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A felicidade dos bons Espíritos consiste em conhecerem todas as coisas; em não sentirem ódio, nem ciúme, nem inveja, nem ambição, nem qualquer das paixões que ocasionam a desgraça dos homens. O amor que os une lhes é fonte de suprema felicidade. Não experimentam as necessidades, nem os sofrimentos, nem as angústias da vida material. São felizes pelo bem que fazem. Contudo, a felicidade dos Espíritos é proporcional à elevação de cada um. Somente os puros Espíritos gozam, é exato, da felicidade suprema, mas nem todos os outros são infelizes. Entre_os_maus_e_os_perfeitos há uma infinidade de graus em que os gozos são relativos ao estado moral. Os que já estão bastante adiantados compreendem a ventura dos que os precederam e aspiram a alcançá-la. Mas, esta aspiração lhes constitui uma causa de emulação, não de ciúme. Sabem que deles depende o consegui-la e para a conseguirem trabalham, porém com a calma da consciência tranqüila e ditosos se consideram por não terem que sofrer o que sofrem os maus.
Entre
as condições da felicidade dos bons Espíritos, está a ausência das
necessidades materiais. A satisfação dessas necessidades representa para
o homem uma fonte de gozos. Gozo do animal. Quando não podes satisfazer a essas
necessidades, passas por uma tortura.
Quando
é dito que os Espíritos_puros se acham reunidos no seio de Deus e ocupados em
Lhe entoar louvores, é uma alegoria indicativa da inteligência que eles têm
das perfeições de Deus, porque o vêem e compreendem, mas que, como muitas
outras, não se deve tomar ao pé da letra. Tudo em a Natureza, desde o grão de
areia, canta, isto é, proclama o poder, a sabedoria e a bondade de Deus. Não
creias, todavia, que os Espíritos bem-aventurados estejam
em contemplação por toda a eternidade. Seria uma bem-aventurança estúpida e
monótona. Fora, além disso, a felicidade do egoísta, porquanto a existência
deles seria uma inutilidade sem-termo. Estão isentos das tribulações da vida
corpórea: já é um gozo. Depois, como dissemos, conhecem e sabem todas as
coisas; dão útil emprego à inteligência que adquiriram, auxiliando os
progressos dos outros Espíritos. Essa a sua ocupação, que ao mesmo tempo é
um gozo.
A lembrança das faltas que a alma, quando imperfeita, tenha cometido, não lhe turba a felicidade, mesmo depois de se haver purificado, porque resgatou suas faltas e saiu vitoriosa das provas a que se submetera para esse fim.
Para
a alma ainda maculada,
são causa de penosa apreensão, que lhe altera a felicidade,
as provas por que ainda tenha de passar para acabar a sua purificação. Daí vem que ela
não pode gozar de felicidade perfeita,
senão quando esteja completamente pura. Para aquela, porém, que já se elevou,
nada
tem de penoso o pensar nas provas que ainda haja de sofrer.Goza
da felicidade a alma que chegou a um certo grau de pureza. Domina-a um sentimento
de grata satisfação. Sente-se feliz por tudo o que vê, por tudo o que a
cerca. Levanta-se-lhe
o véu que encobria os mistérios e as maravilhas da Criação e as perfeições
divinas
em todo o esplendor lhe aparecem.
Os
Espíritos entre os quais há recíproca simpatia para o bem encontram na sua
união
um dos maiores gozos, visto que não receiam vê-la turbada pelo egoísmo.
Formam, no
mundo inteiramente espiritual, famílias pela identidade de sentimentos,
consistindo nisto a
felicidade espiritual, do mesmo modo que no vosso mundo vos grupais em
categorias e experimentais
certo prazer quando vos achais reunidos. Na afeição pura e sincera que cada um
vota aos outros e de que é por sua vez objeto, têm eles um manancial de
felicidade, porquanto
lá não há falsos amigos, nem hipócritas.Das
primícias dessa felicidade goza o homem na Terra, quando se lhe deparam almas
com as quais pode confundir-se numa união pura e santa. Em uma vida mais purificada,
inefável e ilimitado será esse gozo, pois aí ele só encontrará almas
simpáticas, que
o egoísmo não tornará frias. Porque, em a Natureza, tudo é amor: o egoísmo
é que o mata.
Não
é necessário que professemos o Espiritismo e creiamos nas manifestações
espíritas,
para termos assegurada a nossa sorte na vida futura. Se
assim fosse, seguir-se-ia que estariam deserdados todos os que não crêem, ou que
não tiveram ensejo de esclarecer-se, o que seria absurdo. Só o bem assegura a
sorte futura.
Ora, o bem é sempre o bem, qualquer
que seja o caminho que a ele conduza.A
crença no Espiritismo ajuda o homem a se melhorar, firmando-lhe as ideias
sobre certos
pontos do futuro. Apressa o adiantamento dos indivíduos e das massas, porque
faculta
nos inteiremos do que seremos um dia. É um ponto de apoio, uma luz que nos
guia.O
Espiritismo ensina o homem a suportar as provas com paciência e resignação;
afasta-o dos
atos que possam retardar-lhe a felicidade, mas ninguém diz que, sem ele, não
possa ela ser
conseguida. |
Entre
as condições da felicidade dos bons Espíritos, está a ausência das
necessidades materiais. A satisfação dessas necessidades representa para
o homem uma fonte de gozos. Gozo do animal. Quando não podes satisfazer a essas
necessidades, passas por uma tortura. 