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Entre
os encarnados, freqüentemente só de um lado há afeição e que o mais sincero
amor se vê acolhido com indiferença e, até, com repulsão. Não compreendes
então que isso constitui uma punição, se bem que passageira?Depois,
quantos não são os que acreditam amar perdidamente, porque apenas julgam pelas
aparências, e que, obrigados a viver com as pessoas amadas, não tardam a
reconhecer que só experimentaram um encantamento material!Não
basta uma pessoa estar enamorada de outra que lhe agrada e em quem supõe belas
qualidades. Vivendo realmente com ela é que poderá apreciá-la. Tanto assim
que, em muitas uniões, que a princípio parecem destinadas a nunca ser simpáticas,
acabam os que as constituíram, depois de se haverem estudado bem e de bem se
conhecerem, por votar-se, reciprocamente, duradouro e terno amor,
porque assente na estima!Cumpre
não se esqueça de que é o Espírito quem ama e não o corpo, de sorte que,
dissipada a ilusão material, o Espírito vê a realidade.Duas
espécies há de afeição: a do corpo e a da alma, acontecendo com freqüência
tomar-se uma pela outra. Quando pura e simpática, a afeição da alma é
duradoura; efêmera a do corpo. Daí vem que, muitas vezes, os que julgavam
amar-se com eterno amor passam a odiar-se, desde que a ilusão se desfaça.
Os conflitos interiores de muitos rapazes e de muitas moças na Terra.
Às vezes se arrojam ao casamento com absoluta inaptidão para as grandes responsabilidades, qual se estivessem impulsionadas por molas invisíveis, sem qualquer consideração para com os impositivos da prudência. Como se fossem atacados por subitânea loucura, desatendem a todos os conselhos do lar ou dos amigos, para despertarem, depois, com problemas de enorme gravidade, quando não acordam sob a neblina de imensas desilusões. [4 - página 275]
Constitui
fonte de dissabores a falta de simpatia
entre seres destinados a viver juntos. Essa, porém, é uma das infelicidades
de que sois, as mais das vezes, a causa principal. Em primeiro lugar, o erro é
das vossas leis. Julgas, porventura, que Deus te constranja a permanecer junto
dos que te desagradam? Depois, nessas uniões, ordinariamente
buscais a satisfação do orgulho
e da ambição, mais do que a ventura de uma afeição mútua. Sofreis então as
conseqüências dos vossos prejuízos.Nesse
caso, há quase sempre uma vítima inocente. E para ela é uma dura expiação.
Mas, a responsabilidade da sua desgraça recairá sobre os que lhe tiverem sido
os causadores. Se a luz da verdade já lhe houver penetrado a alma,
em sua fé no futuro haurirá consolação. Todavia, à medida que os
preconceitos se enfraquecerem, as causas dessas desgraças íntimas também
desaparecerão. |
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