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Euclides, mentor espiritual, acomodou Dionísio, espírito
comunicante, ao lado da médium,
e, enquanto ela se concentrava em oração, Euclides aplicava-lhe passes
magnéticos, fortalecendo os nervos das vísceras e ministrando, ao que percebi,
vigorosas cotas de força, não somente às fibras nervosas, mas também às células
gliais.
Dona Otávia, a médium, pedia a Jesus bastante energia para o cumprimento de sua tarefa, comovendo-nos a sua rogativa silenciosa, simples e sincera. Meditou na promessa que os amigos espirituais haviam levado a efeito, na véspera, relativamente à comunicação de Dionísio, recém-desencarnado. Procurava dispor-se ao concurso mediúnico eficiente, tentando isolar a mente das contrariedades de natureza material. Aos poucos, sob a influenciação de Euclides, formou-se um laço fluídico que ligou a médium ao próximo comunicante. O companheiro que preparava o trabalho recomendou ao amigo desencarnado falasse a Dona Otávia, com todas as suas energias mentais, organizando o ambiente favorável para o serviço da noite. Dionísio começou a falar-lhe de suas necessidades espirituais, comentando a esperança de fazer-se sentir, junto da família terrena e dos antigos colegas de aprendizado espiritualista, notando eu que a médium lhe registrava a presença e a linguagem, em forma de figuração e lembrança, aparentemente imaginárias, na esfera do pensamento. Observei, com interesse, a extensão da fronteira vibratória que nos separa dos Espíritos encarnados, porquanto, em nos achando ali, em frente a uma organização mediúnica adestrada, precisávamos iniciar o trabalho decomunicação, como quem estivesse muitíssimo distante, vencendo, devagarinho, os círculos espessos de resistência. [16a - página 247]
Gúbio, nosso orientador, preparou Dona Isaura, senhora daquele santuário doméstico e médium do culto familiar, adestrando-lhe a faculdade de incorporação, por intermédio de passes magnéticos sobre a laringe e, em particular, sobre o sistema nervoso. Quando a hora de amor cristão aos desencarnados começou a funcionar, os orientadores trouxeram Gaspar(*) à organização medianímica, a fim de que pudesse ele recolher algum benefício, ao contacto dos companheiros materializados na experiência física, que lhe haviam fornecido energias vitalizantes, tal como acontece às flores que sustentam, sem perceber, o trabalho salutar das abelhas operosas.Reparei que os sentidos do insensível perseguidor - Gaspar - ganharam inesperada percepção. Visão, audição, tato e olfato foram nele súbitamente acordados e intensificados. Parecia um sonâmbulo, despertando. À medida que se lhe casavam as forças às energias da médium, mais se acentuava o fenômeno de reavivamento sensorial. Apossando-se provisoriamente dos recursos orgânicos de Dona Isaura, em visível processo de “enxertia psíquica”, o hipnotizador gritou e chorou lamentosamente. Misturou blasfêmias e lágrimas, palavras comovedoras e palavras menos dignas, entre a penitência e a rebeldia. Escutando agora, com aguçada sensibilidade, conversou detidamente com o doutrinador. O senhor Silva, marido da médium, fêz-lhe sentir a necessidade de renovação espiritual em edificante lição que nos tocava as fibras mais Intimas, e, depois de sessenta minutos de exaustivo embate emocional, Gaspar foi conduzido por dois servidores de nossa equipe ao lugar que lhe correspondia, isto é, à posição de demente com retorno gradativo à razão. (*) - Gaspar - Espírito hipnotizador traumatizado e Hipnotizado por senhores da desordem, anestesiado pelos raios entorpecentes, perdeu transitoriamente a capacidade de ver, ouvir e sentir com elevação. Traz o veículo perispirítico enfermiço e viciado, reclamando caridoso concurso. [96 - página 200]
Rádio E mmanuel: https://soundcloud.com/r-dio-EMMANUEL (Link desativado) TRIO ESSENSCIAL, de EMMANUEL em psicofonia de Chico Xavier em 1955
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