____Imaginemos as origens da provação a
que se acolheram os acidentados de hoje...
- Surpreenderiam, decerto, delinqüentes que, em outras épocas,
atiraram irmãos indefesos do cimo de torres altíssimas, para que seus corpos se espatifassem no chão;
- companheiros que, em
outro tempo, cometeram hediondos crimes sobre o dorso do mar, pondo a pique existências preciosas,
- ou
suicidas que se despenharam de arrojados edifícios ou de picos agrestes, em supremo atestado de rebeldia, perante a Lei, os
quais, por enquanto, somente encontraram recurso em tão angustioso episódio para transformarem a
própria situação.
- Quantos milhares de irmãos encarnados possuímos nós, em cujas contas com os Tribunais Divinos figuram
débitos desse jaça?
____Entretanto, não desconhecemos que nós, consciências endividadas, podemos melhorar
nossos créditos, todos os dias.
- Quantos romeiros terrenos, em cujos mapas de viagem constam surpresas terríveis,
são amparados devidamente para que a morte forçada não lhes assalte o corpo, em razão dos atos louváveis a que se afeiçoam!...
- Quantas intercessões da prece ardente conquistam moratórias oportunas para pessoas cujo passo já
resvala no cairel do sepulcro?!...
- quantos deveres sacrificiais granjeiam, para a alma que os
aceita de boamente, preciosas vantagens na Vida Superior, onde providências se improvisam para que se lhes
amenizem os rigores da provação necessária?!
____Bem sabemos que, se uma onda sonora encontra outra, de tal
modo que as "cristas" de uma ocorram nos mesmos pontos dos "vales" da outra, esse meio, em conseqüência aí não vibra,
tendo-se como resultado o silêncio. Assim é que, gerando novas causas com o bem, praticado hoje, podemos
interferir nas causas do mal, praticado ontem, neutralizando-as e reconquistando, com isso, o nosso equilíbrio.
Desse modo, creio mais justo incentivarmos o serviço do bem, através de todos os recursos ao nosso alcance.
[83 - página 246] - André Luiz |