2º casamento de Luiz barboza Leão: 24.01.1847 na vila da Serra-ES, Brasil

Luiz Barboza Leão, nasceu em Portugal, em 02.01.1824, bat. 01.04.1824, filho de João Moreira Lopes e Roza da Conceição Barboza Brandão, neto materno de Maria da Conceição Barbosa Brandão e de Luiz Barbosa Leão, sobrinho de Luiz Barbosa Brandão casado com Anna Maria da Penha Brandão, ou Anna Maria da Penha de Jesus (filha de João Antunes de Siqueira e de Maria da Penha de Jesus) filhos; João Antunes Barbosa Brandão (*1836 - +30.07.1902/Vitória-ES, sepultamento foi feito em 31.07.1902, às 9:00 horas, no cemitério Irmandade São Benedito do Rosario, Vitória, viúvo de Francisca Nunes Gonçalves Brandão), Luiza (*09.11.1838/Vitória-ES, bat.27.12.1838 na igreja Matriz). Luiz Barbosa Leão era avô de Aristóbulo e de Kosciuszko Barbosa Leão, bisavô da ex-deputada Judith Leão Castello Ribeiro e trisavô da cantora, musa do movimento musical brasileiro denominado “Bossa Nova”, Nara Leão. Luiz nasceu em Penafiel, província do Porto, a 1º de abril de 1824. Veio para o Brasil aos dezoito anos, a conselho de seus tios. Estes não queriam que o sobrinho fosse servir, como soldado, tal outros rapazes de suas idades, em colônias portuguesas, na África. Resolveram, assim, encaminhar o jovem parente para a casa de seu tio Luiz Barbosa Brandão radicado em Vitória, no Espírito Santo. O pai do saudoso Eugênio Neto, arranjou emprego para Luiz no comércio de Vitória. O moço logo se adaptou à nova terra, ganhou algum dinheiro, casando-se com Maria Pereira das Neves, filha de Francisco Luis de Araujo e Maria Pereira das Neves, na Vila da Serra, em 1844, na Vila da Serra-ES. Enviuvou, e em 24.01.1847 contraiu segundas núpcias com Vitória Maria do Sacramento, filha de Fabianno Francisco Feu Toscano e de Francisca das Neves Teixeira, na vila da Serra-ES.

Luiz Barbosa Leão, de boa instrução, conhecia o latim e o francês, idiomas aprendidos com seu tio bispo, foi político atuante, naturalizou-se brasileiro em 1888, conforme consta do ofício arquivado no livro 365, Fundo da Governadoria, série Accioly, da Câmara municipal da Serra, dirigido ao Sr. Dr. Antonio Leite Ribeiro de Almeida, Presidente da Província do Espírito Santo, em que informa que os estrangeiros naturalizados, residentes na cidade da Serra, Sr. Luiz Barboza Leão e Manoel Pereira Madruga “prestarão juramento de cidadãos brasileiros nesta presidência”. Ass. Manoel Pereira Madruga – pres., e os vereadores: Manoel Francisco Duarte do Nascimento, Manoel Francisco do Nascimento, João Pereira de Barcellos, Manoel Nunes Barboza da Rocha, Domingos Pereira Pinto e Ernesto Pereira de Aguiar.

Na Monarquia, manteve-se fiel ao Imperador. Foi o primeiro administrador do município da Serra na fase republicana, cargo para o qual foi nomeado, em janeiro de 1890, pelo primeiro presidente do Estado, Dr. Affonso Claudio de Freitas Rosa, irmão de Jose Claudio de Feitas Junior, genro de Luiz. Permaneceu como presidente da intendência até 18.12.1892. A intendência do município da Serra, administração municipal, era formada por Luiz Barboza Leão, e, ainda, Manoel Pereira Madruga e Manoel Rodrigues Fernandes de Miranda, conforme ofício arquivado no livro 365, assuntos eclesiásticos, Fundo da Governadoria, série Accioly, Arquivo Público Estadual do Estado do Espírito Santo. Em 1892, foi eleito vereador da Serra, também, presidente da Câmara, que era denominado de presidente do Governo Municipal, permanecendo à frente da administração do município até o ano de 1900. Ainda, elegeu-se deputado estadual, ocasião em que acumulava estas funções, com as de governador municipal, cumprindo dois mandatos de deputado no período de 1895 a 1900 (o mandato era, naquela ocasião de três anos), em que a Assembléia Estadual teve a seguinte composição:

Triênio 1895-1897: Cel. Henrique da Silva Coutinho, Cel. Joaquim Correa de Lyrio, Cel. Antonio da Silva Borges, Cel. Simão Machado Bittencourt e Mello, Dr. Arthur Velloso, Dr. Deocleciano Nunes de Oliveira, Cel. Francisco Herculano Monteiro da Gama, Cel. Joaquim Bermudes, Cel. Augusto Calmon Nogueira da Gama, Dr. Jose Gomes Pinheiro Junior, Cel. Luiz Barbosa Leão, Dr. Henrique Alves Cerqueira Lima, Pharmaceutico Waldemiro da Silveira, Cel. Bernardino Jose de Oliveira, Cel. Jose Carlos de Azevedo Lima, Cel. Virgílio Francisco da Silva, Dr. Silvino Vicente de Faria, Dr. Jose Marcellino Pêssoa de Vasconcellos, Cel. Ramiro de Barros Conceição, Dr. Jeronymo de Souza Monteiro, Major Augusto Raphael de Carvalho, Cel. Marciano Izidro, Cel. Matheus Cunha e Laurindo de Miranda.

Triênio 1898-1900: Cel. Antonio Pinto Aleixo, Dr. Joaquim Fernandes de Andrade e Silva, Cel. Joaquim Correa de Lyrio, Dr. Silvino Vicente de Faria, Dr. Gelio Ferreira de Paiva, Dr. Jose Francisco Monjardim, Cel. Simão Machado Bittencourt e Mello, Dr. Henrique O’Reilly de Souza, Monsenhor Eurípedes Calmon Nogueira da Gama Pedrinha, Joaquim Dias Moreira, Cel. Francisco Herculano Monteiro da Gama, Dr. Antonio Araujo Aguirre, Rodrigues Passos, Dr. Arthur Thompson, Cel. Benigno Soares Leite Vidigal, Cel. Virgílio Francisco da Silva, Cel. Ramiro de Barros Conceição, Cel. Manoel Azevedo Sarmento, Pio Ramos, Cel Augusto Calmon Nogueira da Gama, Cel. Antonio da Silva Borges, Augusto Raphael de Carvalho, Luiz Barbosa Leão, Cel. Bernardino Jose de Oliveira e Dr. Jose Moreira Gomes

Na ocasião da imigração dos primeiros libaneses chegados à Serra, hospedou-os em alojamento nos fundos de sua casa comercial. Deve-lhe a Serra o primeiro serviço de canalização de água, trazida da Cachoeira do Ouro, no Mestre Álvaro. As tubulações vieram, sob encomenda, da Bahia. Fez construir, oito artísticos chafarizes, hoje destruídos, em pontos diversos da mesma cidade. Esses chafarizes foram construídos pelo engenheiro Jorge Hill, que deixando residência em Vitória, ali se instalou até a conclusão das obras.

Luiz Barbosa Leão, homem religioso, íntegro e cordial, era comerciante, proprietário rural, possuía o terreno denominado “Carrapato”, que se “divide: pelo lado sul, pela estrada pública que segue para Enseada Larga; pelo lado leste e norte com terreno de herdeiros de Manoel Rodrigues Ramos, começando o limite na estrada já referida, em linha reta até o córrego que serve de limite com o terreno “Coelho”, subindo a rumo de oeste pelo mesmo córrego até um camarazeiro que se acha em frente ao córrego que vem do antigo Engenho Roncador, situado no município da Serra”, conforme escritura de compra e venda lavrada pelo tabelião Pedro Jose das Neves, em que Luiz Barbosa Leão vendeu o imóvel para a Prefeitura Municipal da Serra, em 27.04.1903, registrada sob nº 2.112 de ordem do livro 3-E em 26.01.1933 Ao fim da vida, Luiz Barbosa Leão, empobreceu, já que empenhado em campanhas políticas, dissipou tudo ou quase tudo que, através de trabalho contínuo e penoso, antes conseguira economizar. Faleceu aos oitenta anos de idade, a 04 de junho de 1904, seu óbito foi registrado no Cartório de Notas e Registro Civil da Serra – Sede, Cartório “Maria Amado”, sob nº30, Livro C-04, fls. 33v/34, natural de Portugal e, o óbito foi atestado pelos Srs. João Carreira Vizeu e João Loyola Pereira Borges, que deu como causa da morte natural, proveio de artéria esclerose, e o sepultamento foi feito no cemitério público desta cidade.