GUIA.HEU
20 Anos
Relato sobre Subconsciente e Comunicabilidade
Crianças e Adolescentes
DESAPARECIDOS

____Esta narrativa tiro-a de uma brochura intitulada Blaire’s Letters, communicated by James Blaire Williams to his mother (Cartas de Blaire, escritas por James Blaire Williams à sua mãe). A mãe do autor das cartas (morto aos 30 anos, em 1918) começa por dizer que, não podendo consolar-se da morte de seu único filho, desejou pôr-se mediunicamente cm comunicação com ele. Para esse fim, aconselharam-lhe fosse à Direção do British College of Psychical Science. Foi na sede dessa importante instituição que ela chegou a experimentar sucessivamente, com quatro dos melhores médiuns, obtendo por eles numerosas provas de identificação pessoal de seu filho, provas revestidas de alto valor cumulativo, porque provinham de quatro médiuns diversos, que a desconheciam completamente. Por um deles – uma senhora dotada de faculdade para a escrita_mediúnica – foi que recebeu do filho a série de mensagens que se contêm na brochura com que nos ocupamos.
____À página 105, o defunto retoma o tema da crise da morte, dizendo:

  • “Esta noite, quero tentar fazer-te compreender o que significa o achar-se a gente de súbito sem corpo... Minha primeira impressão foi a consciência de ter simultaneamente presentes à memória uma imensidade de lembranças e de coisas diferentes. Deduzi daí que esse fato singular devia ser atribuído a uma espécie de sonho provocado pela febre. Apercebi-me, em seguida, de que já não tinha nenhuma ideia do tempo, não chegando a fazer um conceito exato do meu passado, do meu presente e do meu futuro. Com efeito, essas categorias do vosso tempo se me apresentavam à mente de maneira simultânea. A esse propósito, abstenho-me de informar a mamãe acerca do seu futuro, se bem eu saiba exatamente o que o futuro lhe reserva.
  • Em tais condições deveis compreender que, com essa imensa expansão das faculdades da inteligência, fácil não é haurirmos, em nossas recordações, um dado fato, muitas vezes insignificante, a cujo respeito os vivos nos interrogam. Já vou começando a ficar menos embaraçado quando me dirigem perguntas desta natureza; mas, a princípio, fora incapaz de responder a qualquer pergunta. Além disso, não esqueçais que, quando aqui venho, sou obrigado a comprimir a minha mente, a ponto de reduzi-la às proporções acanhadas da dos vivos. Segue-se que, quando me interrogam sobre o meu passado, não consigo esclarecer-me senão retomando, por instantes, as minhas condições espirituais de expansão intelectual, para, em seguida, comprimir de novo a minha mente, até reduzi-la às proporções humanas e achar-me assim na condição de ter que empregar inauditos esforços para me lembrar da resposta que formulei no estado de livre expansão espiritual e que logo esqueci, ou quase, no estado de mentalidade reduzida para as necessidades do momento.
  • ... Procurei conhecer qual era o estado de meu Espírito, quando me achava aprisionado e diminuído no corpo. Eis aqui: verifiquei que o corpo se pode comparar a uma roupa muito apertada, de que o Espírito se reveste; trata-se, porém, de uma roupa que não contém mais do que uma seção especial do Espírito, porquanto a parte, que é de muito a mais importante da nossa personalidade espiritual, se conserva em estado latente, quase inconsciente, nas profundezas da subconsciência. Mas, quando o Espírito se desembaraça do corpo, as coisas mudam de aspecto; a parte latente desperta em plena eficiência, realizando todos os poderes. É essa uma sensação maravilhosa e deliciosa para os Espíritos desencarnados...” (página 116). (Ver: Gênese das Faculdades Subconscientes)

[106 - páginas 107 / 111] - (Gênova, 9 de janeiro de 1862 - 24 de junho de 1943) - Ernesto Bozzano

Ver também:
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