ROOSEVELT
PINTO SAMPAIOQuando
falamos de amor, lembramos que o Mestre nos apresentou sua expressão
mais clara na seguinte assertiva:
- Amarás o Senhor teu
Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu espírito; este
o maior e o primeiro mandamento.
- E aqui tendes o segundo, semelhante a esse:
Amarás o teu próximo, como a ti mesmo. – Toda lei e os profetas se acham
contidos nesses dois mandamentos. (Mateus, 22:34-40.)
Esse
é o verdadeiro sentido do amor!Nada
tem a ver com a simples redução ao amor-sexo que nos dias de hoje se
põe tão em evidência, cantando-se-lhe loas, estimulando-o em todas as idades,
dos jovens aos velhos, num desvirtuando do
seu significado.
Os
jornais publicam páginas de anúncios com ofertas de relações sexuais, incluindo fotos eróticas e, também,
anúncios sofisticados de motéis oferecendo e
incitando ao sexo e ao prazer como sendo o amor. Os meios de comunicação de massa mostram, com freqüência e
naturalidade, a versão do amor-sexo, usando
cenas picantes e impróprias, em face do exibicionismo que tentam passar como
sendo o significado do amor.
Isso
é amor?Amor
é sexo responsável, tem por objetivo a procriação para, de um lado, assegurar
a manutenção da espécie e, de outro, constituir as famílias que receberão Espíritos a elas confiados, para que
possam contribuir com sua formação e
com a geração de condições de evolução e melhoramento na jornada terrena para que foram enviados. EMMANUEL
adverte: Não devemos esquecer que o amor sexual deve ser entendido como o impulso da vida que
conduz o homem às grandes realizações do
amor divino, através da progressividade de sua espiritualização no
devotamento e no
sacrifício. [1]AMOR é amizade; nada se construirá de sólido entre um homem e uma mulher
se não existir a amizade como embasamento da relação que se estabelece entre eles. Ela será a base de
sustentação da futura família que venha a se formar.
Através
do amor o homem se renova, se reergue, se livra do abatimento. Como
nos diz Léon Denis: O amor é o sentimento superior em que se fundem e se harmonizam todas as qualidades do
coração; é o coroamento das virtudes humanas,
da doçura, da caridade, da bondade; é a manifestação na alma de uma
força que nos eleva acima da matéria, até alturas divinas, unindo todos os seres e despertando em nós
felicidades íntimas, que se afastam extraordinariamentede todas as volúpias
terrestres.[2]
- O
amor é trabalho, ação e serviço pois nos propicia realizar esses valores imprescindíveis ao nosso melhoramento.
Amor é caridade que permite que nossos bons
sentimentos possam aflorar quando nos identificamos com o nosso próximo
em seus sofrimentos, suas dificuldades, sua doença, seus problemas, fazendo
aquilo que nos for possível para ajudar, consolar, contribuindo para amenizar
a situação e fazendo com que se resigne à vontade do Pai.
- O
amor deve ser interpretado como proveniente do infinito amor que Deus dedica
a seus filhos, com o fito de purificar nossas almas para atingirmos o objetivo
para nós delegado de desejar a perfeição para que Ele, nosso criador, possa
nos oferecer suas eternas graças.
- O
amor indica sempre como devemos cooperar na felicidade daqueles a quem
nos devotamos.
- O
amor é a fonte donde brotam todas as virtudes com que deveis fertilizar a vossa existência tornando-a
capaz de dar bons frutos.[3] É a via mais certa e fácil que
temos de trilhar para o nosso aperfeiçoamento.
- O
amor não pode ser entendido como algo egoísta. Não é possessivo nem físico.
Ele se realiza no plano espiritual. A partir daí irá se libertar tornando-se mais amplo, fazendo um bem cada vez maior
aos seus participantes.
Quem
ama é capaz de sacrifícios, daí citar-se, constantemente, o amor materno
como o seu tipo mais puro, em que a abnegação é uma constante e que
de tudo é capaz para expressá-lo.Muitas
são as formas pelas quais se pode ver o amor se manifestar.
Desinteressadamente, muitos grupos
se ocupam em realizar visitas fraternas a doentes em
sanatórios, indo a asilos onde um grande número de velhinhos lá estão abandonados e ficam ávidos à espera
daquelas visitas, que muitas vezes levam
pequenas utilidades a eles, e que semanalmente lhes dão alegria. Da mesma
forma dão-se as visitas a orfanatos levando amor às crianças que lá estão, sedentas
de carinho e atenção, criando muitas vezes sólidas amizades e mesmo
porque aqueles que por eles se interessam tornam-se extremamente importantes,
animando o grupo infantil em períodos repetidos. O mesmo se repete em
hospitais infantis, principalmente nos hospitais de câncer.Encontramos
a sociedade preocupada com o amor. Tanto as associações particulares,
bem como as ONGs lançam-se às mais diferentes tarefas caritativas onde
o amor é o cerne destas atividades. Aos poucos o combate ao egoísmo vai
se implantando, até que em um dia o predomínio do amor venha a existir.é
Joanna de Ângelis que assim se reporta ao amor: Inserto no espírito por herança divina, revela-se a princípio
como posse que retém, desejo que domina, necessidade
que se impõe, a fim de agigantar-se, logo depois, em libertação do ser
amado, compreensão ampliada, abnegação feliz, tudo fazendo por a quem ama,
sem imediatismo, nem tormento, nem precipitação. Sabe esperar, consegue ceder, lobriga entender
sempre e sempre desculpar. O amor é tudo. Resume-se em amar.[4] (Grifo da Autora espiritual.)Lembremo-nos
que o amor é uma bênção de Deus e desse modo ele expressa beleza
de sentimentos, e pela lei que o Mestre nos apresentou representa a
expressão mais clara da fraternidade. [l] Referências
Bibliográficas:[1]
XAVIER, Francisco Cândido. O Consolador. Pelo Espírito EMMANUEL. 16. ed. Rio
de Ja-neiro: FEB, 1993, cap. 2, q.
184, p. 11.[2]
DENIS, Léon. Depois da Morte. 18. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1994, cap. 49, p.
282-283.[3]
ROUSTAING, J.-B. (coord.). Os Quatro Evangelhos: Espiritismo Cristão ou
Revelação da Revelação. Pelos
Evangelistas assistidos pelos Apóstolos e Moisés. Trad. de Guillon Ribeiro. 7. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1988, v. 3, p.
209.[4]
FRANCO, divaldo Pereira. Estudos Espíritas. Pelo Espírito Joanna de Ângelis.
5. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1999,
cap. 21, p. 159-160.
Revista
REFORMADOR Julho de 2001 |