Relato de André Luiz ... O doutrinador encarnado, companheiro de grande e bela sinceridade, era o centro dum quadro singular. Seu tórax convertera-se num foco irradiante, e cada palavra que lhe saía dos lábios semelhava-se a um jato de luz alcançando diretamente o alvo, fosse ele os ouvidos perturbados dos enfermos ou o coração dos perseguidores cruéis. Suas palavras eram, com efeito, de uma simplicidade encantadora, mas a substância sentimental de cada uma assombrava pela sublimidade, elevação e beleza. Estamos aqui numa escola espiritual.
O contágio pelo exemplo não constitui fenômeno puramente ideológico, mas, sim, que é um fato científico nas manifestações magnético-mentais. Com exceção da pobre irmã, que se encontrava possessa, os demais obsidiados, naqueles momentos, ficavam livres da influência direta dos perseguidores; entretanto, menos a jovem que reagia valorosamente, os outros apresentavam singular inquietude, ansiosos de se reunirem de novo ao campo de atração dos algozes. Auxiliares nossos haviam arrebatado os verdugos, expulsando-os daqueles corpos enfermos e atormentados; todavia, os interessados nas melhoras físico-psíquicas primavam pela ausência íntima, conservando-se a longa distância espiritual dos ensinamentos que o doutrinador encarnado, ao influxo dos mentores de Mais Alto, ministrava com admirável sentimento. A atitude deles era de insatisfação e ansiedade. Dir-se-ia que não suportavam a separação dos obsessores invisíveis. Habituado a enfermos que, pelo menos aparentemente, demonstravam desejo de cura, estranhei a posição mental daqueles que se reuniam em pequenino grupo, à nossa frente, tão lamentavelmente desinteressados do remédio que a Espiritualidade lhes oferecia, por amor. [16a - página 287]
A missão do doutrinador é muitíssimo grave para qualquer homem.
Não é sem razão que se atribui a Nosso Senhor Jesus o título de Mestre.
Somente aqui, vim ponderar bastante esta profunda verdade. Meditei muitíssimo, refleti intensamente e concluí que, para atingirmos uma ressurreição gloriosa, não há, por enquanto, outro caminho além daquele palmilhado pelo Doutrinador Divino. É digna de menção a atitude dele, abstendo-se de qualquer escravização aos bens terrestres. Não vemos passar o Senhor, em todo o Evangelho, se não fazendo o bem, ensinando o amor, acendendo a luz, disseminando a verdade. Depois de longas meditações, cheguei ao conhecimento de que na vida humana, junto aos que administram e aos que obedecem, há os que ensinam. Chego, pois, a pensar que nas esferas da Crosta há mordomos, cooperadores e servos. Muito especialmente, os que ensinam devem ser dos últimos. [103 - página 63]
Função do Doutrinador
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