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Escotografia (Skotos=obscuro e grafein=escrever), é o termo proposto por Felícia Scatcherd no Primeiro Congresso Internacional de Pesquisas Psíquicas realizado em Copenhague. Seria impressão no escuro, em oposição à fotografia propriamente dita, que é a impressão pela luz. Poderíamos classificar a escotografia, como método de ajuda para pesquisar a fenomenologia parapsicológica, visando o processo técnico por meio do qual se obtém as fotografias. Ou mais exatamente, segundo a natureza das radiações pelas quais seria impressionada a chapa fotográfica. Deste modo, a classificação é a seguinte:
As primeiras seriam chamadas fotografias parapsicológicas. As segundas, objeto de nosso estudo, são as escotografias, ou também chamadas:
Tudo o que é visível para a objetiva da máquina fotográfica e susceptível de ser reproduzido na fotografia, deve necessariamente, por essa mesma razão, ser visível ao olho humano?
Antonio Elegido. Revista de Parapsicologia 16 (Link desativado)
TRUQUES William H. Mumler é tido como o primeiro experimentador neste gênero em Boston (Estados Unidos) em 1861. Mumler dedicava seu tempo de lazer à fotografia. Certo dia, viu numa de suas provas, uma figura estranha ao grupo que fotografara. Foi o nascimento "oficial" de um dos fatos mais discutidos e polêmicos que lembra a história da Parapsicologia. A explicação "lógica" que se encontrou foi que se tinha conseguido finalmente fotografar os "espíritos dos mortos". Segundo Alexandre Aksakof, o Sr Mumler obteve escotografia inclusive quando a experiência foi dirigida por quatro fotógrafos profissionais que se encarregaram de efetuar pessoalmente as operações, do lavado da chapa até o revelado; e ainda utilizavam seus próprios aparelhos. Mas o caso Mumler tomou um rumo diferente no conceito dos sábos quando o Doutor Gadner (espírita), enganado longo tempo, descobriu que tudo fora devido à dupla exposição. O metódo é muito fácil e serve para fazer acreditar que se obteve "um corpo astral exteriorizado". Suponhamos que o mistificador quer produzir um fantasma ao lado de uma pessoa real. Um modelo real ou um manquim vestido de roupas claras será fotografado diante de um fundo preto e com luz tênue. Depois, se servirá da chapa ou do filme assim preparadoss para fotografar o cliente que deseja ter perto dele uma "imagem espiritual". Se o cliente tiver apresentado uma fotografia da pessoa falecida antes de ser fotografado, tudo é mais fácil: substitui-se a cabeça do manequim pela da fotografia e todos ficam contentes. Por ser fácil de fazer e de grande efeito, este truque tornou-se famoso entre alguns "médiuns". Entre eles se tornou tristemente célebre o francês Buguet. Trabalhou na França e Inglaterra onde fez fortuna. Pouco antes de ser chamado a comparecer perante a justiça, efetuou uma série de experiências com a viúva de Allan Kardec e Leymarie. (Leymarie era o sucessor oficial de Allan Kardec e Diretor da Revue Espirite". Buguet tinha se associado a Leymarie) No dia 12 de maio de 1874, apareceu na experiência o falecido esposo e famoso codificador da doutrina espírita, com a frase: "Obrigado minha querida esposa, obrigado Leymarie, coragem Buguet". Mas...um senhor de Montrevil-Surmer pediu a Buguet a fotografia do "espírito" de seu filho morto na idade de dez anos e meio. Apareceu a fotografia de um homem de cinquenta anos. Erros como o citado, em grande número, ocasionados pela quantidade de clientes que atendia assiduamente, obrigaram o governo francês a intervir. Buguet foi submetido a julgamento em 1874, juntamente com Leymarie. Buguet teve que confessar o truque perante o acúmulo de provas apresentadas. Foi condenado. Explicou que enquanto o cliente se encontrava na sala de espera, ele procurava no arquivo alguma imagem que se assemelhasse ao pedido para ser depois evocada. A sobreposição era trabalho fácil. Mas não acabaram as discussões. Houve inclusive no julgamento, momentos cômicos. Buguet chegou a confessar às pessoas que tinham acreditado nele, a maneira pela qual realizava o truque, mas foi impossível convencer as "vítimas", que, mesmo assim continuavam acreditando nas fotografias do além. Segundo a "Revista Inglesa de Fotografia" somente na década de 1870 na Inglaterra enriqueceram-se trinta e cinco fotógrafos profissionais de fotografias do além. Para demonstrar como era fácil trucar (enganar),numa experiência dessas, o engenheiro McCarthy (membro da "Society for Phychical Research") avisou que ia fazer uma foto e que trucaria no transcurso dela. Os investigadores, no transcurso da sessão, celebrada em 1934 na filial da "S.P.R" de Sheffied, não puderam perceber nada estranho durante toda a experiência. Porém, trucou fazendo aparecer quatro linhas da Bíblia em Chinês e vários"representantes do "outro mundo". Realizou isto, como depois explicou, por meio de um minúsculo aparelho emissor de radiações ultra-violetas escondido entre os dedos, com o qual projetava um micro-filme do tamanho de uma cabeça de alfinete ou um pouco maior. Deve ter-se presente a grande credulidade dos clientes destas sessões de "fotografias de espíritos". Basta mostrar a uma dessas pessoas, uma fotografia fora de foco, circundada por um aro branco, para que imediatamente eles reconheçam na fisionomia um de seus parentes falecidos. E com frequência, dá-se o caso de ser a mesma imagem identificada por uma pesoa como sendo o pai e, por outra como sendo a do seu irmão; e o original não é de nenhum dos dois, mas foi tirado de outra pessoa, não relacionada em coisa alguma com qualquer um deles. Por outra parte, em certas ocasiões, a casualidade vem reforçar admiravelmente a crença de que umas manchas combinadas fortuitamente são a imagem verdadeira de algum defunto da família. Para a dupla imagem que produz uma série de siluetas mais ou menos transparentes, o mais frequente é um minúsculo buraquinho na objetiva da câmara ou um deslocamento lateral da pessoa fotografada. Outro truque: as cortinas que servem de fundo enquanto se tira a fotografia podem esconder qualquer artifício. É fácil pintar, desenhar siluetas com soluções de sulfeto de quinino, de fluoresceína, ou poções de "marrão"da índia, de frexo, etc. Invisíveis ao olho nú, as siluetas aparecem sobre o filme fotográfico, à luz do flash da máquina fotográfica. Além do filme todo o material pode ser trucado: a câmara, a objetiva que produzirá uma imagem acrescentada, as dobras; impregnando-as com um material fosforescente, etc. A hipótese do truque (consciente ou incosnciente, mais frequentemente consciente) embora não tenha sido constatado em todos os casos, tem sido em tão grande número que justifica uma grande desconfiança. Tornou-se célebre uma fotografia de Conan Doyle na qual aparecia também seu filho, morto na guerra de 1914. Esta foto foi apresentada no congresso espírita Internacional de 1928, celebrado em Paris. Conan Doyle, ardente defensor das ideias espíritas, aparece aos nossos olhos como uma pessoa profundamente afetada pela morte de seu filho, perante a qual sente necessidade de acreditar em comunicação com o além, como elemento consolador. Na obra"O espiritismo desmascarado", Doyle conta como seu filho lhe apareceu numa sessão, esquecendo-se de que algum tempo antes, o médium confessou que um empregado seu aparentou ser o defunto que Doyle reconheceu como seu filho, sem dúvida nenhuma. ![]() A foto tinha sido tirada por William Hope, famoso "fotógrafo espírita" inglês. Hope já tinha sido desmascarado por Harry Price, Diretor do "National Laboratory of Phychical Research", em 1923. Apesar do desmascaramento realizado por harry Price, Hope seguia sendo considerado pelos espíritas ingleses, liderados por Doyle, como o mais eficiente e digno de confiança para a produção de "fotos de espíritos". Paul Heuzé descobriu que na realidade, a fotografia não passava de uma vulgar fraude de dupla exposição; mostrou tratar-se de uma reprodução da fotografia de um jornal. Mais tarde Eugene Osty, Diretor do Instituto Metapsíquico Internacional de paris, pediu para realizar uns testes com o médium com máquinas fotográficas fechadas, seladas, invioláveis. Hope, naturalmente, não aceitou. A dança das fadas. Com esta foto e outras, tentaram convencer aos pesquisadores da existência real destes seres fantásticos. (Truque)Antonio Elegido. (Link desativado) |
Outro caso: Sebastião Sá Barreto, ex-diretor da equipe de futebol Leon XIII, de Recife (Brasil), morreu em 1969, em consequência de uma trombose. 


A dança das fadas. Com esta foto e outras, tentaram convencer aos pesquisadores da existência real destes seres fantásticos. (Truque)