Guiada pela angélica influência, a Igreja que traz o nome do Cristo recolheu os germens de verdade que a sua vida simbolizava, mas essas ideias envelhecidas perderam já seu principal poder.
As três ramificações da Igreja do Cristo estão de acordo para celebrar festas, em memória de certos acontecimentos da sua vida.
Aqueles que, fora da Igreja, recusaram conservar o jejum e as festas não são prudentes; separam-se de uma fração de verdade.
Mas a Igreja Cristã conserva, em recordação do seu chefe,...
- o Natal,
- a Epifania,
- a Quaresma,
- a Páscoa,
- a Ascensão
- e o Pentecoste, cada uma delas representando um acontecimento da vida de Jesus, que tem uma significação espiritual oculta.
- O Natal celebra o nascimento do espírito cuja encarnação simboliza o amor e a abnegação. O espírito sublime encerra-se na carne, devota-se animado pelo amor. É para nós a festa do esquecimento de si.
- A Epifania, representação da nova luz no mundo, é para nós a festa da compreensão espiritual. Ela não proporciona a cada um essa verdadeira luz, mas esplende bastante alto para que todos possam vê-la e ir até ela.
- O jejum da Quaresma significa perante nós os esforços da Verdade para vencer as trevas, e a Sexta-feira Santa a festa do amor, triunfando pelo sacrifício.
- Já falamos com mais altivez sobre a Páscoa.
- O Pentecoste, associado pelo Cristianismo ao batismo do espírito, tem para nós uma grande importância; simboliza a vasta expansão da verdade espiritual sobre aqueles que procuravam imitar a vida de Jesus. Essa festa é o complemento da Sexta-feira Santa. A ignorância humana esmaga a verdade que não pode compreender, mas uma bênção desce do alto domínio do espírito sobre quantos abraçaram a vida dAquele que o mundo sacrificou. É a comemoração do espírito espalhada em rios, de graças mais abundantes, da verdade mais imponente.
- A Ascensão é a festa da vida completada; da volta do Espírito à sua morada, da sua ruptura final com a matéria. Ela fecha a série da qual o Natal marca o começo. É o fim, não da vida, mas da vida terrestre, não o termo de uma existência, mas do espaço do tempo consagrado à Humanidade pelo amor e pelo devotamento. é a festa da obra concluída.
Se é preciso destruir, é preciso também conservar.
Quisemos completar o ensino que recebestes mostrando-vos as ideias espirituais ocultas sob as festas aniversárias da vossa Igreja.
Do mesmo modo como o Cristo, o Salvador dos homens, libertou a verdade do jugo da ignorância e da superstição judaica, salvamo-la hoje do peso esmagador da teologia humana.
Como Ele, grande curador das nações que quebrou os grilhões às almas progressistas e libertou-as do domínio do mal espiritual, emancipamos o espírito dos laços do dogma humano e fazemos pairar a verdade libertada de maneira que os homens a vejam e reconheçam que ela vem de Deus.
- O Natal: abnegação, sacrifício.
- A Epifania: compreensão espiritual.
- A Quaresma: conflito espiritual.
- A Sexta-feira Santa: amor triunfante.
- A Páscoa: a vida revelada.
- O Pentecoste: a difusão do Espírito.
- A Ascensão: a obra acabada.
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Médium: William Stainton Moses
(1839 - 1892) |