No tratamento da obsessão, chamamos de meios coadjuvantes as técnicas que
complementam a instrução moral básica (direta e indireta) dos Espíritos
envolvidos. São, por assim dizer, os meios mecânicos, com os quais se deve
complementar o aspecto instrutivo. Sempre que possível, esses poderosos
auxiliares deverão ser aplicados na terapêutica desobsessiva, pois se
constituem em elementos que ajudarão a recuperação do paciente.
- Fluidoterapia:
Kardec, em "O Evangelho Segundo o
Espiritismo", fala da necessidade da fluidoterapia
no tratamento das
obsessões da seguinte maneira: "Nos
casos de obsessão grave, o obsedado está como que envolvido e impregnado
por um fluido pernicioso, que neutraliza a ação dos fluidos salutares e os
repele. É necessário livrá-lo desse fluido. Mas um mau fluido não pode
ser repelido por outro da mesma espécie. Por uma ação semelhante ao que o
médium curador exerce nos casos de doença, é preciso expulsar o fluido
mau com a ajuda de um fluido melhor, que produz, de certo modo, o efeito de
um reagente. Essa é a que podemos chamar de ação mecânica..." –
(Capítulo 28:81).
Os
grupos que se dedicam à terapia desobsessiva deverão utilizar da
fluidoterapia como um dos auxiliares no tratamento dos pacientes. Ela deverá
ser ministrada semanalmente ao enfermo, através do passe (magnetização) e
da água_fluidificada, importante veículo que conduz o
magnetismo_humano e
espiritual aos enfermos.
Nos
casos de obsessões mais graves (degeneradas), os enfermos deverão receber magnetização, se possível, por mais de um passista. Isso será feito uma
vez por semana, nas dependências do Centro Espírita, no período que
antecede a palestra pública. Nos casos de extrema gravidade, a
magnetização
poderá ser feita diariamente, com visitas à casa do paciente.
Os
passistas são os instrumentos utilizados pelos Espíritos para fortalecer o
organismo_perispiritual do doente, debilitado pela obsessão. A equipe deverá
ter vida moral sadia, liberta de vícios grosseiros. Vivendo de forma
equilibrada, esses companheiros estarão em condições espirituais para
ajudar os sofredores, doando-lhes seus fluidos curativos.
Como
vimos, na obsessão a atmosfera fluídica que circunda o paciente se torna
sombria. O enfermo tem dificuldades para elevar seus pensamentos que jazem
sob a opressão do baixo magnetismo, vindo das ligações psíquicas com o
obsessor. É
preciso ajudá-lo a sair dessa situação e a fluidoterapia é um poderoso
auxiliar dessa libertação.
Um
grupo de passistas poderá projetar sobre a pessoa_obsediada uma
significativa carga de fluidos magneticamente elevados, expulsando do seu
campo vibratório, as energias negativas. Mas, o
passe coletivo pouco significa para a desobsessão e deve ser usado
só em casos onde, por falta de trabalhadores ou espaço, não puder ser
aplicado individualmente.
- Leitura
de livros espíritas:
Quando a situação psicológica do paciente for favorável
será importante aconselhá-lo a ler alguns textos espíritas. No entanto,
é preciso ter o cuidado de não sobrecarregar de leituras a mente enferma.
Alguns enfermos obsidiados ficam com seu psiquismo confuso. No desespero,
tendem a ler livros doutrinários dia e noite, favorecendo a obsessão e o
desequilíbrio.
Na
desobsessão, podemos aconselhar uma leitura diária leve, durante 20 ou 30
minutos. Os livros recomendados são os que trazem mensagens leves.
- O
Evangelho Segundo o Espiritismo,
- Jesus no Lar (psicografia de Francisco Cândido
Xavier)
- e outros do gênero poderão ser
utilizados
|
Não se deve aconselhar
que o enfermo estude:
- O Livro dos Espíritos,
- A Gênese,
- O Livro dos Médiuns
- Ou qualquer outro que exija um raciocínio mais profundo.
|
- Mensagens
doutrinárias:
Pequenas mensagens espíritas, mediúnicas ou não,
devem ser distribuídas ao povo e aos enfermos portadores de obsessão, nas
reuniões públicas. Além de esclarecer pequenas dúvidas, elas também
constituem-se em forte elemento de sustentação emocional para a recuperação
da normalidade psíquica dos perturbados.
As
mensagens mais comuns são as psicografadas por Francisco_Cândido Xavier
e
Divaldo Pereira Franco.
- Prece:
A equipe responsável pelas entrevistas, deverá
instruir o obsediado a orar todos os dias para facilitar sua libertação. A prece
eleva o Espírito, liberta-o momentaneamente e o coloca em contato com
as fontes energéticas do Bem. Alguns enfermos, por causa de sua doença
obsessiva, não conseguem orar. Nesses casos, um outro membro da sua família
poderá ajudá-lo, orando ao seu lado e, se necessário, em voz alta. Caso o
paciente esteja em condições psíquicas para fazer a prece, ele será
instruído a realizá-la, não só de coração, mas também proferindo o
tradicional "Pai Nosso", que se reveste de importância especial
para o tratamento das perturbações espirituais.
"Em
todos os casos de obsessão, a prece é o mais poderoso auxiliar da ação
contra o Espírito obsessor" – (Allan Kardec, O Evangelho Segundo o
Espiritismo, 28:81).
- Trabalho
no Bem:
Quando as condições psicológicas forem satisfatórias,
deve-se orientar o paciente para que ocupe seu tempo com alguma atividade
material. Os pacientes com obsessão costumam apresentar uma espécie de inércia
psíquica. O enfermo carrega consigo uma tendência a afastar-se do trabalho
e das relações com o mundo exterior. Seu mundo mental tende a fechar-se em
si mesmo. A desobsessão precisa abrir este caminho e exteriorizar o mundo
mental do paciente, trazendo-o novamente para a vida. O Espírito tem como
um dos seus atributos ser útil. O trabalho é para ele uma normalidade. Só
deixa de sê-lo quando ele está enfermo. A ocupação é, pois, um remédio
capaz de contribuir para a melhoria ou cura de muitas enfermidades mentais,
inclusive a obsessão.
- Cuidados
médicos:
As obsessões graves
podem levar alguns pacientes a um estado grave de desequilíbrio psíquico.
Há casos crônicos em que a influência obsessiva atinge o organismo físico
provocando enfermidades. Isso ocorre por causa do enfraquecimento fluídico
do perispírito, fato comum nas obsessões. Quando um paciente obsediado é
trazido ao Centro Espírita para tratamento, uma das primeiras perguntas que
se deve fazer a ele ou à sua família é se já fez consulta_médica. Caso
ele já estiver medicado pela medicina terrena, o dirigente ou entrevistador
não deverá suspender nenhuma medicação. Importante Só o médico poderá suspender o uso dos remédios. Com resultados
satisfatórios no tratamento de desobsessão, o paciente começará a depender
menos da medicação sedativa que utiliza. O entrevistador, quando perceber
isso, poderá encaminhar o enfermo para uma avaliação junto do profissional
competente. Se o médico achar conveniente, verificando suas condições psíquicas
e emocionais, poderá suspender ou diminuir a dose da medicação utilizada. A
responsabilidade pela suspensão ou alteração medicamentosa será inteiramente
do profissional que é devidamente habilitado para isso. Nota
-Durante a entrevista, se o paciente informar que teve crises de ausência,
desmaios ou dores de cabeça repentinas, deve-se ter o cuidado de averiguar se
ele está em tratamento médico convencional. Caso isso não tenha sido feito, a
equipe de atendentes cuidará do paciente, mas solicitará que consulte um
profissional especializado. Tem-se que levar em consideração que existem
anormalidades do cérebro físico, que são capazes de produzir sintomas
emocionais e psíquicos, semelhantes à obsessão.
http://www.espirito.org.br/portal/artigos/gebm/tecnicas-de-desobsessao.html José
Queid Tufaile Huaixan
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