GUIA.HEU
22 Anos
Ser cristão
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  • Ser cristão, outrora, simbolizava a escolha da experiência mais nobre, com o dever de exemplificar o padrão de conduta consagrado pelo Mestre Divino. Constituía ininterrupto combate ao mal com as armas do bem, manifestação ativa do amor contra o ódio, segurança de vitória da luz contra as sombras, triunfo inconteste da paz construtiva sobre a discórdia destruidora.
  • Ante o Estado Romano, convertido em imperialismo e corrupção, os sectários do Evangelho não se expunham a polêmicas mordazes, não se enredavam nas teias do personalismo dissolvente, não dilapidavam possibilidades preciosas, a erigir fronteiras dogmáticas ... Entreamavam-se em nome do Senhor, e ofereciam a própria vida, em penhor de gratidão Àquele que não trepidava em seguir para a Cruz, por amor a todos nós. Erguiam os seus mais sublimes santuários na comunhão com os princípios santificantes que os identificavam com o Salvador do Mundo. Sabiam perder vantagens transitórias, para conquistar os lmperecíveis tesouros celestiais. Sacrificavam-se uns pelos outros, na viva demonstração do devotamento fraternal. Repartiam os sofrimentos e multiplicavam os júbilos entre si. Morriam em testemunhos angustio­sos, para alcançar a vida eterna. Guerreavam os desequilíbrios de sua época e de seus contemporâneos, não a golpes de maldição, nem a fio de espada, mas pela prática da renunciação, submetendo-se a disciplinas cruéis e revelando, nas palavras, nos pensamentos e nos atos, a mensagem sublime do Mestre que lhes renovara os corações.
  • Entretanto, herdeiros que sois daqueles heróis anônimos, que transitaram nas aflições, de espírito edificado nas promessas do Cristo,
    • que fizestes vós da esperança transformadora, da confiança sem vacilação?
    • Onde colocastes a viva que os vossos patriarcas adquiriram a preço de sangue e de lágrimas?
    • que é do espírito de fraternidade que assinalava os aprendizes da Boa-Nova?
    Enriquecidos pelas graças do Céu, pouco a pouco olvidastes as portas da Revelação Divina em troca das comodidades humanas.
  • Construístes, entre vós mesmos, barreiras dificilmente transponíveis.
  • Intoxica-vos o dogmatismo, corrompe-vos a secessão. Estreitas interpretações do plano divino vos obscurecem os horizontes mentais.
  • Abris hostilidade franca, em nome do Reino de Deus que significa amor universal e união eterna.
  • Conspurcais a fonte das bênçãos, amaldiçoando-vos uns aos outros, invocando, para isso, o Príncipe da Paz, que, para ajudar-nos, não hesitou ante a própria morte afrontosa.
  • A que delírio chegastes, estabelecendo mútua concorrência à imaginária obtenção de privilégios divinos?
  • Antigamente, os companheiros do Cristo disputavam a oportunidade de servir; no entanto, na atualidade, procurais as mínimas ocasiões de serdes servidos.
  • Reverenciais do Senhor a Luz dos Séculos, e mantendes-vos nas sombras do nefando egoísmo.
  • Proclamais nEle a glória da paz, e incentivas a guerra fratricida, em que homens e instituições se trucidam reciprocamente.
  • Recorreis ao Divino Mestre, centralizando em sua infinita bondade a fonte inesgotável do amor; entretanto, cultivas a desarmonia no recôndito do ser.
  • Por que estranhas convicções supondes conquistar o paraíso, à força de afirmativas labiais?
  • Esquecestes que o verbo, divino em seus fundamentos, é sempre criador? como admitir a redenção ao preço de simples palavras a que nenhum significado objetivo emprestais pelas atitudes?
  • Todavia, é imperioso reconhecer o caráter sublime de vossa tarefa no mundo.
  • Jesus fundou a Religiãodo Amor Universal, que os sacerdotes políticos dividiram em várias escolas orientadas pelo sectarismo injustificável.
  • Mau grado esse erro lastimável dos homens, a essência dos vossos princípios é aquela mesma que sustentou a coragem e a nobreza dos trabalhadores sacrificados nos primeiros dias do Cristianismo.
  • Porque alguns missionários das verdades religiosas olvidassem a Paternidade Divina e se permitissem desmandos da autoridade, preferindo a opressão e a tirania, não sois menos responsáveis, agora, pelos sagrados depósitos que Jesus nos confiou, destinados aos serviços de elevação humana e de santificação da Terra.
  • O Evangelho, em suas bases, guarda a beleza do primeiro dia. Sofisma algum conseguiu empanar o brilho de « amai-vos uns aos outros, como eu vos amei»...
  • Perante os desafios do Céu, credes, acaso, servir a Deus, encarcerando os serviços da fé nos templos suntuosos? a pompa do culto exterior só faz realçar o desatino de vossas perigosas ilusões acerca da vida espiritual.
  • Infrutífera seria a divina missão do Mestre, se a Boa-Nova permanecesse circunscrita às trincheiras sectárias, onde presunçosamente vos refugiais, com o objetivo de inflamar a execranda fogueira das hostilidades simuladamente cordiais.
  • Não encontrastes outra fórmula de externar a crença, além da concorrência menos digna?
  • Em vão ergueis castelos de opinião para o verbalismo sem obras, porque, se a morte surpreende o materialista revel, descortinando-lhe o realismo da vida, o túmulo abre também o tribunal da reta justiça a quantos se valeram da religião para melhor dissimular a indiferença que lhes povoa o mundo Intimo.
  • Não julgueis esteja a fé consagrada ao menor esforço.
  • Qual ocorre à ciência, a religião tem o seu trabalho específico no mundo. Força equilibrante do pensamento, seus servidores são chamados a colaborar na harmonia da mente_humana.
  • Na atuação da fé positiva reside a força reguladora das paixões, dos impulsos irresistíveis da animalidade de que todos emergimos, no processo evolucionário que nos preside à existência.
  • Jesus, por isto, não confinou seus ensinamentos ao círculo estreito dos templos de pedra
    • Reverenciou, em verdade, os monumentos que recordassem os «lugares santos da oração», consagrados às manifestações superiores do espírito; entretanto, não se cristalizou nas atitudes adorativas: viveu conquistando amigos para o Reino do Céu.
    • Não impôs aos seus seguidores normas rígidas de ação: pedia-lhes amor e entendimento, fé sincera e bom ânimo para os serviços edificantes.
    • Aproximando-se de Madalena, não extravaga em baldas conversações: interessa-lhe o coração no sublime apostolado renovador.
    • Visitando Zaqueu, abençoa-lhe o esforço nobre e construtivo.
    • Dirigindo-se à mulher samaritana, não desce às contendas inúteis: impressiona-a pelo contacto de sua alma divina, fazendo-a abandonar o velho cântaro da fantasia, para que busque as fontes eternas.
    • Convivendo com cegos e leprosos, loucos e doentes de todos os matizes, exemplificou a vida social, baseada na fraternidade mais pura e nos mais elevados estímulos à santificação.
    • Por fim, imolado na cruz, seus dois últimos companheiros eram ladrões confessos, aos quais não hesitou dirigir a palavra fraterna, inflamada de amor.
  • Como invocar-lhe o nome para justificar os desvarios da separação por motivos de fé? como apoiar-se no Amigo de Todos para deflagrar embates de opinião, acendendo fogueiras de ódio em prejuízo da solidariedade comum que Ele exemplificou até ao supremo sacrifício? Não será denegrir-lhe a memória, difundir a discórdia em seu nome?
  • Não se vos reclama a transferência do depósito espiritual da crença veneranda. Em todos os setores, onde a sementeira do Cristo desabrocha, é possível honrar a Divina Lei, gravando-lhe os parágrafos sublimes no coração. O que se pede do vosso espírito de crença é o aproveitamento das bênçãos celestiais esparzidas sobre vós em caudalosas correntes de luz.
  • Não limiteis, portanto, a demonstração da confiança no Altíssimo aos cerimoniais do culto externo. Varrei a indiferença que vos enregela as basílicas suntuosas. Convertamo-nos em verdadeiros irmãos uns dos outros. Transformemos a igreja no doce lar da família cristã, quaisquer que sejam as nossas interpretações. Esqueçamos a falsa afirmativa de que os tempos apostólicos passaram para sempre. Cada aprendiz do Evangelho guarda, na própria vida, um reduto destinado ao culto vivo do Divino Mestre, perante o qual escoa a multidão dos necessitados, todos os dias...
  • Amando e socorrendo, crendo e agindo, Jesus amparou a mente desequilibrada do mundo greco­ romano, infundindo-lhe vida nova, em favor da Humanidade mais feliz. Assim, igualmente, cada discípulo da fé redentora pode e deve cooperar no reerguimento dos irmãos frágeis e vacilantes.
  • Fugi ao farisaísmo dos tempos modernos que se recusa ao auxílio fraternal, em nome do gênio satânico do cisma dogmático. Jesus nunca foi pregador da desarmonia, jamais endossou a vaidade petulante dos que pelos lábios se declaram puros, mantendo o coração atascado no lodo miasmático do orgulho e do egoísmo fatais!
  • Mobilizemos nossa confiança no Todo-Misericordioso, dilatando-lhe o reino bendito de redenção.
  • Aguardar o Céu, menosprezando a Terra, é obra de insensatez.
  • Nenhum de nós peitará a Justiça Divina, embora permaneçais cultivando, muitas vezes, a ideia de um comércio ridículo com a Divindade.
  • Se um lavrador jamais é postado sem obrigações diretas diante do matagal inculto ou do pântano perigoso, como permanecer sem deveres imediatos junto às paisagens de crime e treva, de inquietação e sofrimento?!...
    • O irmão caído é nossa carga preciosa,
    • a dificuldade é nosso incentivo santo,
    • a dor nossa escola purificadora.
  • Abracemo-nos, pois, uns aos outros, em nome do Cordeiro de Deus, que nos reformou a mente, alçando-a a planos superiores pela ascensão gloriosa, através do sacrifício.
  • Somente assim, meus amigos, é possível atender à elevada destinação que nos cabe.
  • Diante do mundo periclitante, alucinado por ambições rasteiras e dominado pelo ódio e pela miséria, seqüências das guerras incessantes e aniqüiladoras, harmonizemo-nos em Jesus-Cristo, a fim de equilibrarmos a esfera carnal.
  • Sombras perturbadoras vagueiam em torno de vossos passos e de vossas instituições, em ronda sinistra.
  • Evitai a subversão dos valores espirituais, afugentai as trevas que vos ameaçam as organizações político-religiosas. Temei a ciência que estadeie sem a sabedoria, livrai-vos do raciocínio que calcula sem amor, revisai a fé para que seus impulsos não se desordenem, à míngua de edificação.
  • A Crosta da Terra é atualmente um campo de batalha mais áspera, mais dolorosa...
  • Despertai a consciência adormecida e afeiçoai-vos à Lei Divina, olvidando o cativeiro multissecular da ilusão.
  • A salvação é contínuo trabalho de renovação e de aprimoramento.
  • Ao mundo atormentado proclamemos a nossa fé em Cristo Jesus para sempre!...

[25 páginas 202/209] - André Luiz

Toda criança precisa de: Amor;  Afeto;  EducaçãoSaúde;  Esperança  e  Fé raciocinada
DESAPARECIDOS (Crianças e Adolescentes)