78
- Charlatanismo] |