Entre
os que se convenceram por um estudo direto, podem destacar-se:
- 1º
Os que crêem pura e simplesmente nas manifestações. Para eles, o
Espiritismo é apenas uma ciência de observação, uma série de fatos mais
ou menos curiosos. Chamar-lhes-emos espíritas experimentadores.
- 2º
Os que no Espiritismo vêem mais do que fatos; compreendem-lhe a parte
filosófica; admiram a moral daí decorrente, mas não a praticam.
Insignificante ou nula é a influência que lhes exerce nos caracteres. Em
nada alteram seus hábitos e não se privariam de um só gozo que fosse. O
avarento continua a sê-lo, o orgulhoso
se conserva cheio de si, o invejoso_e_o_cioso sempre hostis. Consideram a caridade
cristã apenas uma bela máxima. São os espíritas imperfeitos.
- 3º
Os que não se contentam com admirar a moral espírita, que a praticam e lhe
aceitam todas as conseqüências. Convencidos de que a existência terrena
é uma prova
passageira, tratam de aproveitar os seus breves instantes para avançar pela
senda do progresso, única que os pode elevar_na_hierarquia_do_mundo_dos_Espíritos, esforçando-se por fazer o
bem e coibir seus maus pendores. As relações com eles sempre oferecem
segurança, porque a convicção que nutrem os preserva de pensarem em
praticar o mal. A caridade é, em tudo, a regra de proceder a que
obedecem. São os verdadeiros espíritas, ou melhor, os espíritas
cristãos.
- 4º
Há, finalmente, os espíritas exaltados. A espécie humana seria
perfeita, se sempre tomasse o lado bom das coisas. Em tudo, o exagero é
prejudicial. Em Espiritismo, infunde confiança demasiado cega e
freqüentemente pueril, no tocante ao mundo invisível, e leva a aceitar-se,
com extrema facilidade e sem verificação, aquilo cujo absurdo, ou
impossibilidade a reflexão e o exame demonstrariam. O entusiasmo, porém,
não reflete, deslumbra. Esta espécie de adeptos é mais nociva do que
útil à causa do Espiritismo. São os menos aptos para convencer a quem
quer que seja, porque todos, com razão, desconfiam dos julgamentos deles.
Graças à sua boa-fé, são iludidos, assim, por Espíritos mistificadores,
como por homens que procuram explorar-lhes a credulidade. Meio-mal apenas
haveria, se só eles tivessem que sofrer as conseqüências. O pior é que,
sem o quererem, dão armas aos incrédulos, que antes buscam ocasião de
zombar, do que se convencerem e que não deixam de imputar a todos o
ridículo de alguns. Sem dúvida que isto não é justo, nem racional; mas,
como se sabe, os adversários do Espiritismo só consideram de bom quilate a
razão de que desfrutam, e conhecer a fundo aquilo sobre que discorrem é o
que menos cuidado lhes dá.
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