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Pode
acontecer que a fascinação exercida pelo mau Espírito seja de tal ordem que o subjugado
não a perceba. Nesses caso uma terceira pessoa poderá fazer que cesse a
sujeição da outra. Sendo, esta terceira pessoa, uma pessoa de bem, a sua
vontade poderá ter
eficácia, desde que apele para o concurso dos bons Espíritos, porque, quanto
mais digna for a pessoa, tanto maior poder terá sobre os Espíritos imperfeitos, para afastá-los, e sobre os bons, para os atrair. Todavia, nada poderá, se o que estiver subjugado
não lhe prestar o seu concurso. Há pessoas a quem agrada uma
dependência que lhes lisonjeia os gostos e os desejos. Qualquer, porém,
que seja o caso, aquele que não tiver puro o coração nenhuma influência
exercerá. Os bons Espíritos não lhe atendem ao chamado e os maus não o
temem.
Certas pessoas exercem sobre outras uma espécie de
fascinação que
parece
irresistível. Quando isso se dá no sentido do mal, são maus Espíritos, de
que outros Espíritos
também maus se servem para subjugá-las. Deus permite que tal coisa ocorra para
vos
experimentar.
Há, Espíritos obsessores sem maldade, que alguma coisa mesmo denotam de bom, mas dominados pelo orgulho do falso saber. Têm suas ideias, seus sistemas sobre as ciências, a economia social, a moral, a religião, a filosofia, e querem fazer que suas opiniões prevaleçam. Para esse efeito, procuram médiuns bastante crédulos para os aceitar de olhos fechados e que eles fascinam, a fim de os impedir de discernirem o verdadeiro do falso. São os mais perigosos, porque os sofismas nada lhes custam e podem tornar cridas as mais ridículas utopias. Como conhecem o prestígio dos grandes nomes, não escrupulizam em se adornarem com um daqueles diante dos quais todos se inclinam, e não recuam sequer ante o sacrilégio de se dizerem Jesus, a Virgem Maria, ou um santo venerado. Procuram deslumbrar por meio de uma linguagem empolada, mais pretensiosa do que profunda, eriçada de termos técnicos e recheada das retumbantes palavras caridade e moral. Cuidadosamente evitarão dar um mau conselho, porque bem sabem que seriam repelidos. Daí vem que os que são por eles enganados os defendem, dizendo: Bem vedes que nada dizem de mau. A moral, porém, para esses Espíritos é simples passaporte, é o que menos os preocupa. O que querem, acima de tudo, é impor suas ideias por mais disparatadas que sejam.
Os Espíritos dados a sistemas são geralmente
escrevinhadores, pelo que buscam os médiuns que escrevem com facilidade e dos quais tratam de fazer instrumentos
dóceis e, sobretudo, entusiastas, fascinando-os.
São quase sempre verbosos, muito prolixos, procurando compensar a qualidade
pela quantidade. Comprazem-se em ditar, aos seus intérpretes, volumosos
escritos indigestos e freqüentemente pouco inteligíveis, que, felizmente, têm
por antídoto a impossibilidade material de serem lidos pelas massas. Os
Espíritos verdadeiramente superiores são sóbrios de palavras; dizem muita
coisa em poucas frases. Segue-se que aquela fecundidade prodigiosa deve sempre
ser suspeita.Nunca será demais toda a circunspecção, quando se trate de publicar semelhantes escritos. As utopias e as excentricidades, que neles por vezes abundam e chocam o bom-senso, produzem lamentável impressão nas pessoas ainda noviças na Doutrina, dando-lhes uma ideia falsa do Espiritismo, sem mesmo se levar em conta que são armas de que se servem seus inimigos, para ridicularizá-lo. Entre tais publicações, algumas há que, sem serem más e sem provirem de um obsessão, podem considerar-se imprudentes, intempestivas, ou desazadas.
A fascinação é o processo de
obsessão mais grave. É allan Kardec ainda quem
assim se refere, falando dessa situação obsessiva: "A
tarefa de desobsessão se torna mais fácil quando o obsedado, compreendendo
a sua situação, oferece o concurso da sua vontade e das suas preces. Dá-se o
contrário quando, seduzido pelo obsessor.Na fascinação, existe um mecanismo de profunda ilusão instalada na mente enferma do paciente. Ele afeta as faculdades intelectuais, distorcendo o raciocínio, a capacidade de julgamento e a razão. o Espírito obsessor engana o doente explorando suas fraquezas morais, iludindo-o com falsas promessas.Um fascinado não admite que está obsediado. O defeito moral que provoca a fascinação é o orgulho. Infelizmente todos nós seres humanos ainda temos essa erva daninha na intimidade da alma. Bons valores mediúnicos já se perderam por causa da supervalorização que algumas pessoas deram ao seu amor próprio.Os Espíritos fascinadores são hipócritas. Não possuem qualquer receio de se enfeitar com nomes honrados e, mesmo assim, levarem suas vítimas a tomarem atitudes ridículas perante a coletividade. A fascinação é mais comum do que se pensa. Atualmente, atinge o Movimento Espírita como uma doença moral muito séria. É ela a responsável pela edição de livros anti-doutrinários e comprometedores existentes no mercado da literatura espírita em bom número. Essas obras são escritas por médiuns e escritores vaidosos, que sob o império da fascinação, não se dão conta do ridículo a que se submetem.Também é a fascinação a responsável por inúmeras condutas esdrúxulas observadas em centros espíritas, tais como a entoação de cânticos, utilização de roupas e paramentos nas sessões, uso de cromoterapia, transformação da tribuna em anedotário etc.Os intelectuais, embora instruídos, não estão livres da fascinação. Alguns desses indivíduos, por confiarem excessivamente no seu pretenso saber, tornaram-se instrumentos de Espíritos fascinadores e passaram a divulgar no Movimento Espírita conceitos anti-doutrinários nocivos à fé espírita.Allan Kardec alerta para outro grave perigo: o da fascinação de grupos espíritas. Iniciantes afoitos e inexperientes podem cair vítimas de Espíritos embusteiros que se comprazem em exercer domínio sob todos aqueles que lhes dão ouvidos, manifestando-se algumas vezes como guias e outras como Espíritos de outra natureza. A fascinação também pode cair sobre grupos experientes que se julguem maduros o suficiente para ficarem livres de sua danosa influência. O orgulho e o sentimento de superioridade é a porta larga para a entrada dos Espíritos fascinadores. Portanto, deve-se tomar todo o cuidado quando na direção de centros espíritas e das sessões de atividades mediúnicas. Os dirigentes são alvos preferidos dos Espíritos hipócritas que, dominando-os, podem mais facilmente dominar o grupo. http://www.espirito.org.br/portal/artigos/gebm/tecnicas-de-desobsessao.html (Link desativado) José Queid Tufaile Huaixan
Um
caso grave de Fascinação:... É
uma dessas pobres almas que terá deixado o círculo carnal sob o império de terrível obsessão,
tão terrível que não terá podido recolher o amparo espiritual das caridosas
legiões que operam nos túmulos. Indubitavelmente, largou o corpo
denso sob absoluta subjugação mental,
caindo em problemas angustiantes....Nosso
desventurado amigo encontra-se sob terrível hipnose. Inegavelmente, foi
conduzido a essa posição por adversários temíveis, que, decerto, para torturá-lo, fixaram-lhe a mente em alguma penosa recordação.
... Para atingir a miserabilidade em que se encontra, nosso irmão terá
acumulado débitos sobremaneira escabrosos.
... Desintegremos as forças magnéticas que lhe constringem os centros
vitais e ajudemos-lhe a memória, para que se liberte e fale. [83
página 39 e 41] |
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