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O SELVAGEM DESENCARNADOO homem selvagem, que se reconhece dominador na hierarquia animal, cruel habitante da floresta, que apura a inteligência, através da força e da astúcia, na escravização dos seres inferiores que se lhe avizinham da caverna, desperta, fora do corpo denso, qual menino aterrado, que, em se sentindo incapaz da separação para arrostar o desconhecido, permanece, tímido, ao pé dos seus, em cuja companhia passa a viver, noutras condições vibratórias, em processos multifários de simbiose, ansioso por retomar_a_vida_física que lhe surge à imaginação como sendo a única abordável à própria mente. Não dispõe, nessa fase, de suprimento espiritual que o ajude a pensar em termos diferentes da vida tribal em que se apóia. O espetáculo da vastidão cósmica perturba-lhe o olhar e a visita de seres extraterrestres, mesmo benevolentes e sábios, infunde-lhe pavor, crendo-se à frente de deuses bons ou maus, cuja natureza ele próprio se incumbe de fantasiar, na exigüidade das próprias concepções. Acuado na choça, onde a morte lhe furtou o veículo_físico, respira a atmosfera morna em que se acasalam os seus herdeiros do sangue, para somente ausentar-se do reduto doméstico quando a família se afasta, instada por duras necessidades de subsistência e de asilo. E o homem primitivo que desencarnou, suspirando pelo devotamento dos pais e, notadamente, pelo carinho do colo materno, expulso do vaso fisiológico, não tem outro pensamento senão voltar — voltar ao convívio revitalizante daqueles que lhe usam a linguagem e lhe comungam os interesses
Nas
densas trevas somente aportam as consciências que se entenebreceram nos
crimes deliberados, apagando a luz do equilíbrio em si mesmas. Nestas regiões_inferiores não transitam as almas
simples, em qualquer aflição purgativa, situadas que se
encontram nos erros naturais das experiências primárias. Cada ser está
jungido, por impositivos da atração magnética, ao círculo de evolução
que lhe é próprio.
Asseguro-lhes, assim, que, nas zonas_infernais_propriamente_ditas, apenas residem aquelas mentes que, conhecendo as responsabilidades morais que lhes competiam, delas se ausentaram, deliberadamente, com o louco propósito de ludibriarem o próprio Deus. [83
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