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Alinhando apontamentos sobre a mediunidade , não será lícito esquecer algumas considerações em torno do animismo ou conjunto dos fenômenos psíquicos produzidos com a cooperação consciente ou inconsciente dos médiuns em ação. Temos aqui muitas ocorrências que podem repontar nos fenômenos_mediúnicos_de_efeitos_físicos ou de efeitos_intelectuais, com a própria Inteligência encarnada comandando manifestações ou delas participando com diligência, numa demonstração que o corpo_espiritual pode efetivamente desdobrar-se e atuar com os seus recursos e implementos característicos, como consciência pensante e organizadora, fora do carro físico. A verificação de semelhantes acontecimentos criou entre os opositores da Doutrina_Espírita as teorias de negação, porquanto, admitida a possibilidade de o próprio Espírito encarnado poder atuar fora do traje_fisiológico, apressaram-se os cépticos inveterados a afirmar que todos os sucessos medianímicos se reduzem à influência de uma força_nervosa que efetua, fora do corpo carnal, determinadas ações mecânicas e plásticas, configurando, ainda, alucinações de variada espécie. Todavia, os estardalhaços e pavores levantados por esses argumentos indébitos, arredando para longe o otimismo e a esperança de tantas criaturas que começam confiantemente a iniciação nos serviços da mediunidade, não apresentam qualquer significado substancial, porque é forçoso ponderar que os Espíritos desencarnados e encarnados não se filiam a raças antagônicas que se devam reencontrar em condições miraculosas. [29 - página 163]
Animismo ou Espiritismo? Qual dos dois explica o conjunto dos fatos?Nem um, nem outro, pois que ambos são indispensáveis à explicação do conjunto dos fenômenos supranormais, cumprindo se observe, a propósito, que eles são efeitos de uma causa única:
Decorre daí um importante ensinamento: que os fenômenos metapsíquicos, considerados em conjunto, a começar pela modestíssima tiptologia da trípode mediúnica e pelos estalidos no âmago da madeira, para terminar nas aparições dos vivos e nas materializações de fantasmas vitalizados e inteligentes, podem ser fenômenos anímicos ou espíritas, conforme as circunstâncias. É racional, com efeito, supor-se que o que um Espírito “desencarnado” pode realizar também deve podê-lo – embora menos bem – um Espírito “encarnado”, sob a condição, porém, de que se ache em fase transitória de diminuição vital, fase que corresponde a um processo incipiente de desencarnação do Espírito (sono fisiológico, sono sonambúlico, sono mediúnico, êxtase, delíquio, narcose, coma). (Ver: Comunicações mediúnicas entre vivos) Segue-se que, em metapsíquica, faz-se necessário constantemente analisar, caso a caso, os fenômenos_supranormais, antes de concluir acerca da gênese anímica ou espírita de cada um, o que equivale a reconhecer que...
Nos primeiros, porém, semelhante erro constitui regra sistemática, pois, se assim não fosse, eles não seriam “animistas totalitários”. [111 - páginas 295 / 296]
Na verdade a questão do animismo foi de tal maneira inflada, além de
suas proporções, que acabou transformando-se em verdadeiro fantasma, uma
assombração para espíritas desprevenidos ou desatentos. Muitos são os
dirigentes que condenam sumariamente o médium, pregando-lhe o rótulo de
fraude, ante a mais leve suspeita de estar produzindo fenômeno anímico e não
espírita. Não há fenômeno_espírita puro, de vez que a manifestação de seres desencontrados, em nosso contexto
terreno, precisa do médium encamado, ou seja, precisa do veículo das
faculdades da alma (espírito encarnado) e, portanto, anímicas.Quando Kardec pergunta como é
que um espírito manifestante fala uma língua que não conheceu quando
encamado, Erasto e Timóteo declaram que o próprio Kardec respondeu à sua dúvida,
ao afirmar, no início de sua pergunta, que "os espíritos só têm a
linguagem do pensamento; não dispõem da linguagem articulada". Exatamente
por isso, ou seja, por não se comunicarem por meio de palavras, eles transmitem
aos médiuns seus pensamentos e deixam a cargo do instrumento vesti-los,
obviamente, na língua própria do sensitivo. Reiteramos, portanto, que não
há fenômeno mediúnico sem participação anímica. O cuidado que se toma
necessário ter na dinâmica do fenômeno não é colocar o médium sob suspeita
de animismo, como se o animismo fosse um estigma, e sim ajudá-lo a ser um
instrumento fiel, traduzindo em palavras adequadas o pensamento que lhe está
sendo transmitido sem palavras pelos espíritos comunicantes. Certamente ocorrem manifestações
de animismo puro, ou seja, comunicações e fenômenos produzidos pelo espírito
do médium (Alma) sem nenhum componente espiritual estranho, sem a participação de
outro espírito, encamado ou desencontrado. Nem isso, porém, constitui motivo
para condenação sumária ao médium e, sim, objeto de exame e análise
competente e serena, com a finalidade de apurar o sentido do fenômeno, seu
porquê, suas causas e conseqüências.Suponhamos, por exemplo, que
ante determinada manifestação espiritual um certo médium de um grupo, outro médium
do mesmo grupo mergulhe, de repente, em um processo espontâneo de regressão_de_memória. Pode ocorrer que ele passe a 'viver', em toda a sua intensidade e
realismo, sua própria personalidade de anterior existência. Apresentará, sob
tais circunstâncias, todas as características de uma manifestação mediúnica
espírita, como se ali estivesse um espírito desencontrado.Vamos lembrar, novamente, o
ensinamento de Erasto e Timóteo: "A alma do médium pode comunicar-se como
a de qualquer outro". E isto é válido para a psicografia e para a psicofonia ou até mesmo para fenômenos_de_efeitos_físicos.
Não nos cansamos de repetir que tais fenômenos não invalidam a realidade da
comunicação espírita e, sim, a complementam e ajudam a entendê-la melhor.A fim de que possamos estudar o
mundo espiritual, adverte Delanne, precisamos de um instrumento, um intermediário
entre as duas faces da vida - o médium.Como
o médium possui uma alma e um
corpo, ele tem
acesso, por uma, à vida do espaço e, pelo outro, se prende à Terra, podendo
servir de intérprete entre os dois mundos. Não deixa, portanto, de ser
um espírito somente porque está encarnado. Os fenômenos que produzir, como
espírito, são também dignos de exame e não de condenação sumária. Algumas
perguntas podem ser formuladas para servir de orientação a essa análise:
Hermínio C. Miranda http://www.espirito.org.br/portal/artigos/diversos/mediunidade/animismo-herminio-miranda.html Link desativado |
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