____As
manifestações aparentes mais comuns se dão durante o sono,
por meio dos sonhos:
são as visões. Os limites deste estudo não comportam o exame de todas as particularidades que os sonhos podem apresentar.
Resumiremos tudo, dizendo que eles podem
ser:
- uma
visão atual das coisas presentes, ou ausentes;
- uma
visão retrospectiva do passado
e,
- em
alguns casos excepcionais, um pressentimento do futuro.
- Também
muitas vezes são quadros alegóricos que os
Espíritos nos põem sob as vistas, para dar-nos úteis
avisos e salutares conselhos, se se trata de Espíritos bons;
- para
induzir-nos em erro e nos lisonjear
as paixões, se são Espíritos imperfeitos os que no-lo apresentam.
____A teoria que se segue aplica-se aos sonhos, como a
todos os outros casos de aparições. (Veja-se: O Livro dos Espíritos, ns. 400 e seguintes.) ____Temos
para nós que faríamos uma injúria aos nossos leitores, se nos propuséssemos
a demonstrar o que há de absurdo e ridículo no que vulgarmente se chama
a interpretação dos sonhos.
[17b - página 139 item 101]
____Dissemos
que as aparições têm algo de vaporoso. Em certos casos, poder-se-ia
compará-las à imagem que se reflete num espelho sem aço e que, não obstante
a sua nitidez, não impede se vejam os
objetos que lhe estão por detrás. Geralmente, é assim
que os médiuns_videntes as percebem. Eles as vêem ir e vir, entrar num aposento, sair
dele, andar por entre os vivos com ares, pelo menos se se trata de Espíritos
comuns, de participarem ativamente de
tudo o que os homens fazem ao derredor deles, de se interessarem
por tudo isso, de ouvirem o que dizem os humanos. Com freqüência são vistos
a se aproximar de uma pessoa, a lhe insuflar ideias, a influenciá-la, a
consolá-la, se pertencem à categoria
dos bons, a escarnecê-la, se são malignos, a se mostrar tristes ou satisfeitos
com os resultados que logram. Numa palavra: constituem como que o forro do
mundo corpóreo.
[17b - página 141 item 103] O
Espírito, que quer ou pode fazer-se visível, reveste às vezes uma forma ainda mais precisa, com todas as aparências de
um corpo sólido, ao ponto de causar completa
ilusão e dar a crer, aos que observam a aparição, que têm diante de si um
ser corpóreo. Em alguns casos,
finalmente, e sob o império de certas circunstancias, a tangibilidade se pode tornar real, isto é, possível se torna ao
observador tocar, palpar, sentir, na aparição, a mesma resistência, o mesmo
calor que num corpo vivo, o que não
impede que a tangibilidade se desvaneça com a rapidez do relâmpago.
Nesses casos, já não é somente com o olhar que se nota a presença do Espírito,
mas também pelo sentido tátil. ____Dado
se possa atribuir à ilusão ou a uma espécie de fascinação a aparição simplesmente visual, o mesmo já não ocorre
quando se consegue segurá-la, palpá-la, quando
ela própria segura o observador e o abraça, circunstâncias em que nenhuma dúvida mais é lícita. ____Os
fatos de aparições_tangíveis são os mais raros; porém, os que se têm dado nestes últimos tempos, pela influência de
alguns médiuns de grande poder (1) e absolutamente autenticados por
testemunhos irrecusáveis, provam e explicam o que a história
refere acerca de pessoas que, depois de mortas, se mostraram com todas as aparências da realidade. ____Todavia,
conforme já dissemos, por mais extraordinários que sejam, tais fenômenos
perdem inteiramente todo caráter de maravilhosos, quando conhecida a maneira
por que se produzem e quando se compreende que, longe de constituírem uma derrogação das leis da Natureza, são apenas
efeito de uma aplicação dessas leis.
[17b - página 141 item 104] (1)
Entre outros, o Sr. Home. (Ver: Casos de Materialização) ____Longe
estamos de considerar como absoluta e como sendo a última palavra a
teoria que apresentamos. Novos estudos sem dúvida a completarão, ou
retificarão mais tarde; entretanto, por
mais incompleta ou imperfeita que seja ainda hoje, sempre pode
auxiliar o estudioso a reconhecer a possibilidade dos fatos, por efeito de
causas que nada têm de sobrenaturais. Se
é uma hipótese, não se lhe pode contudo negar o mérito
da racionalidade e da probabilidade e, como tal, vale tanto, pelo menos, quanto todas as explicações que os negadores
formulam, para provar que nos fenômenos
espíritas só há ilusão, fantasmagoria e subterfúgios. [17b - página 146 item 110] |