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Casamento:
Ignacio de Loiola de Jesus |
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1780. Tendo sido por carta régia deliberado fazer-se o inventário dos bens dos jesuítas na capitania, é ordenado pelo vice-rei do Brasil D. Luis de Vasconcelos e Souza, em nome de D. Maria I ao ouvidor e corregedor da capitania do Espírito Santo Dr. Manoel Carlos da Silva Gusmão, e em data de 20 de julho deste ano, que depois de acabado o inventário e avaliação da fazenda do Campo dos Goitacases pertencente aos jesuítas, passasse à fazenda de Araçatiba (nome derivado de araça, fruta, tiba, lugar), e aí fizesse o mesmo inventário e avaliação, não só dos bens da dita fazenda, como de todos os mais que houvesse na capitania e que tivessem pertencido aos ditos padres da Companhia de Jesus, pelo que, a 8 de abril do dito ano, se principiaram as ditas avaliações e inventário dos bens que estavam naquela fazenda e dos que faziam parte da mesma, o que só foi concluído a 17 do mesmo mês de abril, à exceção dos desta hoje cidade e outros nas vilas da capitania, como tudo se vê do respectivo termo e inventário em mãos do ilustrado escrivão Antonio Augusto Nogueira da Gama. Sendo administrador daqueles bens Pedro de Almeida Buri, ali compareceu o Dr. ouvidor Geral e corregedor da Vila da Vitória, cabeça da comarca da capitania do Espírito Santo, com o escrivão de seu cargo Francisco Manoel Alfradique de Souza e os avaliadores mestres pedreiros Francisco de Paula e Tomás de Vila Nova; mestres carpinteiros Alexandre Francisco de Jesus e Manoel da Rocha Machado; o mestre escultor Gabriel João de Santiago; o mestre pintor Ignacio Gonçalo Coelho; os mestres ourives Domingues Fernandes Pimentel e Antonio Leitão da Silva; os mestres de alfaiate Francisco da Silva Dolasco e Jose Alvares; os mestres ferreiros Vicente Ferreira da Silva e Mariano Jose; o mestre serralheiro Ignacio Pinto da Silva e o mestre caldeireiro Vicente Ferreira da Silva; os avaliadores de escravos capitão Jose Barboza de Magalhães e o capitão Ignacio de Aguiar Brandão; os avaliadores de terras capitão_Gonçalo_Pereira_Porto e capitão Ignacio de Loiola de Jesus, e dando-se princípio à avaliação das casas, igreja, engenho, senzalas e oficinas foram estes bens avaliados pelos mestres pedreiros e carpinteiros em 3:061$060, as imagens de Nossa Senhora da Ajuda, um Menino Deus, Santo Antonio, Santana, Santo Ignacio, São Francisco Xavier, Senhor Crucificado, São Jose, Nossa Senhora do Presepe, um painel da Ceia do Senhor avaliado o feitio e pintura em 137$200; paramentos e roupas da igreja, cama da casa da residência, avaliadas por 192$160; peças de ouro e prata, sendo uma piscina de prata, uma chave de prata, um cálix de prata, uma grande coroa de prata da Senhora da Ajuda, outra coroa de prata de outra Senhora da Ajuda, um resplendor e palma de prata de São Francisco Xavier, outro resplendor de Santo Ignacio, dois ditos pequenos com uma coroa e um coração de prata pertencentes a Santana, São Benedito e Nossa Senhora; uma cruz de prata do Menino Deus, uma outra cruz de prata de Santo Ignacio, um resplendor de prata de Santo Antonio, três resplendores de prata das três imagens do Presepe, quatro castiçais grandes de prata, duas cruzes grandes de prata para guião pertencentes às irmandades de Nossa Senhora da Ajuda e São Francisco Xavier, um vaso de prata para lavatório, um purificador de prata, um turíbulo de prata, uma grande lâmpada de prata, frasquinhos e salva de prata para santos óleos, um resplendor do Senhor Crucificado, um colar de ouro da Senhora da Ajuda, dois pares de brincos de ouro, um fio de contas grandes de ouro, um coração de ouro de São Francisco Xavier, importando tudo em 610$000; alfaias da igreja, móveis da casa de residência dos padres, e mais objetos de madeira avaliados em 335$520; ferros do engenho e todas as mais ferragens das oficinas e obras da fazenda em 234$160; cobres, bronzes e metais em 1:538$800; avaliados 852 escravos pretos, pardos e cabras, alguns com ofícios e artes em 41:219$800; avaliadas as 208 cabeças de gado vacum e 31 cavalar existentes nos currais de Araçatiba, da Porta, do Sacramento e no de Camboapina em 1.079$500; foram avaliadas sete datas de terras, sendo a 1ª de Araçatiba, por 2:750$000; a 2ª desde a primeira cachoeira do Jucu, rio abaixo até confinar com terras de Antonio Gomes de Miranda, por 3:200$000; a 3ª que principiava no morro Beritiba que fora de Antonio Gomes de Miranda pelo rio Jucu acima até a cachoeira já dita, por 1:400$000; a 4ª chamada Jucuna da barra de Araçatiba pelo rio Jucu acima por 600$000; a 5ª chamada Camboapina até as Palmeiras, por 1:400$000; a 6ª chamada Palmeiras, principiando da barra do rio Una e pelo sertão acima até fundos de Araçatiba, por 200$000; a 7ª chamada da Ponta da Fruta, da costa para a terra e perto do ribeiro até a Ponta dos Cajus, para o sul, com três mil braças de testada e duas para o sertão, por 80$000; importando a avaliação de todas estas terras em 9:630$000. O trapiche e chãos a ele adjacentes foi avaliado em 564$000, importando toda a avaliação em geral em 58:603$480. Ficaram fora da avaliação doze escravos inutilizados por decrépitos, lázaro e doido, e os livros seguintes Desejos de Jó, Martirológio romano, Catecismo geral de doutrina, Josefina EvAngelica, Teologia moral, Locrision de Dios, Ofícios de reza e privilégios, Breviários e alguns objetos inutilizados, sendo assim acabado o inventário e avaliação destes bens, de que foi tirada certidão a 9 de julho de 1781 para remeter-se à Junta da Real Fazenda.
Do livro de Basilio Carvalho Daemon - PROVÍNCIA, sua descoberta, história cronológica, sinopse e estatística
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