A mediunidade ativa e missionária não é incompatível com o bem-estar e, a rigor, todas as pessoas que gozam de relativo conforto material, poderiam disputar excelentes oportunidades de serviço em seus quadros de trabalho e edificação; entretanto, as almas encarnadas, quando favorecidas pela tranqüilidade natural da existência física, se mantêm na região de serviço comum que lhes é própria às necessidades individuais, e, como o cumprimento do dever com exatidão já representa grande esforço, raramente ultrapassam a fronteira das obrigações legítimas, em busca do campo divino da renunciação. A luta intensiva, porém, dilata as aspirações íntimas. O sofrimento, quando aceito à luz da fé viva, é uma fonte criadora de asas espirituais.

Formulando semelhantes considerações, não queremos dizer que a mediunidade construtiva deva ser apanágio dos corações algemados à dor. Isto não. As missões da Espiritualidade Superior pertencem a todas as criaturas de boa vontade. Apenas expressamos a nossa convicção de que almas existem, fervorosas no ideal do Bem e da Verdade, que se valem dos obstáculos para melhor escalarem o monte da redenção divina.

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André Luiz

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