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As faculdades psicosensórias supranormais exercem suas funções de maneira inversa e nunca direta.
...Numa polêmica que sustentei com opositor de opinião favorável à emergência, na espécie, das faculdades supranormais em apreço, argumentava ele assim: “é certo que tudo concorre a demonstrar que as faculdades subconscientes existem plenamente evolvidas, em estado latente, nos recessos da subconsciência, prontas a manifestar-se, desde que se produza uma “fenda” nas paredes do cárcere onde se acham metidas.
Respondo: Ninguém, mesmo porque semelhante possibilidade se apresenta logicamente presumível. Quando, porém, se analisam as condições de fato em que se manifestam e sempre se manifestarão tais faculdades, é-se levado a concluir que aquela possibilidade se torna sobremodo improvável e inverossímil. Antes de expor as condições que a tais conclusões conduzem, importa estabelecer de antemão que a solução, em sentido afirmativo, da questão em foco, não infirmaria de maneira nenhuma a conclusão a que chegamos, com relação ao significado espiritualístico que se acha implícito no fato de existirem, na subconsciência humana, faculdades psicosensórias supranormais. Assim é, pela consideração de que, mesmo quando fosse demonstrado que as faculdades em apreço se destinam a emergir e fixar-se organicamente na espécie, essa demonstração não impediria que a circunstância da preexistência delas, em estado latente, na subconsciência humana, combinada com as outras circunstâncias delas emergirem quando o sensitivo se acha em condições de inconsciência e de se exteriorizarem em sentido inverso ou espiritual e nunca em sentido direto ou fisiológico, significaria, ainda e sempre, que as faculdades de que se trata independem dos fatores da evolução, com as conseqüências teóricas que daí decorrem, sem mesmo levar em conta que, se as ditas faculdades houvessem de emergir e fixar-se organicamente na espécie, isso, do ponto de vista biológico, significaria que asfaculdades psicosensórias geram os seus órgãos e não que os órgãos as geram, como asseveram os biologistas. Tornar-se-ia, portanto, necessário retificar, em sentido espiritualista, as opiniões vigentes acerca da teoria da evolução, que se manteria fundamentalmente verdadeira, mas subordinada às faculdades psíquicas, nas relações do instrumento com o artífice.Por outras palavras: com isso se demonstraria que asfaculdades supranormais subconscientes se manifestam no plano da existência terrena em virtude da “luta pela vida”, mas que não derivam da “luta pela vida”...... Aqui, porém, cedo a palavra ao Dr. Gustavo Geley, que, na sua obra intitulada Do Inconsciente ao Consciente, explanou magistralmente o assunto. Escreveu ele: “Suponhamos que um homem disponha, na existência terrena, das faculdades supranormais e as empregue, a seu bel-prazer,...
Que necessidade teria esse homem de refletir antes de agir, de ponderar as conseqüências de seus atos, de lutar contra a adversidade? Não haveria para ele possibilidade de cair em erro; mas, em contraposição, não existiria, para ele, o fator espiritual do “esforço”, sem o qual não lhe seria possível qualquer evolução da sua consciência e inteligência. À maneira do inseto, esse homem não seria mais do que um maravilhoso mecanismo. Seguindo essa estrada, a evolução biológica nunca chegaria a criar a “superior consciência humana”, porquanto se estabilizaria numa forma de sonambulismo hipersensível, que permitiria tudo conhecer sem nada compreender: o super-homem resultaria um autômato transcendental. Daí decorre que constitui um bem, ou melhor, uma necessidade imprescindível que as faculdades supranormais do espírito, juntamente com todo o tesouro psicológico acumulado pelo Ser na sua evolução se conservem permanentemente nas condições em que atualmente as observamos, o que quer dizer: latentes, em sua maior parte nos recessos da subconsciência.” (Ob. cit., página 317). ... Com o que acabo de expender, penso haver demonstrado exaustivamente que as faculdades supranormais subconscientes ...
Ora, todas essas demonstrações negativas conduzem inevitavelmente a uma demonstração afirmativa: a de que as faculdades supranormais subconscientes constituem os sentidos espirituais da personalidade integral subconsciente, sentidos que terão de aparecer e de exercitar-se em ambiente apropriado, depois da crise da morte. [111 - páginas 27 / 34]
Outra circunstância digna de ser posta em relevo é a de que, segundo as conclusões da Paleontologia e da Antropologia, as hodiernas raças selvagens são autênticas representantes do que foram, em épocas pré-históricas, os progenitores das raças civilizadas. Isto posto, dever-se-á, por lei de analogia, inferir que, se atualmente se produzem fenômenos supranormais no seio das raças selvagens, eles se hão de ter produzido, de forma idêntica, milhares de séculos antes, no seio das raças aborígenes que deram origem às atuais raças civilizadas. Com essa inferência, chegar-se-á a penetrar tanto pelos séculos adentro, que se terão de considerar demonstradas as condições de estacionamento peculiares às faculdades supranormais subconscientes.
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