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Possessão[do latim possessione]Atuação de um Espírito
desencarnado sobre o encarnado, com domínio completo.
http://www.espirito.org.br/portal/doutrina/vocabulario/letra-p.html
Justino Justino (em latim: Flavius Iustinus ou Iustinus Martir), ou Justino de Nablus (100 - 165)
Dava-se
outrora o nome de possessão ao império exercido
por maus Espíritos, quando a influência deles ia até à aberração das
faculdades da vítima. A possessão seria, para nós, sinônimo da subjugação. Por dois motivos deixamos de adotar esse termo:
A palavra subjugação exprime perfeitamente a ideia. Assim, para nós, não há possessos, no sentido vulgar do termo, há somente obsidiados, subjugados e fascinados.
Desde
que não há possessão propriamente dita,
isto é, coabitação de dois Espíritos no mesmo corpo, a alma
pode ficar na dependência de outro Espírito, de modo a se achar subjugada
ou obsidiada ao ponto de a sua vontade
vir a achar-se, de certa maneira, paralisada. São esses os verdadeiros possessos. Mas, é preciso saibas que essa dominação não se efetua nunca sem que aquele que a sofre o consinta, quer por sua fraqueza, quer por desejá-la. Muitos epilépticos ou loucos, que mais necessitavam de médico que de exorcismos, têm sido tomados por possessos. O vocábulo possesso, na sua acepção vulgar, supõe a existência de demônios, isto é, de uma categoria de seres maus por natureza, e a coabitação de um desses seres com a alma de um indivíduo, no seu corpo. Pois que, nesse sentido, não há demônios e que dois Espíritos não podem habitar simultaneamente o mesmo corpo, não há possessos na conformidade da ideia a que esta palavra se acha associada. O termo possesso só se deve admitir como exprimindo a dependência absoluta em que uma alma pode achar-se com relação a Espíritos imperfeitos que a subjuguem.
Apesar de naturalmente compreensível para os estudiosos do Espiritismo,
pode parecer estranho àqueles que não se aprofundaram adequadamente no
tema as seguintes afirmações: Possessão é um fenômeno possível e
este não é, invariavelmente, uma obsessão.Este entendimento requer uma consulta criteriosa à Codificação, pois trata-se de assunto que o próprio Allan_Kardec revisitou durante sua obra e num ato de verdadeira humildade desenvolveu-o, complementando o sentido que aparentemente havia firmado desde 1857 n’O Livro dos Espíritos (LE). Somente a partir de 1863, na Revista Espírita, o Codificador revê o conceito de possessão, admitindo a sua existência não mais como subjugação, mas em seu sentido exato. Sobre o caso verificado da Srta. Julie (RE - Dez/1863), Kardec expressa-se da seguinte maneira: “Temos dito que não havia possessos (ver LE-473, por exemplo) no sentido vulgar do vocábulo mas somente subjugados. Voltamos a esta asserção absoluta porque agora nos é demonstrado que pode haver verdadeira possessão, isto é, substituição, posto que parcial, de um Espírito errante a um encarnado. ”Somente alguém da nobreza moral e intelectual de Kardec poderia retomar um conceito que ele mesmo propagava como absoluto mas que evidenciou-se, através de fatos comprovados e pelo crivo racional, com diferente acepção. Este é um exemplo do dinamismo da Doutrina, que só pode ocorrer quando validado pela razão e demonstrado irrefutavelmente. Para melhor diferenciação, devemos conceituar estes termos conforme encontramos n’A Gênese (GEN - Cap XIV - itens 45 a 49):
A diferença no processo de comunicação entre os fenômenos de psicofonia e de possessão também pode ser evidenciada:
Esclarecendo objetivamente que a possessão pode ser promovida por um Espírito bom, encontramos (GEN – Cap. IV – item 48): “A obsessão sempre é o resultado da atuação de um Espírito malfeitor. A possessão pode ser o feito de um bom Espírito que quer falar e, para fazer mais impressão sobre os seus ouvintes, toma emprestado o corpo de um encarnado, que este lhe cede voluntariamente tal como se empresta uma roupa. Isto se faz sem nenhuma perturbação ou incômodo e, durante este tempo, o Espírito se encontra em liberdade como num estado de emancipação e freqüentemente se conserva ao lado de seu substituto para o ouvir. ”Obviamente a possessão também pode ocorrer através de um Espírito malfeitor e neste caso caracteriza-se um processo obsessivo. Assim ocorre quando a vítima não possui força moral para resistir à agressão e é obrigada a afastar-se temporariamente de seu corpo (obs: mais uma vez é importante ressaltar que nestes momentos a vítima permanece ligada ao corpo mas sem o seu domínio). Considerando o presente nível moral da humanidade não é de se estranhar que há muito mais casos de possessões obsessivas do que aquelas com finalidades edificantes. O Espiritismo, mais uma vez, lança luzes sobre males ainda considerados pelas ciências materialistas como de causa patológica. Não descartando esta possibilidade (anormalidade orgânica) a Doutrina Espírita faz conhecer outras fontes das misérias humanas, mantidas pela fragilidade moral dos seres. Inteligência e Amor são as armas para combater desequilíbrios. Tratam-se de experiências geralmente individuais (como a da Srta. Julie, citada anteriormente) mas Kardec também relata ocorrências de possessão coletiva (ver RE – 1862/63 – casos em Morzine e Tananarive). Assim, contribuindo para o real entendimento deste processo, devemos distinguir os fenômenos de possessão e obsessão. A possessão ocorre e pode ser boa ou má; a obsessão sempre é má. Portanto, nem toda possessão é obsessão. Muita
Paz! (Retirado do Boletim GEAE Número 445 de 30 de outubro de 2002) http://www.espirito.org.br/portal/ |
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