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Convidando a cristandade ao estudo meditativo do Espiritismo, à luz do Evangelho, eu tenho principalmente em vista desviar os meus irmãos da
Terra do desejo do maravilhoso, que geralmente é o que mais preocupa os que se iniciam no estudo da Nova Revelação.
O Espiritismo não consiste nesse contínuo permutar de idéias com os que se foram da vida transitória da matéria, apenas trazendo ao homem a embriaguez das maravilhas que lhe assombram o espírito ávido dos segredos da vida de além-túmulo. Não, absolutamente; ele é uma dádiva de N.S. Jesus-Cristo e como tal constitui uma doutrina santa e pura, cuja prática realiza um princípio de utilidade para os povos aos quais foi feita a promessa da vinda do Consolador.
E essa é a razão por que, àqueles que o desconhecem, pedimos que procurem conhecê-lo pelo Evangelho.
Não nos move o intento de atacar religiões; combatemos o templo católico, como a igreja protestante, a sinagoga judaica, como a mesquita maometana, desde que neles não encontramos, como base fundamental de todo o ensino religioso, o amor a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si próprio.
E estudando-a e compreendendo-a, à luz bendita dos Santos Evangelhos, ela se habilita para, em vôos certeiros da alma, libertar-se dos pauis da terra para a felicidade suprema! É pela sua meditação que o homem logra saber que, vindo de uma série de existências, ele é a larva imunda a passar através dos seus crimes e erros, até encontrar no Evangelho o casulo onde se deve transformar em crisálida para o jardim do céu! E, assim, ele consegue a explicação para um sem-número de fatos que até então lhe pareciam anômalos e absurdos, encontrando um apoio para a sua fé, um abrigo para as suas tristezas, um bálsamo para as suas dores. E bendiz o pobre a sua pobreza e o operário humilde oscula os calos que nas suas pesadas mãos se lhe afiguram outros tantos focos da luz bendita que lhe deve esclarecer o caminho, na viagem para o desconhecido. (Ver: Provas_de_riqueza e_miséria) E o rico compreende que tudo o que possui o homem, exceto a maldade, vem de Deus e que, portanto, ele deve ao menos tirar do seu supérfluo aquilo com que minore os sofrimentos dos seus irmãos, lázaros que, talvez, um dia lhe estenderão a mão para mostrarem Jesus. E o homem começa a compreender o Criador que, nas páginas sagradas do livro do seu Amado Filho, se lhe manifesta esplendorosamente, como o Deus do amor e da misericórdia, como o Pai que não quer a morte do pecador e sim a sua salvação (50). E assim se esboroa o inferno, essa criação absurda da Igreja; despontam na alma do crente as alvoradas da fé e da esperança na misericórdia divina, que lhe asseguram que nem tudo está perdido, por maiores que sejam as faltas cometidas; e, animada desses puros sentimentos, a criatura, dia a dia, instante a instante, procura desprender-se das lepras do pecado, olhos fixos na sacrossanta imagem do divino Nazareno, a cujo pálio de amor se acolhe, em busca da luz que lhe deve iluminar a estrada, cheia de abrolhos, da sua regeneração. E o homem compreende a lei da reencarnação, a lei das misericórdias, essa lei sublime em virtude, da qual pode o Espírito indefinidamente reabilitar-se, compreendendo o grande amor de Deus pelas suas criaturas, amor que ele, por sua vez, deve também distribuir pelos seus semelhantes, pelo perdão indefinido das injúrias, das calúnias, da maldade, enfim, que deles tenha, porventura, recebido.\ ______________________________________________ |
DESAPARECIDOS (Crianças e Adolescentes)
