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No instinto de destruição o que tem de pior é a crueldade, porquanto, se, algumas vezes, a destruição constitui uma necessidade, com a crueldade jamais se dá o mesmo. Ela resulta sempre de uma natureza má. (Ver: Lei
de destruição)
A
crueldade não derivara da falta de desenvolvimento do
senso_moral, porquanto o senso moral existe, como princípio, em todos os homens. É esse senso moral
que
dos seres cruéis fará mais tarde seres bons e humanos. Ele, pois, existe no
selvagem, mas como o princípio do perfume no gérmen da flor que ainda
não desabrochou.
Em
estado rudimentar ou latente, todas as faculdades existem no homem.
Desenvolvem-se,
conforme lhes sejam mais ou menos favoráveis as circunstâncias. O desenvolvimento
excessivo de uma detém ou neutraliza o das outras. A sobreexcitação dos instintos materiais abafa, por assim dizer, o senso moral, como o desenvolvimento do senso moral
enfraquece pouco a pouco as faculdades puramente animais.
Pode dar-se que, no seio da mais adiantada civilização, se encontrem
seres
às vezes cruéis quanto os selvagens. Do
mesmo modo que numa árvore carregada de bons frutos se encontram verdadeiros
abortos. São, se quiseres, selvagens que da civilização só têm o exterior,
lobos extraviados
em meio de cordeiros. Espíritos_de_ordem_inferior e muito atrasados podem encarnar
entre homens adiantados, na esperança de também se adiantarem. Mas, desde que
a prova é por demais pesada, predomina a natureza primitiva.
A
Humanidade progride. Esses homens, em quem o instintodo mal domina e que se
acham deslocados entre pessoas de bem, desaparecerão gradualmente, como o mau
grão se
separa do bom, quando este é joeirado. Mas, desaparecerão para renascer sob
outros invólucros.
Como então terão mais experiência, compreenderão melhor o bem e o
mal.Tens
disso um exemplo nas plantas e nos animais que o homem há conseguido
aperfeiçoar, desenvolvendo
neles qualidades novas. Pois bem, só ao cabo de muitas gerações o desenvolvimento
se torna completo. É a imagem das diversas existências do homem.
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