____Há inconveniente em
desenvolver-se a mediunidade nas crianças. É muito perigoso, pois que
esses organismos débeis e delicados sofreriam por essa forma grandes abalos, e
as respectivas imaginações excessiva sobreexcitação. Assim, os pais
prudentes devem afastá-las dessas ideias, ou, quando nada, não lhes falar do
assunto, senão do ponto de vista das conseqüências morais.
____Há, no entanto, crianças que são médiuns_naturalmente, quer de_efeitos_físicos, quer de_escrita e de_visões. Neste caso não apresenta o mesmo inconveniente, quando numa criança a
faculdade se mostra espontânea, é que está na sua natureza e que a sua
constituição se presta a isso. O mesmo não acontece, quando é
provocada e sobreexcitada. Nota que a criança, que tem visões,
geralmente não se impressiona com estas, que lhe parecem coisa naturalíssima, a
que dá muito pouca atenção e quase sempre esquece. Mais tarde, o fato
lhe volta à memória e ela o explica facilmente, se conhece
o Espiritismo.
____Não há idade precisa para se ocupar de mediunidade,
sem inconvenientes, tudo dependendo inteiramente do desenvolvimento físico e, ainda
mais, do desenvolvimento moral. Há crianças de doze anos a quem
tal coisa afetará menos do que a algumas pessoas já feitas. Falo da
mediunidade, em geral; porém,a de efeitos físicos é mais fatigante
para o corpo; a da escrita tem outro inconveniente, derivado da inexperiência
da criança, dado o caso de ela querer entregar-se a sós ao exercício da sua
faculdade e fazer disso um brinquedo. [17b - página 264 item 221] ____Ora, não se podendo esperar de uma criança a gravidade necessária a
semelhante ato, muito de temer é que ela faça disso um brinquedo, se ficar
entregue a si mesma. Ainda nas condições mais favoráveis, é de desejar que
uma criança dotada de faculdade_mediúnica não a exercite, senão sob a
vigilância de pessoas experientes, que lhe ensinem, pelo exemplo, o respeito
devido às almas dos que viveram no mundo. Por aí se vê que a questão de
idade está subordinada às circunstâncias, assim de temperamento, como de
caráter. Todavia, o que ressalta com clareza das respostas acima é que não se
deve forçar o desenvolvimento dessas faculdades nas crianças, quando não é espontânea.
[17b - página 266 item 222] |