Já dissemos que uma pessoa, dotada de aptidão especial, pode imprimir movimento de rotação_a uma_mesa, ou a outro objeto qualquer. Tomemos, em vez de uma mesa, uma cestinha de quinze a vinte centímetros de diâmetro (de madeira ou de vime, a substância pouco importa).
O movimento da cesta já não é automático, como no caso das mesas girantes; torna-se inteligente. Com esse dispositivo, o lápis, ao chegar à extremidade da linha, não volta ao ponto de partida para começar outra; continua a mover-se circularmente, de sorte que a linha escrita forma uma espiral, tornando necessário voltear muitas vezes o papel para se ler o que está grafado. Nem sempre é muito legível a escrita assim feita, por não ficarem separadas as palavras. Entretanto, o médium, por uma espécie de intuição, facilmente a decifra. Por economia, o papel e o lápis comum podem ser substituídos por uma lousa com o respectivo lápis. Designaremos este gênero de cesta pelo nome de cesta-pião. As vezes, em lugar da cesta, emprega-se um papelão muito semelhante às caixas de pastilhas, formando-lhe o lápis o eixo, como no brinquedo chamado carrapeta.
Muitos
outros dispositivos se têm imaginado para a obtenção do mesmo
resultado. O mais cômodo é o a que chamaremos cesta de bico e que
consiste em adaptar-se à cesta uma haste inclinada, de madeira, prolongando-se
dez a quinze centímetros para o lado de fora, na posição do mastro de
gurupés, numa embarcação.Por um buraco aberto na extremidade dessa haste, ou bico, passa-se um lápis bastante comprido para que sua ponta assente no papel. Pondo o médium os dedos na borda da cesta, o aparelho todo se agita e o lápis escreve, como no caso anterior, com a diferença, porém, de que, em geral, a escrita é mais legível, com as palavras separadas e as linhas sucedendo-se paralelas, como na escrita comum, por poder o médium levar facilmente o lápis de uma linha a outra. Obtêm-se assim dissertações de muitas páginas, tão rapidamente como se se escrevesse com a mão.
As Médiuns de Rivail No princípio de seu trabalho, Rivail obteve muito material e teve a oportunidade de questionar diversos Espíritos através da mediunidade de psicografia mecânica de Caroline e Julie Baudin. Em 1855 as jovens apresentavam, respectivamente, as idades de 16 e 14 anos. Basicamente, Rivail preparava os temas, desenvolvia perguntas em sua casa, multiplicava questões sobre os temas, de forma a deixá-los claramente expostos e os levava à residência das Baudin. Elas psicografavam com o auxílio de uma “corbeille toupie”, ou cesta de bico, que era uma cesta comum com uma ponta na qual se colocava um lápis ou outro material capaz de escrever sobre a ardósia (1). As meninas colocavam a ponta dos dedos no corpo da cesta (as duas ao mesmo tempo) e, conversando assuntos triviais, esta movimentava-se redigindo as respostas às questões propostas, enquanto as jovens conversavam assuntos diversos. (2) Desenho de uma cesta de bico contemporânea à pesquisa de Rivail. (1) Capítulo XIII de “O Livro dos Médiuns”, de Kardec (2) Obras Póstumas, página 267.
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Ainda
por outros sinais inequívocos se manifesta amiúde a inteligência que atua.
Chegando ao fim da página , o lápis faz espontaneamente um movimento para virar
o papel. Se ele se quer reportar a uma passagem já escrita, na mesma página ,
ou noutra, procura-a com a ponta do lápis, como qualquer pessoa o faria com a
ponta do dedo, e sublinha-a. Se, enfim, o Espírito quer dirigir-se a alguém, a
extremidade da haste de madeira se dirige para esse alguém. Por abreviar,
exprimem-se freqüentemente as palavras sim e não, pelos sinais de afirmação
e negação que fazemos com a cabeça. Se o Espírito quer exprimir cólera, ou
impaciência, bate repetidas pancadas com a ponta do lápis e não raro a
quebra.
Com qualquer desses aparelhos, quase sempre é preciso que os operadores sejam dois; mas, não é necessário que ambos sejam dotados de faculdades mediúnicas. Um serve unicamente para manter o equilíbrio e poupar ao médium excesso de fadiga. |
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