Primeira parte do livro
"MATERIALIZAÇÕES LUMINOSAS" de
R. A. RANIERI
Fenômenos de materialização realizados através da
mediunidade de Francisco Lins Peixoto
Capítulo I
PRIMEIRO CONTATO
____Em fevereiro de 1948, em Minas Gerais, na residência do Dr. Rômulo Joviano, alto funcionário do Estado, em Pedro Leopoldo,
ficou combinada uma reunião de materialização. Estariam
presentes o médium Francisco Cândido Xavier, como um
dos assistentes, e o médium Francisco Lins Peixoto ou
Peixotinho, como é conhecido, e que serviria de médium de
materialização.
____Acompanhei o médium Peixotinho desde Belo Horizonte
até Pedro Leopoldo. Lá, ficamos hospedados no Hotel Vitória,
no mesmo quarto, juntamente com mais as seguintes pessoas:
Jair Soares, Inácio Domingos da Silva e João Gonçalves.
Todos no mesmo quarto.
Quando nos recolhemos, na primeira noite de estada, o Peixotinho, que é asmático e fica às vezes sufocado, pediu que
fizéssemos uma prece para que ele pudesse ser tratado pelos
espíritos.
____Feita a prece, aproximou-se um espírito que colocou uma
faixa luminosa sobre o peito e as costas do Peixotinho, o qual,
deitado, gemia alto. Todos nós vimos à faixa Luminosa, de cor
verde-clara, colocada sobre o peito. A cama do médium estava
colocada entre duas outras, de solteiros, e o Sr. Jair Soares de
um lado e Inácio da Silva, do outro, assistiam ao fenômeno a
uma distância de cinqüenta a sessenta centímetros mais ou
menos. Eu estava colocado a uma distância de dois a dois
metros e meio. Havíamos chegado ao entardecer e não nos
separamos um só instante, de modo que não houve tempo
para qualquer preparação da parte do médium.
____A reunião marcada para o sábado realizou-se. Como preparação,
haviam os espíritos determinado através da psicografia,
pelo Peixotinho, que não comêssemos carne nem bebêssemos
ou fumássemos no dia da reunião.
____Os cômodos para realização dos trabalhos foram indicados
pelo Dr. Rômulo Joviano: um quarto menor que serviria de
cabina e uma sala grande, ligada, que seria ocupada pelos
assistentes. Em número talvez superior a quinze pessoas,
assistimos ao desenrolar dos trabalhos.
____Diversos espíritos apresentaram-se materializados.
Todavia se apresentaram totalmente iluminados, por luz que
saía de dentro para fora, tornando o ambiente antes às
escuras, num suave crepúsculo. A impressão exata que se
tinha era de que um globo de luz fluorescente em forma
humana caminhava pela sala.
____Sucederam-se as aparições que vinham conversar com os
presentes no recinto. A chegada dos espíritos na cabina era
assinalada por clarões que lembram os relâmpagos de cor
verde-roxo-azulada.
____O médium Peixotinho tornara-se meu conhecido em Belo
Horizonte dois ou três dias antes da reunião; não conhecia
minha família nem sabia se eu possuía ou não filhos. Não viu
nenhum retrato de filhos meus. Finalmente, não tratamos
desse assunto.
____No entanto, entre os espíritos que se materializaram em
forma luminosa, apresentou-se o espírito de minha filha
Heleninha, que com dois anos de idade morrera no ano de
1945.
____Na mesma estatura, em voz semelhante, dirigiu-se a mim
dizendo algumas palavras de saudação. Deixou-me uma flor
como lembrança, ainda fresca e cheia de orvalho.
Embora pareça inconcebível, não me emocionei presença
dela e pude dirigir-lhe calmamente a palavra. Era realmente
ela, sem deixar dúvida alguma.
____José Grosso, outro espírito que se materializou, atirou numerosas
pedras sobre os assistentes alegremente, em plena
escuridão. Atirava-as e gritava o nome do destinatário. A pedra
caía aos pés da pessoa indicada sem contudo atingi-la ou
molestá-la.
____E quase certo que nenhum homem seria capaz de atirar
dez ou doze pedras no escuro, sobre uma assistência
numerosa para o tamanho do recinto, e com a violência com
que foram atiradas sem ferir alguém.
____Além disso, os espíritos materializados improvisaram quadras
e pronunciaram discursos sérios de convocação ao homem
do mundo atual. ____Coisa maravilhosa era ver como os espíritos se dirigiam
com imenso carinho ao Chico Xavier, dando-lhe a importância
que deve ter perante o mundo invisível e esqueciam-se de
outras personalidades que estavam no recinto, portadoras dos
títulos universitários concedidos pelos homens. Prova
belíssima de que o homem vale realmente como figura moral e
espiritual acima de todas as vaidades humanas.
Esse foi o primeiro contacto que tivemos com fenômenos
de materialização.
CAPITULO VII
MENSAGEM DE EMMANUEL
____Finalizando nossa humilde contribuição aos estudos psíquicos
no Brasil, inserimos aqui, como fecho, a mensagem que
EMMANUEL, através de Francisco Cândido Xavier, nos
concedeu em dezembro de 1953, respondendo a consulta que
lhe fizemos. ____Eis, pois, a consulta e a resposta:
- P- Se possível, desejava que o nosso irmão Emanuel se
pronunciasse a respeito do humilde trabalho que temos em
mão para publicação breve, Materializações Luminosas.
- R- Meu amigo, Jesus nos fortale ça e abençoe.
Achamo-nos em pleno campo da renovação espiritual do
mundo e todas as sementes dignas do aperfeiçoamento
terrestre devem ser arrojadas ao solo dos sentimentos, na
preparação do glorioso futuro humano.
Desejamos ao seu trabalho o mais amplo êxito, não só
porque se refira ao nosso idealismo superior, mas porque se
desenvolve em torno de um núcleo respeitável do Espiritismo
fenomênico, suscetível de acordar as mais nobres convicções,
dentro da esfera moral de nossa Consoladora Doutrina,
atraindo corações para a Verdade e para a bem, nas legítimas
finalidades das nossas tarefas com Jesus.
EMMANUEL
A
magnífica materialização de EMMANUEL (Materialização
através de Chico Xavier). Ilustração feita pelo artistaJoaquim
Alves (Jô ), da Federação Espírita do Estado de São Paulo-FEESP, que presenciou o fenômeno. Contudo, em sua última materialização disse aos presentes: "— Amigos, a materialização é fenômeno que
pode deslumbrar alguns companheiros e até beneficiá-los com a cura física.
Todavia, o livro (Os livros, a maior prioridade) é a chuva que fertiliza
lavouras imensas, alcançando milhões de almas. Rogo aos amigos a suspensão,
a partir desse momento, dessas reuniões"."E a partir daquele dia, Chico —a disciplina em pessoa—
nunca mais as realizou, servindo-se de sua faculdade mediúnica de efeitos
físicos. O livro, no entanto, como chuva abençoada, continua
fertilizando a lavoura do coração humano, trazendo paz, reconforto e
esclarecimento a milhões de criaturas" ...
(Ver: A
Paixão do fenômeno ) |
Uma noite sentimos um delicioso perfume. Intimamente, achei que era o mesmo que Meimei costumava usar. Surpreendi-me quando subitamente percebi que o corredor ia se iluminando aos poucos, como se alguém caminhasse por ele portando uma lanterna. Subitamente a luminosidade extinguiu-se. Momentos depois a sala iluminou-se novamente. No centro dela havia como que uma estátua luminescente. Um véu cobria-lhe o rosto. Ergueu ambos os braços, e elegantemente, etereamente, o retirou, passando as mãos pela cabeça, fazendo cair uma linda cascata de cabelos pretos até a cintura. Era Meimei. Olhou-me, cumprimentou-me e dirigiu-se até onde eu estava sentado. Sua roupagem era de um tecido leve e transparente. Estava linda e donairosa. Levantei-me para abraça-la e senti bater o seu coração espiritual. Beijamo-nos fraternalmente e ela acariciou meu rosto e brincou com minhas orelhas, como não podia deixar de ser. Ao elogiar sua beleza, a fragrância que emanava, a elegância dos trajes e sua tênue feminilidade, disse-me:
“Ora, Meu Meimei, aqui também nos preocupamos com nossa apresentação pessoal. A ajuda aos nossos semelhantes, o trabalho fraterno faze-nos mais belos, e afinal de contas, eu sou sua mulher. Preparei-me para você, seu moço. Não iria gostar de uma Meimei feia!" Texto de Arnaldo Rocha (viuvo de Meimei),Trecho do livro "Chico Xavier - Mandato de Amor"
União Espírita Mineira Belo Horizonte, 1992
http://br.geocities.com/humildescomjesus/meimei.htm
(Link desativado) |
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