| Influência do meio no médium |
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É
errado alguém acreditar que precisa ser médium, para atrair a si os seres do
mundo invisível. Os Espíritos povoam o espaço; temo-los incessantemente em
torno de
nós, ao nosso lado, vendo-nos, observando-nos, intervindo em nossas reuniões,
seguindo-nos, ou evitando-nos, conforme os atraímos ou repelimos. A
faculdade_mediúnica em nada influi para isto: ela mais não é do que um meio de
comunicação.De acordo com o que dissemos acerca das causas de
simpatia_ou_antipatia dos Espíritos, facilmente se compreenderá que devemos estar cercados
daqueles que têm afinidade com o nosso próprio Espírito, conforme é este
graduado, ou degradado. Consideremos agora o
estado_moral_do_nosso_planeta e
compreenderemos de que gênero devem ser os que predominam entre os
Espíritos_errantes. Se tomarmos cada povo em particular, poderemos, pelo caráter
dominante dos habitantes, pelas suas preocupações, seus sentimentos mais ou
menos morais e humanitários, dizer de que ordem são os Espíritos que
de preferência se reúnem no seio dele.Partindo
deste princípio, suponhamos uma reunião de homens levianos, inconseqüentes,
ocupados com seus prazeres; quais serão os Espíritos que preferentemente os
cercarão? Não serão de certo
Espíritos_superiores, do mesmo modo que não
seriam os nossos sábios e filósofos os que iriam passar o seu tempo em
semelhante lugar. Assim, onde quer que haja uma reunião de homens, há
igualmente em torno deles uma assembléia oculta, que simpatiza com suas
qualidades ou com seus defeitos, feita abstração completa de toda ideia de
evocação.Admitamos agora que tais homens tenham a possibilidade de se
comunicar com os seres do mundo invisível, por meio de um intérprete, isto é,
por um médium; quais serão os que lhes responderão ao chamado? Evidentemente,
os que os estão rodeando de muito perto, à espreita de uma ocasião para se
comunicarem. Se, numa assembléia fútil, chamarem um Espírito superior, este
poderá vir e até proferir algumas palavras ponderosas, como um bom
pastor
que acode ao chamamento de suas ovelhas desgarradas. Porém, desde que não se
veja compreendido, nem ouvido, retira-se, como em seu lugar o faria qualquer de
nós, ficando os outros com o campo livre.
[17b - página 294 item 232]
Nem
sempre basta que uma assembléia seja séria, para receber comunicações de
ordem elevada. Há pessoas que nunca riem e cujo coração, nem por isso, é
puro. Ora, o coração, sobretudo, é que atrai os
bons_Espíritos. Nenhuma
condição moral exclui as comunicações espíritas; os que, porém, estão em
más condições, esses se comunicam com os que lhes são semelhantes, os quais
não deixam de enganar e de lisonjear os preconceitos.Por
aí se vê a
influência enorme que o meio exerce sobre a natureza das
manifestações_inteligentes. Essa influência, entretanto, não se exerce como
o pretenderam algumas pessoas, quando ainda se não conhecia o
mundo_dos_Espíritos, qual se conhece hoje, e antes que experiências mais concludentes
houvessem esclarecido as dúvidas. Quando as comunicações concordam com a
opinião dos assistentes, não é que essa opinião se reflita no Espírito do
médium, como num espelho; é que com os assistentes estão
Espíritos_que_lhes_são_simpáticos, para o bem, tanto quanto para o mal, e que abundam nos seus
modos de ver. Prova-o o fato de que, se tiverdes a força de atrair outros
Espíritos, que não os que vos cercam, o mesmo médium usará de linguagem
absolutamente diversa e dirá coisas muito distanciadas das vossas ideias
e das vossas convicções.
Em
resumo:
as condições do meio serão tanto
melhores,
quanto mais homogeneidade
houver para o bem, mais sentimentos puros e elevados, mais desejo sincero de
instrução,sem ideias preconcebidas. [17b - página 296 item 233]