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VITÓRIAS
DO CRISTIANISMO
Constantino,
no seu caminho de realizações, consegue levar a efeito a
nova organização administrativa do Império, começada no governo de Diocleciano,
dividindo-o em quatro Prefeituras, que foram as do Oriente, da
Ilíria, da Itália e das Gálias, que, por sua vez, eram divididas em dioceses
dirigidas respectivamente por prefeitos e vigários.Com
a influência do vencedor da ponte Mílvius, efetua-se o Concílio Ecumênico
de Nicéia para combater o cisma de Ário, padre de Alexandria, que
negara a divindade do Cristo. Os
primeiros dogmas católicos saem, com força de lei, desse parlamento eclesiástico
de 325. (Ver: Arianismo)Findo
o reinado de Constantino, aparecem os seus filhos, que lhe não
seguem as tradições. Em seguida, Juliano, sobrinho do imperador, eleva-se
ao poder tentando restaurar os deuses antigos, em detrimento da doutrina
Cristã, embora compreendesse a ineficácia do seu tentamen. Mas,
por volta do ano 381, surge a figura de Teodósio, que declara o Cristianismo
religião oficial do Estado, decretando, simultaneamente, a extinção
dos derradeiros traços do politeísmo romano. É então que todos os
povos reconhecem a grande força moral da doutrina do Crucificado, pelo
advento da qual milhares de homens haviam dado a própria vida no campo
do martírio e do sacrifício, vendo-se o imperador, em 390, ajoelhar-se humildemente
aos pés de Ambrósio, bispo de Milão, a penitenciar-se das
crueldades com que reprimira a revolta dos tessalonicenses.
PRIMÓRDIOS DO CATOLICISMOO Cristianismo, porém, já não aparecia com aquela mesma humildade de outros tempos. Suas cruzes e cálices deixavam entrever a cooperação do ouro e das pedrarias, mal lembrando a madeira tosca, da época gloriosa das virtudes apostólicas.Seus concílios, como os de Nicéia, Constantinopla, Éfeso e Calcedônia, não eram assembléias que imitassem as reuniões plácidas e humildes da Galiléia. A união com o Estado era motivo para grandes espetáculos de riqueza e vaidade orgulhosa, em contraposição com os ensinos dAquele que não possuía uma pedra para repousar a cabeça dolorida.As autoridades eclesiásticas compreendem que é preciso fanatizar o povo, impondo-lhe suas ideias e suas concepções, e, longe de educarem a alma das massas na sublime lição do Nazareno, entram em acordo com a sua preferência pelas solenidades exteriores, pelo culto fácil do mundo externo, tão do gosto dos antigos romanos pouco inclinados às indagações transcendentes.
MESTRES DO AMOR E DA VIRTUDEAlmas sublimadas e corajosas reencarnam, então, sob a égide de Jesus e para a grande tarefa de orientar as forças políticas da igreja romana, agora organizada à maneira das construções efêmeras do mundo.O Papado era a obra do orgulho e da iniqüidade; mas o Cristo não desampara os mais infelizes e os mais desgraçados, e foi assim que surgiram, no seio mesmo da Igreja, alguns mestres do amor e da virtude, ensinando o caminho claro da evolução aos povos invasores, trazendo-os ao pensamento cristão e destinando-os aos tempos luminosos do porvir. |
