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Um homem mau, com o auxílio de um mau Espírito que lhe seja dedicado, não pode fazer mal ao seu próximo. Deus não o permitiria.
O
que devemos pensar da crença no poder, que certas pessoas teriam, de enfeitiçar,
é o seguinte: algumas pessoas dispõem de grande força_magnética, de que podem fazer mau uso, se maus forem seus próprios
Espíritos, caso em que possível se torna serem secundados por outros
Espíritos maus. Não creias, porém, num pretenso poder mágico, que só existe
na imaginação de criaturas supersticiosas, ignorantes das verdadeiras leis
da Natureza. Os fatos que citam, como prova da existência desse
poder, são fatos naturais, mal observados e sobretudo mal compreendidos.
Algumas
pessoas, verdadeiramente, têm o poder de curar pelo simples contacto. A força magnética pode chegar até aí, quando secundada pela pureza dos
sentimentos e por um ardente desejo de fazer o bem, porque então os bons
Espíritos lhe vêm em auxílio. Cumpre, porém, desconfiar da maneira pela qual
contam as coisas pessoas muito crédulas e muito entusiastas, sempre dispostas a
considerar maravilhoso o que há de mais simples e mais natural. Importa
desconfiar também das narrativas interesseiras, que costumam fazer os que
exploram, em seu proveito, a credulidade alheia.
A ignorância exagerou seu poder e,eles mesmos, freqüentemente, abusaram da credulidade pública,explorando-a; daí a justa reprovação de que foram objeto. Bastacomparar o poder atribuído aos feiticeiros e a faculdade dos verdadeiros médiuns, para estabelecer-lhes a diferença, mas a maioria dos críticosnão se dão a esse trabalho. O Espiritismo, longe de ressuscitar a feitiçaria, a destruiu para sempre, despojando-a do seu pretenso podersobrenatural, de suas fórmulas, de seus livros de magia, amuletos etalismàs, reduzindo os fenômenos possíveis ao seu justo valor, sem sairdas leis naturais. A semelhança que certas pessoas pretendem estabelecer, provém doerro em que se encontram, de que os Espíritos estão às ordens dosmédiuns; repugna à sua razão crer que possa depender de alguém,fazer vir à sua vontade e chamado, o Espírito de tal ou tal personagemmais ou menos ilustre; nisso estão perfeitamente com a verdade, e se,antes de atirar pedra ao Espiritismo, tivessem se dado ao trabalho dedele se inteirar, saberiam que ele diz positivamente que osEspíritos nãoestão ao capricho de ninguém, e que ninguém pode, à vontade, fazê-losvir a contragosto;do que se segue que os médiuns não são feiticeiros. [78 - Os médiuns e os feiticeiros]
Aquele
que, com ou sem razão, confia no que chama a virtude de um talismà,
pode atrair um Espírito, por efeito mesmo dessa confiança, visto que, então,
o que atua é o pensamento, não passando o talismà de um sinal que apenas lhe
auxilia a concentração. Mas, da pureza da intenção e da elevação dos
sentimentos depende a natureza do Espírito que é atraído. Ora, muito
raramente aquele que seja bastante simplório para acreditar na virtude de um talismà
deixará de colimar
um fim mais material do que moral. Qualquer, porém, que seja o caso, essa
crença denuncia uma inferioridade e uma fraqueza de ideias que favorecem a
ação dos Espíritos imperfeitos e escarninhos.
Os
efeitos que podem produzir as fórmulas e práticas mediante as quais pessoas
pretendem dispor do concurso dos Espíritos, são os seguintes:
Todas as fórmulas são mera charlatanaria. Não há palavra sacramental nenhuma, nenhum sinal cabalístico, nem talismà, que tenha qualquer ação sobre os Espíritos, porquanto estes só são atraídos pelo pensamento e não pelas coisas materiais.Efetivamente, alguns Espíritos têm ditado, eles próprios, fórmulas cabalísticas. Espíritos há que indicam sinais, palavras estranhas, ou prescrevem a prática de atos, por meio dos quais se fazem os chamados conjuros. Mas, ficai certos de que são Espíritos que de vós outros escarnecem e zombam da vossa credulidade.
Criaturas há que, para manter sua energia espiritual sempre ativa,
precisam concentrar a atenção em algum objeto
tangível, visando os estados sugestivos indispensáveis às
suas realizações, como esses crentes que não prescindem de imagens e símbolos
materiais para admitir a eficácia de suas preces.Ficai certos, porém, de que o talismà para a felicidade pessoal, definitiva, se constitui de um bom coração sempre afeito à harmonia, à humildade e ao amor, no integral cumprimento dos desígnios de Deus. [41a - página 129] |
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