Notei a existência de algumas organizações de serviços que nos pareceriam, na esfera carnal, ingênuas e infantis, reconhecendo que a ociosidade era, ali, a nota dominante. E porque não visse crianças, exceção feita das raças de anões, cuja existência percebia sem distinguir os pais dos filhos, arrisquei, de novo, uma indagação, em voz baixa.
Respondeu o Instrutor, atencioso:
— Para os homens da Terra, propriamente considerados, este
plano é quase
infernal.
- Se a compaixão humana separa as crianças dos criminosos definidos,
- que dizer do carinho com que a compaixão celestial vela pelos infantes?
— E porque em geral tanta ociosidade neste plano? — indaguei ainda.
— Quase todas as
almas_humanas, situadas
nestas_furnas, sugam as energias dos encarnados e lhes
vampirizam a vida, qual se fôssem lampreias insaciáveis no oceano do oxigênio terrestre. Suspiram pelo
retorno_ao_corpo_físico, de vez que não aperfeiçoaram a mente para a ascensão, e perseguem as
emoções_do_campo_carnal com o desvario dos sedentos no deserto. Quais fetos adiantados absorvendo as energias do seio materno, consomem altas reservas de força dos seres encarnados que as acalentam, desprevenidos de conhecimento superior. Daí, esse desespero com que defendem no mundo os poderes da inércia e essa aversão com que interpretam qualquer
progresso_espiritual ou qualquer
avanço_do_homem na montanha de santificação. No fundo, as bases econômicas de toda essa gente residem, ainda, na esfera dos homens comuns e, por isto, preservam, apaixonadamente, o sistema de
furto psíquico, dentro do qual se sustentam, junto às comunidades da
Terra.
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André Luiz