Irmãos nossos,
fazem-se ouvir na Terra gritos comovedores de sofrimento. Necessitamos de servidores que
desejem integrar-se na escola evangélica da renúncia.
Desde as primeiras tarefas do Espiritismo renovador, a colônia espiritual “ Nosso Lar” tem
enviado diversas turmas ao trabalho de disseminação de valores educativos ...
- Centenas de companheiros partem daqui anualmente, aliando necessidades de
resgate ao serviço redentor; mas ainda não conseguimos os resultados
desejáveis.
- Alguns alcançaram resultados parciais nas tarefas a desenvolver,
mas a maioria tem fracassado ruidosamente. Nossos institutos de socorro
debalde movimentam medidas de assistência indispensável.
- Raríssimos conquistam algum êxito nos delicados misteres da mediunidade e da doutrinação.
Outras colônias de nossa esfera providenciam tarefas da mesma
natureza, mas pouquíssimos são os que se lembram das realidades eternas,
no “outro lado do véu”... A ignorância domina a maioria das consciências
encarnadas. E a ignorância é mãe das misérias, das fraquezas, dos crimes...
- Grandes Instrutores, nos fluidos da_carne, amedrontam-se por sua vez, diante
dos atritos humanos, e se recolhem, indevidamente, na concepção que lhes é
própria.
- Esquecem-se de que Jesus não esperou que os homens lhe
atingissem as glórias magnificentes e que, ao invés, desceu até ao plano dos
homens para amar, ensinar e servir. Não exigiu que as criaturas se fizessem
imediatamente iguais a Ele, mas fêz-se como os homens, para ajudá-los na
vida áspera.
Se o Mestre divino adotou essa norma, que dizer das nossas
obrigações de criaturas falidas?
Abstraindo-nos das necessidades imensas de outros grupos,
procuremos identificar as falhas existentes naqueles que nos são afins.
Em derredor de nós mesmos, os laços pessoais constituem extenso
campo de atividade para o testemunho.
Cesse, para nós outros, a concepção de que a Terra é o vale
tenebroso, destinado a quedas lamentáveis, e agasalhemos a certeza de que a esfera carnal é única grande oficina de trabalho redentor. Preparemo-nos para
a cooperação eficiente e indispensável. Esqueçamos os erros do passado e
lembremo-nos de nossas obrigações fundamentais.
A causa geral dos desastres mediúnicos é a ausência da noção de
responsabilidade e da recordação do dever a cumprir.
- Quantos de vós fostes abonados, aqui, por generosos benfeitores que
buscaram auxiliar-vos, condoídos de vosso pretérito cruel?
- Quantos de vós
partistes, entusiastas, formulando enormes promessas?
(Ver: Processus de reencarnação)
Entretanto, não
soubestes recapitular dignamente, para aprender a servir, conforme os
desígnios superiores do Eterno...
- Quando o Senhor vos enviava possibilidades
materiais para o necessário, regressáveis à ambição desmedida
- ante o
acréscimo de misericórdia do labor intensificado, agarrastes a ideia da
existência cômoda
- junto às experiências afetivas, preferistes os desvios seriais
ao lado da família, voltastes à tirania doméstica, e sob interesses da vida
eterna sobrepusestes as sugestões interiores da preguiça e da vaidade.
- Destes-vos, na maioria, a palavra sem responsabilidade e à indagação sem
discernimento, amontoando atividades inúteis.
- Como médiuns, muitos de vós
preferíeis a inconsciência de vós mesmos
- como doutrinadores, formuláveis
conceitos para exportação, jamais para uso próprio.
Que resultados atingimos? Grandes massas batem às fontes do Espiritismo sagrado, tão só no propósito de lhe mancharem as águas...
- Não são
procuradores do Reino de Deus os que lhe forçam, desse modo, as portas, e
sim caçadores dos interesses pessoais.
- São os sequiosos da facilidade, os
amigos do menor esforço, os preguiçosos e delinqüentes de todas as
situações, que desejam ouvir os Espíritos desencarnados, receosos da
acusação que lhes dirige a própria consciência.
- O fel da dúvida invade o
bálsamo da fé, nos corações bem intencionados.
- A sede de proteção indevida
azorraga os seguidores da ociosidade.
- A ignorância e a maldade entregam-se
as manifestações inferiores da magia negra.
Tudo porque, meus irmãos? Porque não temos sabido defender o
sagrado depósito, por termos esquecido, em nossos labores carnais, que Espiritismo é revelação divina para a renovação fundamental dos homens. Não
atendemos, ainda, como se faz indispensável, a construção do “Reino de
Deus” em nós.
Contudo, não abandonemos nossos deveres a meio da tarefa.
Voltemos ao campo, retificando as semeaduras. O Ministério da Comunicação
vem incentivando esse movimento renovador. Necessitamos de servidores de
boa vontade, leais ao espírito da fé. Não serão admitidos os que não
desejarem conhecer a glória oculta da cruz do testemunho, nem atendem aqui
os que se aproximem com objetivos diferentes.
Aqui estamos todos, companheiros da Comunicação, endividados com
o mundo, mas esperançosos de êxito em nossa tarefa permanente.
Levantemos o olhar, o Senhor renova diariamente nossas benditas
oportunidades de trabalho, mas, para atingirmos os resultados precisos, é
imprescindível sejamos seguidores da renunciação ao inferior. Nenhum de nós,
dos que aqui nos encontramos, está livre do ciclo de reencarnações na Crosta,
portanto, somos sequiosos de Vida Eterna. Não olvidemos, desse modo, o
Calvário de Nosso Senhor, convictos de que toda saída dos planos mais baixos
deve ser uma subida para a esfera superior. E ninguém espere subir,
espiritualmente, sem esforço, sem suor e sem lágrimas .
[103 - capítulo 6]
André Luiz

O acaso não define responsabilidades nem atende a
construção séria. A edificação espiritual pede esforço e dedicação.
- Assim como
os navios do mundo necessitam de âncoras fortes para atenderem
eficientemente à sua tarefa nos portos,
- também nós precisamos de irmãos
corajosos e abnegados que façam o papel de âncoras entre as criaturas
encarnadas, a fim de que, por elas, possam os grandes benfeitores da
Espiritualidade Superior se fazerem sentir entre os homens ainda animalizados,
ignorantes e infelizes.
[103 - página 183]
André Luiz
Companheiros!
Estamos engajados na construção espiritual da Era Nova.
Convençamo-nos, porém, de que o trabalho é muito mais amplo na intimidade de nós mesmos, do que no plano externo da ação a desenvolver.
- Educar-nos para educar.
- Ensinar, a fim de que aprendamos.
- Auxiliar para sermos auxiliados.
- Honrar a cultura da inteligência com o burilamento do coração.
- A obra é de todos. Cada qual de nós, entretanto, está situado em tarefa diferente.
- Imperioso estudar, de modo a conhecer-nos, e conhecer-nos para identificar o que se nos faz necessário.
- Ninguém dispõe da luz que não acendeu em si mesmo, no entanto, nenhum de nós está desvalido de recursos, a fim de se iluminar.
- Aceitar-nos tais quais somos, de
maneira a servirmos com a realidade que nos é própria e aceitar os outros na condição que os assinala.
- Reconhecer que não nos encontramos num torneio de triunfos angélicos e sim numa concorrência benéfica, à procura de conquistas humanas.
- Sejamos hoje melhores do que ontem.
- Não nos detenhamos na impossibilidade de oferecer prodígios de grandeza de um instante para outro, mas não busquemos interromper a empreitada de redenção e de amor a que nos empenhamos. Nunca desconsiderar a ninguém.
- Observar que os outros, perante Deus, são portadores de mensagem determinada, qual sucede a nós mesmos.
- Se caímos pelo fascínio da ilusão, é imperioso reerguer-nos, voluntariamente, tão depressa quanto se nos faça possível, com os valores da experiência.
- Saber que tentação é sinônimo de passado.
- “Aqui” e “agora” são posições de espaço e tempo em que a divina Providência nos permite plantar e replantar o futuro e o destino
- Ante a dificuldade — servir.
- Diante da incompreensão — servir mais.
- Do trabalho nasce a luz para o caminho.
- Da caridade surge a solução essencial para todos os problemas.
- Oração e atividade.
- Crer e construir.
Entender que nos achamos convidados pelo Cristo de Deus, através de Allan Kardec, para compreender auxiliando e renovar amando e iluminando, instruindo e abençoando na edificação do Mundo Novo.
- Somos livres por dentro de nós, na escolha de decisões e diretrizes;
- servos da disciplina, no campo exterior de nossas realizações, sustentando a segurança que devemos à harmonia do próximo
- lidadores do bem comum, através de obrigações formadas em estruturas diversas para cada um de nós
- e cultivadores da Verdade sob o compromisso de melhorar-nos em serviço constante.
E acima de tudo, unidos sempre.
Assim venceremos.
[120 - página 43]
EMMANUEL
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