|
Os padres tebanos conheciam, de maneira precisa, a evidência do corpo
espiritual que pode exteriorizar-se de cada criatura para ações úteis
ou criminosas. Cultivam a mediunidade em grau avançado, atendem a complexas aplicações do magnetismo, traçam disciplinas à vida íntima e comunicam-se com os desencarnados de modo iniludível, consagrando-lhes reverência especial. Nesse campo de conhecimento mais nobre, reencarna-se Moisés como missionário da renovação, para dar à mente do povo a concepção do Deus Único, transferindo-a dos recintos iniciáticos para a praça pública. Entretanto, porque a evolução dos princípios religiosos implica sempre em levantamento dos costumes, com a elevação da alma, o desbravador enfrenta batalhas terríveis do pensamento acomodado aos circuitos da tradição em que as classes se exploram mutuamente, agravando assim os próprios compromissos, para afinal receber os fundamentos da Lei, no Sinai. Desde essa hora, o conhecimento religioso, baseado na Justiça Cósmica, generaliza-se no âmago das nações, porquanto, através da mensagem de Moisés, informa-se o homem comum de que, perante Deus, o Senhor do Universo e da Vida, é obrigado a respeitar o direito dos semelhantes para que seja igualmente respeitado, reconhecendo que ele e o próximo são irmãos entre si, filhos de um Pai Único. A religião passa, desse modo, a atuar, em sentido direto, no acrisolamento do corpo espiritual para a Vida Maior, através da educação dos hábitos humanos a se depurarem no cadinho dos séculos, preparando a chegada do Cristo, o Governador Espiritual da Terra. As ideias da justiça e da solidariedade, dos deveres coletivos e individuais com a higiene do corpo e da mente atingem ampla divulgação. [56 - página 154]
Os mais antigos capítulos da Bíblia põem em relevo algumas figuras de homens nobres, que durante a vida corpórea foram iniciadores do resto do povo. Deus nunca se associou ao homem, conforme o modo antropomórfico descrito no Gênesis, mas permitiu aos seres de que falamos tivessem, depois de libertos da carne, o poder de inspirar os que lhes sucediam.
Os preceitos que se perpetuaram até ao vosso tempo exprimiam uma parte da Verdade, e foram dados a Moisés por seus guias espirituais, sobre o cume isolado do Sinai, longe da balbúrdia de Israel e das baixas influências da Terra, pois Moisés sabia o que o homem esqueceu, que o insulamento completo é necessário à perfeita comunhão espiritual.
Moisés por sua vez influenciou inúmeras gerações na qualidade de guia de Elias. Passando intencionalmente em silêncio outras manifestações do poder espiritual, afirmamos somente que de Melquisedec ao Cristo a continuidade dessa abençoada influência não cessou. Elias, o grande mestre, o maior espírito da nação de Israel, recebeu amplamente a direção espiritual de Moisés. A veneração dos judeus por esses mestres está expressa na fábula que diz que Deus enterrou o corpo de Moisés e elevou aos céus o de Elias. É inútil garantir-vos que em tempo algum qualquer corpo material tenha sido transportado para o mundo espiritual.
[108 - página 199 / 200] |
Páginas relacionadas:
DESAPARECIDOS (Crianças e Adolescentes)
