|
"Foi-me necessário mais de um ano de trabalho para eu mesmo estar convencido" Allan Kardec [78 - Primeiro diálogo - O Crítico]
Creio no Espiritismo, sob
seu tríplice aspecto Filosófico,
Científico e Religioso, que há de ser entendido e vivenciado por
seguidores de todos os credos_ religiosos e doutrinas filosóficas,
porquanto reflete uma inexorável realidade de nossa existência e sua
compreensão depende apenas do nosso despertar para a dimensão
espiritual, quando nos tornamos capazes de entender o que ainda é
considerado mistério, nos libertando das contradições, dos
preconceitos, das ilusões, do materialismo,
de tudo enfim que nos tornam egoístas e frágeis, como preconizou Jesus - nosso modelo e guia espiritual.Estudando
as religiões tradicionais mais professadas no mundo ocidental – Catolicismo e Protestantismo de modo geral, sem outro intuito senão o de entendimento e harmonia, e
com todo respeito pelo que representam e sua valiosa utilidade, percebe-se
que embora tenham contribuído para a melhoria e disciplina do
homem, no decorrer dos séculos, determinando comportamentos éticos e
buscando refrear os instintos,
as paixões;
permitiram que os homens delas se distanciassem ao confrontar de forma
ortodoxa outras formas de pensamentos, criando a dicotomia antagônica - religião_x_ciência, por seus dogmatismos que insistem, pelo temor e submissão, na pregação da fé irrestrita,
“cega”, instituindo simbologias, sacramentos e rituais, e por
afirmativas desprovidas de comprovação e razão, ao considerar mistérios
divinos o que ignoram, e apregoarem uma única existência terrestre paraohomem
(espírito eterno) - que, após_a_morte, selaria definitivamente
seu destino – céu , inferno e, posteriormente instituído, purgatório;
condicionando a “salvação da alma” ao poder das igrejas e
seus representantes.Para
os que assim crêem, urge as indagações:
Basta analisar, na visão religiosa tradicionalmente apregoada, princípios como:
Afastando-se da pureza dos ensinamentos exemplificados por Jesus, fizeram dos ideais cristãos uma lei de temor e servidão, enquanto o verdadeiro Cristianismo proclama o amor e a liberdade. Por isso, com o progresso natural da ciência, liberta dos grilhões eclesiásticos do passado na busca incessante da verdade, o conseqüente desdém cético e o ateísmo contundente dos intelectuais orgulhosos, ao longo do progresso humano cada vez mais concorde com a razão e a lógica, com os conhecimentos humanos e os avanços científicos. (Ver: Ciência e Espírito ) O óbvio é que, com a evolução individual e coletiva da humanidade, como efeito natural, todas as religiões e formas de crença em Deus hão de convergir para esta realidade: a vida espiritual não como algo irreal ou sobrenatural, mas, como algo real, atuante, interagindo com o homem e o Universo, sob as leis naturais de causa e efeito, ação e reação, com a pluralidade das existências para a incessante evolução humana, como apregoa o Espiritismo,evidenciando o Cristianismo como lei de amor e liberdade.Por outro lado, o ateísmo como o materialismo não resiste a uma reflexão mais profunda e consciente diante do perfeito equilíbrio do Universo, sob as leis imutáveis da natureza, enquanto a própria ciência afirma que não há efeito sem causa e, portanto, toda essa perfeição, como efeito inteligente, de tudo que não seja criação do homem, revela uma inteligência suprema, Divina.Basta a reflexão sem ideias preconcebidas para desconsiderar o acaso preconizado por setores do materialismo científico. O ser humano não é constituído apenas de matéria perecível. Existe algo interligado ao organismo, a que chamamos de alma, espírito, ainda desconhecido da ciência oficial; de natureza etérea, fluídica, quintessenciada e imperecível, que sobrevive ao organismo físico e que obedece às leis divinas de causa e efeito, ação e reação, para consecução da perfectibilidade que lhe cabe, através da eternidade, pela gradativa ascensão moral e espiritual, em perfeita interação com as leis da natureza. Há de se considerar que a ideia de uma existência única e puramente material, sem possibilidade de sobrevivência e continuidade pós-extinção física, creio que nos levaria ao anarquismo absoluto, à desordem geral e à barbárie, porquanto não haveria lógica em assistirmos inertes às diferenças sociais reinantes que limitam ou impedem gozos e causam sofrimento à maioria; em obedecermos às regras éticas e sociais, independente das influências culturais; porque o impulso lógico seria “gozar a vida” (sob a ótica exclusivamente material) a qualquer custo e da melhor forma possível, mesmo em detrimento de outrem... Entretanto, a nossa consciência nos impele sempre à reflexão, à busca de algo que nos proporcione paz interior e que está acima dos aspectos puramente materiais. Eis porque os gozos materiais não satisfazem, em sua plenitude, o homem, por ser, em sua essência, um indivíduo espiritual, e por isso a insatisfação, a incessante busca da verdade que concilie e harmonize a mente, para seu equilíbrio e ascensão. A ciência, através dos pesquisadores e estudiosos de todos os seus setores, há de caminhar e avançar ainda mais célere com a compreensão plena dos postulados Espíritas, concorde com a razão,ampliando sobremaneira o conhecimento humano em seu próprio benefício, como princípio inequívoco da nossa evolução a caminho da perfectibilidade eterna, ainda que relativa, a que estamos destinados. Assim, com estudo sério e objetivo, destituído de teorias ortodoxas e materialistas preconcebidas, de preconceitos, mistificações e superstições; alicerçado no bom senso e na reflexão; creio que há de se compreender que a vida espiritual, pujante e atuante, em plena interação com o homem e o Universo, constitui-se uma realidade, como apregoa o Espiritismo, com base nos ensinamentos de Jesus e na própria vivência. Sobretudo com os recursos da vasta obra espírita de que dispomos, como 3ª Revelação, e na comprovação dos fatos e da fenomenologia espiritual, observada e amplamente difundida. O que nos aproxima da verdade e nos liberta da obscuridade e das contradições, em harmonia com a ciência e a razão, para nos propiciar, pela edificação da consciência, a real e verdadeira felicidade: a paz de espírito, oriunda do conhecimento intrínseco e do próprio equilíbrio, para construção da fraternidade universal. Enfim, uma frase de Allan-Kardec, codificador do Espiritismo, sintetiza o pensamento racional que norteia o ideal Espírita e encoraja o estudo desta maravilhosa Doutrina: “Fé_inabalável só o é a que pode encarar frente a frente a razão, em todas as épocas da Humanidade”. (da sua obra “O Evangelho segundo o Espiritismo”). É com esta convicção que creio no Espiritismo. Devaldo
Teixeira de Araújo
Os estudiosos do Espiritismo,
ainda sem convicção valorosa e séria
no terreno da fé,
precisam reconhecer que em trabalhos dessa ordem não basta o recurso de
um bom médium. O
medianeiro não fará milagres dentro da natureza. Faz-se mister que o investigador, a par de uma curiosidade sadia, possua valores morais
imprescindíveis, como a sinceridade e o amor do bem, servindo a uma existência
reta e fértil de ações puras.[41a - página 225]
"A convicção não se forma
senão com o tempo, por uma contínua observação
feita com um cuidado particular. Os fenômenos espíritas diferem essencialmente
daqueles que se apresentam nas ciências exatas: eles
não se produzem à vontade. É preciso compreendê-los quando ocorrem.
É vendo-os muito e por longo tempo, que se descobre uma multidão
de provas que escapam ao primeiro olhar, sobretudo, quando não
se está familiarizado com as condições nas quais eles podem se produzir,
e ainda mais quando se leva um espírito de prevenção.
Eis porque eu não me presto para experiências sem resultado provável". "Não se pode fazer um curso de Espiritismo experimental como se faz um curso de física ou de química, já que não se é jamais senhor para produzir os fenômenos à vontade, e que as inteligências que lhes são agentes, frustram freqüentemente todas as nossas previsões. O que vós poderíeis ver acidentalmente, não apresentando nenhuma continuidade, nenhuma ligação necessária, seria pouco inteligível para vós. Instruí-vos, primeiro, pela teoria; lede e meditai os livros que tratam dessa ciência; ali aprendereis seus princípios, encontrareis a descrição de todos os fenômenos, compreendereis sua possibilidade pela explicação que é dada, e pela narração de uma multidão de fatos espontâneos, dos quais podeis ter sido testemunhas sem o saber e que vos tornarão à memória. Vós vos edificareis sobre todas as dificuldades que podem se apresentar e formareis, assim, uma primeira convicção moral. Então, quando se apresentarem as circunstâncias de ver e de operar por vós mesmos, compreendereis, qualquer que seja a ordem pela qual os fatos se apresentem, porque nada vos será estranho.""Eis, senhor, o que aconselho a quem diz querer se instruir, e, pela sua resposta, é fácil de se ver se tem outra coisa além da curiosidade." Allan Kardec [78 - Primeiro diálogo - O Crítico]
Todo o mundo não pôde constatar os fatos, porque não se colocou nas
condições desejadas para os observar e, para isso,
não se armou da paciência e perseverança necessárias. Mas, ocorre
aqui como em todas as ciências: o que uns não fazem, outros o fazem:
todos os dias, aceita-se o resultado de cálculos astronômicos sem
os ter feito. Qualquer que ela seja, se achais uma filosofia boa, podereis
aceitá-la como aceitaríeis uma outra, reservando, porém, vossa
opinião sobre os caminhos e meios que a ela conduziram, ou, pelos
menos, não admitindo-a senão como hipótese até mais ampla
constatação.
Os elementos de convicção não são os mesmos para todo o mundo; o que
convence a alguns, não causa nenhuma impressão sobre outros: por
isso é preciso um pouco de tudo. Mas, é um erro crer-se que as experiências
físicas sejam o único meio de convencer. Vi pessoas que os fenômenos
mais notáveis não puderam sacudir e para as quais uma simples
resposta escrita triunfou. Quando se vê um fato que não se compreende,
quanto mais ele é extraordinário, mais parece suspeito, e o
pensamento nele procura sempre uma causa vulgar. Se o compreende,
mais facilmente é admitido porque tem uma razão de ser: o
maravilhoso e o sobrenatural desaparecem.
Todos os dias sou visitado por pessoas que nada
viram e crêem tão firmemente como eu apenas pelo estudo que fizeram
da parte filosófica; para elas o fenômeno das manifestações é acessório e o
fundo é a doutrina, a ciência. Elas a vêem grande, tão racional,
que nela encontram tudo o que pode satisfazer suas aspirações íntimas,
sem o fato das manifestações, de onde concluem que, supondo-se
que as manifestações não existissem, a doutrina não seria menos
aquela que resolve melhor uma multidão de problemas reputados
insolúveis. Quantos não disseram que essas ideias tinham germinado
no seu cérebro, mas que elas aí estavam confusas! O Espiritismo
veio formulá-las, dar-lhes um corpo, e foi para eles como um rasgo
de luz. Isso explica o número de adeptos que apenas a leitura deO
Livro dos Espíritos fez. Acreditais que ela estaria assim se não
tivesse passado das mesas
girantes e falantes?Allan Kardec |
Páginas relacionadas:
DESAPARECIDOS (Crianças e Adolescentes)
