Resumo da página:

Contexto e Narrativa Principal

    • A página apresenta relatos sobre o período da vida de Jesus entre os 12 e 30 anos, abordando aspectos raramente documentados nos evangelhos canônicos.
    • O conteúdo principal baseia-se nas "Cartas de Cristo" e obras mediúnicas.

A Juventude de Jesus (12-25 anos)

Características pessoais descritas:

    • Aos 12 anos foi rejeitado pelos Sumos Sacerdotes no Templo por ser considerado teimoso demais para o treinamento religioso judaico
    • Era um individualista de comportamento indisciplinado e rebelde
    • Rejeitava a adesão incondicional de sua mãe à fé judaica tradicional
    • Preferia o riso às atitudes consideradas hipócritas
    • Recusava-se a aprender um ofício que o confinasse à rotina
    • Misturava-se com pessoas das classes desfavorecidas
    • Trabalhava esporadicamente em vinhedos apenas para ganhar dinheiro suficiente para suas necessidades básicas

Características emocionais:

    • Apesar dos "defeitos", tinha profunda preocupação com as pessoas
    • Era descrito como "hiper-reativo" e "hiperemotivo" em termos atuais
    • Possuía coração compassivo e empático
    • A presença de doença, aflição e pobreza o comovia profundamente
    • Era defensor dos "desamparados" e vivia próximo ao povo

Posição religiosa:

    • Detestava a miséria, doença e pobreza que via ao redor
    • Ficava enfurecido com os líderes judeus que sobrecarregavam o povo com leis e ameaças de punição de Jeová
    • Considerava o Deus judaico ilógico e cruel
    • Questionava por que as pessoas deveriam ser julgadas por sua natureza humana
    • Negava-se a acreditar nas advertências proféticas sobre "julgamento e cólera" de Jeová

Transformação aos 25 anos

Por volta dos 25 anos, Jesus passou por mudança significativa:

    • Uma ânsia de compreender a verdadeira natureza do Criador tomou conta dele
    • Reviu seu estilo de vida e reconheceu o sofrimento causado à família
    • Percebeu que havia desperdiçado seus talentos naturais (inteligência aguçada e dom para debate)
    • Decidiu usar seus dons para aliviar a carga dos sofredores

O Batismo e a Iluminação

Expectativas do batismo:

    • Jesus esperava apenas sentir alívio e determinação para mudar seu comportamento.

    Experiência real:

      • Sentiu tremenda onda de energia surgindo em seu corpo
      • Ficou "literalmente chocado"
      • Sentiu-se elevado em consciência extraordinariamente
      • Experimentou grande fluxo de brilhante felicidade e êxtase
      • Conscientizou-se de uma grande Luz
      • Entrou no deserto sem perceber

As seis semanas no deserto:

    • Período de total limpeza de sua consciência humana
    • Velhas atitudes, crenças e preconceitos foram dissolvidos
    • Após esse período, estava pronto para compartilhar seus insights

Jesus e os Essênios

Quem eram os essênios:

    • Seita judaica fundada por volta de 150 a.C.
    • Viviam em comunidades semelhantes a mosteiros
    • Distinguiam-se por hábitos tranquilos e virtudes austeras
    • Ensinavam amor a Deus e ao próximo
    • Acreditavam na imortalidade da alma e ressurreição
    • Eram celibatários, condenavam escravidão e guerra
    • Partilhavam bens em comum
    • Dedicavam-se à agricultura
    • Opunham-se aos sensuais saduceus e aos fariseus hipócritas

O encontro de Jesus com os essênios, relato mediúnico recebido por Geraldine Cummins:

    • Jesus, enfraquecido, chegou à comunidade essênia liderada por Shammai e Enoc
    • Expressou desejo de ir ao Egito, mas Shammai o desencorajou
    • Pediu para tornar-se membro da comunidade
    • Shammai hesitou, pressentindo que Jesus tinha "estranho poder" que o levaria de volta ao mundo
    • Jesus foi autorizado a permanecer três dias inicialmente
    • Durante esse período, seguiu rigorosamente as práticas essênias:
      • Levantava ao nascer do sol para orar
      • Banhava-se na corrente quatro vezes por dia
      • Trabalhava na vinha
      • Observava as horas de orações
      • Usava veste branca
    • Tornou-se "o amado dos crentes"
    • Foi aceito para noviciado de três anos

Posições sobre Jesus e os essênios - diversas visões:

  1. Allan Kardec (O Evangelho Segundo o Espiritismo):
      • É possível que Jesus conheceu os essênios
      • Nada prova filiação formal
      • Os essênios foram precursores da ideia cristã, assim como Sócrates e Platão
  2. Emmanuel (através de Chico Xavier):
      • Jesus não necessitou da contribuição essênia
      • Desde seus primeiros dias mostrou superioridade
      • Não precisou de cultura das escolas essênias
  3. Ramatís (através de Hércilio Maes):
      • Jesus esteve em contato com os essênios durante algum tempo
      • Conheceu costumes, virtudes, cerimônias e ritos
      • Não se filiou formalmente, mas entreteve relações amistosas
      • Participou de ritos internos
      • Os essênios mantinham absoluto anonimato
      • Apenas João Evangelista conhecia tal disposição
  4. Leon Denis:
      • Jesus passou entre os essênios os anos que precederam seu apostolado
      • Os evangelhos guardam silêncio absoluto sobre esse período
      • A identidade de intuitos e o auxílio recebido indicam essa relação

Questões Teológicas Levantadas

Sobre a ausência de registros:

    • Nunca foi publicamente questionada a ausência de registros da juventude de Jesus
    • A verdade sobre sua condição humana foi suprimida pelos discípulos para dar maior credibilidade à sua "divindade"
    • Jesus frequentemente se referia a si mesmo como "Filho do Homem" para confrontar crenças sobre sua divindade

Sobre as seis semanas no deserto:

    • Nenhum escritor tentou descrever o que realmente aconteceu
    • Apenas se disse que foi "tentado pelo demônio", estava "entre as bestas" e "anjos estavam comigo"
    • Não há indicação do que lhe permitiu voltar como Mestre e Curador

Sobre os evangelhos:

    • Os discípulos relataram apenas o que se lembravam
    • Incluíram coisas ditas por outros durante cerca de 30 anos após a morte de Jesus
    • Houve "inevitável embelezamento da verdade"
    • Não seria possível escrever biografia fidedigna após tanto tempo

Jesus como Orientador da Transformação Individual

A página enfatiza que Jesus não foi agitador político:

    • Não convocou o povo para violência ou reivindicações
    • Recomendou dar "a César o que é de César"
    • Multiplicou pão em vez de incitar assalto aos celeiros alheios
    • Interessou-se em levantar o espírito individual
    • Buscou erigir templo de responsabilidade em cada consciência
    • Focou na renovação do mundo individual, não coletivo
    • Desceu ao seio do povo e tratou pessoalmente com velhos, enfermos, mulheres e crianças
    • Foi "orientador da transformação individual, o único movimento de liberação do espírito com bases no esforço próprio e renúncia ao próprio 'eu'"

Questão Ariana e Concílios

Debates históricos sobre a divindade de Jesus:

Controvérsia ariana (318 d.C.):

    • Ário defendia que Jesus era superior à natureza humana, mas inferior a Deus
    • Atanásio defendia a unidade do Filho com o Pai
    • Concílio de Niceia (325) condenou as doutrinas de Ário
    • Criou-se a ideia da trindade

Concílio de Constantinopla (553 d.C.):

    • Convocado por Justiniano, influenciado por sua esposa Teodora
    • Discutiu novamente a divindade de Jesus
    • Apresentou resultado de sínodo anterior sobre vidas sucessivas
    • Anatematizou o Origenismo, incluindo a preexistência das almas
    • A partir daí, deixou-se de aceitar a reencarnação no movimento cristão

Fontes Citadas

    • Cartas de Cristo
    • Geraldine Cummins (médium irlandesa, 1890-1969) - obra "The Manhood of Jesus"
    • Allan Kardec - "O Evangelho Segundo o Espiritismo"
    • Emmanuel (através de Chico Xavier)
    • Ramatís (através de Hércilio Maes) - "O Sublime Peregrino"
    • Leon Denis
    • Paulo da Silva Neto Sobrinho - "Reencarnação no Concílio de Constantinopla"

Conclusão da Página

    • O autor da página expressa que, se as Cartas de Cristo foram realmente ditadas por Jesus, podemos entender por que os evangelhos não citam esse período e por que Orígenes discordou do "endeusamento de Jesus".
    • Afirma que essas verdades não diminuem o trabalho de Jesus e que cada um deve fazer seu próprio julgamento sobre essas informações.

Conteúdo da página:

(com respectivas fontes)

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Eu nasci na Palestina.

Minha mãe estava convencida de que eu era o Messias.

Ao contrário da crença popular, eu não era uma criança santa.

Aos 12 anos, levaram-me até o Templo para ser entrevistado pelos Sumos Sacerdotes, para que se determinasse se eu estava pronto para iniciar o Treinamento Religioso Judeu.

Fui rejeitado por ser demasiado teimoso.

Amargamente decepcionada, minha mãe me levou para casa e fez o seu melhor para criar-me na santidade que marcou o seu próprio comportamento em todos os momentos.

  • Aquela era uma tarefa impossível já que eu era, acima de tudo, um individualista de comportamento indisciplinado.
  • Fiquei ressentido com as orientações de minha mãe e sua tentativa de disciplinar-me.
  • Como jovem, tornei-me impossível de controlar - um verdadeiro rebelde!
  • Rejeitei a adesão incondicional de minha mãe à fé e tradições judaicas, preferindo o riso às atitudes hipócritas.
  • Recusei-me a aprender um ofício que me confinasse à rotina.
  • Escolhi misturar-me com todo o tipo de gente das classes mais desfavorecidas, bebendo com eles, conhecendo prostitutas e me divertindo, conversando, discutindo, rindo e sendo um ocioso. (outro retrato de Jesus)
  • Quando precisava de dinheiro, ia trabalhar nos vinhedos por um dia ou dois ou fazia trabalhos que me pagassem o suficiente para comer e beber, propiciando-me o lazer que desejava.

Apesar de todos os meus defeitos como ser humano, minhas atitudes descuidadas e indolentes, minha obstinação e determinação egocêntrica para pensar minhas próprias ideias sem me importar com o que os demais pudessem pensar a meu respeito, eu tinha uma profunda preocupação com as pessoas.
  • Eu era profundamente emocional. Em palavras atuais eu seria chamado de "hiper-reativo", "hiperemotivo". Tinha um coração caloroso, compassivo e empático. A presença da doença, da aflição e da pobreza me comoviam profundamente. Era um acirrado defensor daqueles que você chama de "desamparados'". Poderia se dizer que eu era "gente do povo". Vivi muito perto dele em um espírito de companheirismo, escutando suas aflições, compreendendo-o e me importando.

É importante entender minhas verdadeiras origens e minhas características na juventude, pois foram os estímulos que me incitaram, empurraram e impulsionaram a finalmente ser o Cristo.

O que mais fortemente detestei e combati foi a miséria, a doença e a pobreza que via ao meu redor.

Isso me enfureceu e me tornei estridente e apaixonadamente zangado por ver as pessoas maltrapilhas, magras e famintas, doentes e aleijadas, sendo cruelmente intimidadas pelos líderes Judeus que as sobrecarregavam com leis e práticas sem sentido, ameaçando-as com punições de Jeová caso não obedecessem.

Declarei a todos os que poderiam escutar-me que aquelas pobres pessoas já suportavam o suficiente para também serem esmagadas por medidas sem sentido e restritivas do prazer.

Qual era a razão de viver se não nascíamos para sermos felizes?

Recusei-me a acreditar em um Deus "justo" segundo as tradições judaicas.

As advertências bíblicas proféticas sobre o "julgamento e cólera" de Jeová contra as pessoas me indignaram.

Apesar de tudo, pessoas são pessoas, fazendo o que sua natureza humana as impulsionava a fazer.

Nasceram pecadoras - então por que deveriam ser julgadas e condenadas a levar uma vida de sofrimento e pobreza por não terem cumprido os Dez Mandamenros?

Qual era o sentido de tais afirmações?

Para mim, essa crença judaica representava um "Deus" ilógico e cruel e eu não queria nada com "Ele".

Parecia para mim que se existia tal "divindade", então o homem estava condenado à miséria eterna.

A simplicidade e liberdade que encontrei nas encostas das colinas, nas planícies, nos lagos e montanhas, refrescaram meu espírito interior e aquietaram minha cólera que murmurava contra o Deus Judeu.

Assim, neguei-me a acreditar em qualquer palavra do que os anciões Judeus tentavam ensinar-me.
(Ver: Evolução espiritual)

No entanto, lá pelos vinte e cinco anos de idade, uma nova linha de questíonamento tomou conta dos meus pensamentos.

Enquanto eu caminhava sozinho pelas colinas cada vez com mais frequência, minha rebeldia foi aos poucos sendo substituída por uma ânsia que me consumia, de saber e compreender a verdadeira natureza DAQUELE que sem dúvida nenhuma devia inspirar e respirar por meio da criação.

Revisei meu estilo de vida e percebi quanto sofrimento minhas ações haviam causado à minha mãe e a muitas outras pessoas.

Embora eu sentisse profunda compaixão pelos fracos e sofredores, minha natureza rebelde havia me levado a um comportamento egoísta e sem consideração para com minha família.

O amor subjacente por eles brotou em mim e me percebi igualmente rebelde contra meu comportamento anterior.

Escutei falar de João Batista e do trabalho que fazia entre os Judeus que vinham até mesmo de Jerusalém para ouvir suas palavras.

Decidi visitá-lo para que me batizasse.

A caminho do Rio Jordão, senti-me muito entusiasmado com a possibilidade de ser batizado e começar uma nova vida.

Eu sabia que apesar de meu emocionalismo indisciplinado, também tinha nascido com uma inteligência aguçada e com um dom para o debate inteligente e persuasivo, o qual eu tinha usado caprichosamente e de forma negativa, levando as pessoas a desenfreadas discussões.

Eu havia jogado fora o meu talento em troca de uma vida de egoísmo, preguiça e prazer.

Como resultado, havia perdido todo o respeito dos demais e nem eu mesmo me respeitava mais.

Pela primeira vez, isto me pareceu intolerável.

Ocorreu-me que no futuro eu poderia e deveria empenhar meus dons naturais para um melhor uso.

Ao invés de apenas ficar fazendo barulho, talvez eu pudesse encontrar um caminho para aliviar a carga daqueles de quem eu tanto me compadecia.

Até então, eu não havia sido útil para ninguém.

MEU BATISMO:


Quando entrei na água do Rio Jordão para ser batizado por João, esperava sentir apenas alívio e a consciência de que pelo menos uma vez havia dado um passo positivo em direção à reforma de meu comportamento.

Esperava sentir uma nova determinação para ir para casa e surpreender minha mãe e meus vizinhos com atitudes novas e amáveis em relação a eles.

O que realmente aconteceu quando João me batizou foi uma experiência completamente diferente de qualquer coisa que eu poderia ter imaginado possível.

Senti uma grande onda de tremenda energia surgindo em meu corpo.

Fiquei literalmente chocado com isso.

Ao sair da água cambaleando, senti-me elevado em consciência de um modo extraordinário.

Um grande fluxo de brilhante felicidade elevou-me a um estado de êxtase.

Estava arrebatado e consciente de uma grande Luz.

Tropeçando, me afastei do rio e fui caminhando e caminhando, sem saber onde estava indo.

Continuei, e sem me dar conta, entrei no deserto.

Por favor, observe!

MINHAS SEIS SEMANAS NO DESERTO foram um tempo de total limpeza de minha consciência humana.

Velhas atitudes, crenças e preconceitos foram dissolvidos.

Chegou o momento de compartilhar com as pessoas receptivas tudo o que eu senti, "vi", percebi e compreendi.
  • (Para ajudar as pessoas a abandonarem a velha imagem de uma "divindade" bíblica, evitarei me referir a "Deus" por essa palavra e vou usar uma terminologia projetada para ampliar sua mente, para abraçar aquilo que "realmente é" para além de toda forma terrena, cor, som, emoção e compreensão. Esta terminologia se tornará cada vez mais significativa na medida em que você for perseverando na meditação e na oração).


CARTAS DE CRISTO Carta 1
"MINHA JUVENTUDE e as EXPERIÊNCIAS NO DESERTO"


Ver: A Iluminação de Jesus

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  • É significativo que nunca tenha sido publicamente questionada a ausência de registros de minha juventude. Qual foi a verdadeira razão de tão importante omissão?
  • É igualmente significativo que, embora eu tenha passado seis semanas no deserto depois de meu batismo e tenha saído daquela experiência como um MESTRE e CURADOR, nenhum escritor tenha tentado descrever o que realmente aconteceu durante aquele tempo - apenas se disse que eu era "tentado pelo demônio", que estava "entre as bestas" e que os "anjos estavam comigo". Não há a menor "indicação" do que aconteceu no deserto que me permitiu voltar às cidades e aldeias proclamando que "o Reino de Deus está em vocês" e falar nas sinagogas com tal autoridade que os anciãos Judeus ficaram atônitos.

A verdade a respeito da minha condição humana, por um acordo comum entre meus discípulos, foi suprimida para dar maior credibilidade à minha suposta "divindade" e ministério.

Segundo os evangelhos, eu era o "único Filho de Deus".

Por que então frequentemente eu me referia a mim mesmo como o "Filho do Homem"?
  • Fiz estas afirmações especificamente para confrontar as crenças predominantes a respeito da minha "divindade" e para gravar na mente das pessoas que eu tinha a mesma origem física delas. Minha intenção era a de que compreendessem que, o que eu podia fazer, elas também poderiam, se tivessem o meu conhecimento e seguissem as minhas instruções para pensar e atuar acertadamente.

Tantos mitos têm surgido a respeito de minha pessoa terrena e minha CONSCIÊNCIA ESPIRITUAL, que já é tempo de livrar-se deles tão completamente quanto possível, uma vez que estão impondo as pessoas de evoluir espiritualmente.

Você, que foi doutrinado com ensinamentos religiosos, deve tentar compreender que meus discípulos evangelistas, ao relatarem minha vida, descreveram somente aquilo de que se lembravam pessoalmente e que apoiava plenamente seus relatos de minhas atividades "sobrenaturais".

Eles também incluíram muitas coisas que outros disseram sobre mim durante os cerca de trinta anos que se seguiram a minha morte.

Depois de tamanho lapso de tempo e do inevitável embelezamento da verdade (Embroidery of truth) - como é possível que tenham escrito uma "biografia" fidedigna (Authoritative 'biography') a meu respeito e de tudo o que realmente aconteceu ... ou explicar corretamente minhas percepções espirituais verdadeiras, as quais deram origem às minhas palavras e meus "milagres"?

Somente uma pessoa pode escrever deste ponto de vista - e essa pessoa sou eu mesmo.

Portanto, estas Cartas vão levar a você a minha Verdade de uma forma que nenhum espectador poderia fazê-Io, não importando o quanto eles pensavam que entendiam o meu pensamento. (Por esta razão, durante mais de quarenta anos, a mente do meu "Canal" tem sido sistematicamente purificada de todo ensinamento ortodoxo e o sistema de comunicação entre nós tem sido aperfeiçoado).

Se minha Verdade expressa nestas Cartas diferir muito do que está escrito no NOVO testamento, há de se duvidar dela ou rejeitá-la por esta razão?

Portanto, estou descendo em consciência brevemente, tão perto quanto necessário do seu plano de consciência, para descrever minha vida e meus ensinamentos de dois mil anos atrás.


CARTAS DE CRISTO Carta 1
"NECESSIDADE URGENTE DE UMA VISÃO MAIS ELEVADA"



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V - TRANSCRIÇÃO PARCIAL DO CAPÍTULO XXXIII DA OBRA MEDIÚNICA "THE MANHOOD OF JESUS", RECEBIDA POR GERALDINE CUMMINS E PUBLICADA PELA PSYCHIC PREST, LONDRES, INGLATERRA.


Antes de qualquer coisa, algumas palavras a respeito da médium Srta. Geraldine Dorothy Cummins (1890–1969) que os espíritas ingleses chamavam de "a maior médium de escrita automática do mundo", possivelmente por desconhecerem a grande obra mediúnica do nosso querido Francisco Cândido Xavier.

Em todo caso vale o título para evidenciar o trabalho mediúnico da Srta. Cummins, composto de vários volumes.

A Srta. Geraldine Cummins era filha do Prof. Ashley Cummins, de Cork, Irlanda. Recebia mensagens de Felipe, o evangelista; de Cleofas ou Cleopas, um dos discípulo a quem Jesus Cristo apareceu no caminho de Emaús depois da ressurreição, e de Frederic WIlliam Henry Myers, o conhecido espírita inglês Frederic Myers. O desenvolvimento de sua mediunidade começou em dezembro de 1923, em sessões realizadas com a Srta. E. B. Gibbes. Nunca estudou teologia ou assuntos semelhantes. Viajou por todas as partes, mas nunca esteve no Egito ou na Palestina, de modo que não se lhe pode atribuir conhecimentos históricos ou geográficos daquelas duas regiões.


Sua escrita habitual era vagarosa, ao passo que, quando escrevia automaticamente, era muito rápida, até mesmo veloz. Já em março de 1926, contavam-se 1750 palavras escritas em apenas uma hora e quinze minutos.


Sua principal produção mediúnica foi de assuntos dos tempos apostólicos, tal qual Francisco Cândido Xavier que nos deu: Há 2.000 Anos, 50 Anos Depois, Ave Cristo, Renúncia e Paulo e Estêvão, obras ditadas pelo espírito Emmanuel, que, em existência anterior, foi um sacerdote católico e que, em certo sentido, não poderia deixar de pender para a sua última religião terrena. O primeiro livro mediúnico recebido pela Srta. Cummins foi os Escritos de Cleofas, que suplementa os Atos dos Apóstolos e As Epístolas de São Paulo. É uma narrativa histórica da igreja primitiva e do trabalho dos apóstolos de logo após a morte de Jesus até a partida de Paulo de Beréia para Atenas.

Na sua segunda obra, Paulo em Atenas, a narrativa é retomada e continuada. A terceira, os Grandes Dias de Efeso, segue a mesma linha de pensamento. A produção desses escritos automáticos foi testemunhada por eminentes teólogos e outras autoridades e esclareceu muitas passagens obscuras dos Evangelhos. Recebeu ela, além de várias, sobre diferentes assuntos de fundo espírita, a pequena obra. Apelo para o César, e ainda A Infância de Jesus e esta que mencionei acima e que trata dos primeiros anos da vida de adulto de Jesus, seu julgamento e sua crucificação. The Manhood of Jesus está prefaciada pelo reverendo B. A. Lestes, B. A. (Oxon).

Trata-se, em suma, de uma médium altamente credenciada e respeitada, mesmo por autoridades eclesiásticas, e muito lhe deve o Espiritismo na Inglaterra.


Passo, finalmente, à transcrição acima prometida.

Ei-la, em tradução:


Os fariseus, os saduceus e os essênios adoravam a Deus, cada um à sua própria maneira.

Na época em que Jesus andava pela Galiléia, os essênios eram em número de três ou quatro mil.

Alguns moravam na cidade, embora permanecessem uma gente à parte.

Outros viviam na comunidade local e alguns pensavam em Deus nos lugares desertos.

Eles envergonhavam os fariseus e os saduceus pela nobreza e pureza de suas vidas.

Não censuravam qualquer pessoa, mas entre si discutiam a respeito das práticas dos fariseus e condenavam o oferecimento de animais em sacrifício no Templo de Sion.

Não acreditavam que ritos e cerimônias externas fossem desejados por Deus.

Havia uma prática, porém, além da prece e do jejum, que lhes era preciosa.

Eram cuidadosos na limpeza do corpo e banhavam-se muitas vezes diariamente.

Esse era um sinal exterior de sua pureza interior, esse testemunho da alma que acreditavam levar com eles depois da morte, em sua rápida viagem para a região feliz, o Paraíso, no longínquo horizonte.


Os essênios não proferiam palavras profanas ou mundanas antes do nascimento do Sol.

Na hora escura que precede a madrugada, ajoelhavam-se e oravam até que o Sol surgisse, quando entoavam o Canto da Luz Eterna, aquela Luz que emana da fronte de Deus e que, em majestade e beleza, alimenta toda a vida.

Mas se entregavam, em particular, a essa prática da prece e comunhão com Deus antes do nascer do Sol, pois acreditavam que, sempre na hora da morte, as almas dos fiéis viajavam para o Paraíso quando o sinal externo da Luz Eterna surgia em sua glória por cima de colinas e vales.


A essa boa gente, portanto, a hora do levantar do Sol era santa, um espaço de tempo concedido pela vontade divina ao viajante que se libertou da carne e do mal do mundo, que condenavam inteiramente e de que pensavam livrar-se durante sua vida.

Os fariseus e os saduceus odiavam esses Filhos da Luz, mas a couraça da virtude deles não podia ser perfurada.

Assim, embora esses homens desejassem sua destruição, não achavam um meio de assalto com que pudessem abatê-los e destruir-lhes as comunidades.

No sopé de um monte não longe de Jericó e sobre uma rocha, achava-se a casa dos eremitas.

Há muitos anos, dois jovens chamados Shammai e Enoc haviam reunido alguns desses fiéis e os aconselharam a fugir das maldades das cidades e buscar retidão de vidas, antes que fosse tarde, nos lugares desertos.


Por algum tempo, eles perambularam pelo deserto, cheios de fome e sede, mas, finalmente, como Moisés e Aarão, Shammai e Enoc descobriram a terra que lhes fora prometida por Jeová numa visão.

De uma caverna no meio de uma região nua saía uma corrente d'água que denominaram "Agua da Vida".

Nunca estava seca e regava a planície pedregosa, que os irmãos desobstruíam quando possível, e plantavam pés de uva e figos no alto da rocha.

Então, com vagar e instrumentos edificaram o Lar dos Fiéis, que se tornou famoso além de qualquer outra coisa pertencente à sua seita, pois Shammai e Enoc, após meditação e prece, esboçaram modos corretos de pensar e de conduta e levaram-nos a ser observados, de modo que aqueles irmãos, que dirigiam, levassem uma vida pura que servisse de exemplo para as outras comunidades.


Desprezavam as riquezas e partilhavam as coisas em comum.

Sabendo disso quando era jovem, Jesus disse a Maria Cleofas que algum dia visitaria os essênios e aprenderia o seu modo de viver.


E assim aconteceu que, no começo do verão, na hora do pôr-do-sol, Shammai, que permanecia entre as vinhas e dirigia o trabalho dos irmãos, percebeu, no vale, um viajante que se aproximava e que demonstrava estar caindo de fraqueza.

Rapidamente despachou dois irmãos mais moços para receber e socorrer o homem.

Levantaram-lhe o corpo caído e conduziram-no, pela volta do caminho, ao seu lar na encosta do morro.

Depois de breve instante, esse viajante abriu os olhos na frialdade da larga câmara para onde o tinham conduzido.

Tendo sido revigorado por meio de ervas e limpado da poeira do caminho, ele falou seu nome: Jesus de Nazaré.

Então Shammai mandou que os irmãos voltassem ao trabalho e às orações, pois, como ele contou a Enoc, ficara estranhamente impressionado pela conversa e pela figura do jovem galileu.


Shammai era um homem digno e de idade avançada e seu tom de autoridade não podia deixar de ser obedecido.

Logo Jesus lhe estava abrindo o coração e contando seu plano de ir ao Egito.

"Por que ir ao país dos idólatras, onde não há paz nem qualquer segurança para que uma comunhão possa ser feita e mantida com o Abençoado?", falou Shammai.

"Percebo, jovem, que a tua alma está pesada e que ficaste abatido pelas maldades do mundo.

Em uma época distante, como tu, eu também presenciei cenas de violência que me levaram a buscar Deus neste lugar deserto, que tem sido frutífero para nós.

Vi homens torturados e mortos pelos romanos e ouvi as declarações feitas pelos fariseus aos homens do poder.

Por conseguinte, sei que unicamente pelo retiro do mundo posso preservar minh'alma e as dos outros do mal que sempre prevalece no mundo dos homens — prevalece até que o Messias venha".

Então Jesus perguntou se ele podia tornar-se irmão dessa comunidade de essênios e passar sua vida no vale, "onde, na verdade, creio que encontrarei e guardarei o Reino do Céu".
S


Por um momento Shammai não deu resposta como se perscrutasse o rosto do jovem com os olhos, quando finalmente falou, suas palavras não foram de boas-vindas e de assentimento.

"Meu espírito me diz", falou Shammai, "que há em ti algum estranho poder que te levará longe de nós, te levará de volta ao mundo.


Acho-me assim confuso, não gostando de proibir-te de entrar para a nossa ordem, mas sabendo, por conhecimento íntimo, que tu não és um dos nossos, que estranhos e terríveis acontecimentos jazem em teu caminho pela vida afora.

Portanto, temendo que a nossa paz possa ser destruída, hesito em pedir-te para permanecer conosco".


Jesus então se encheu de tristeza. Percebendo-lhe o abatimento, Shammai lançou de si o manto do pré-conhecimento e disse ao seu hóspede que ele poderia morar naquela casa três dias e três noites, depois do que receberia a sua resposta.


Assim, durante aqueles três dias e três noites Jesus viveu entre os essênios, seguindo seu modo de vida.

Levantava-se ao nascer do Sol e orava até que o dia clareasse, e todos então se juntavam no seu canto de louvor e adoração.

Jesus banhava-se na corrente quatro vezes por dia, comia com os irmãos no largo aposento e ouvia a leitura das Escrituras, feita por Enoc.

Trabalhava na vinha e toda tarde lavava a veste branca que lhe fora dada para usar.

As horas de orações eram observadas por ele, bastante cioso, não permanecendo dormindo como acontecia com alguns irmãos durante o pesado calor da tarde.

Logo, em razão de sua singularidade e certa radiação que a regra do silêncio não podia quebrar, tornou-se o amado dos "crentes", como eram chamados os essênios.

Na hora seguinte ao raiar do Sol, já no quarto dia, Enoc foi porta-voz do desejo dos irmãos, que pediam a Shammai a permissão para Jesus tornar-se membro de sua comunidade ou, pelo menos, lhe fosse permitido residir ali por três anos e observado e experimentado até que eles pudessem saber se ele poderia continuar na ordem durante a sua vida.

Shammai respondeu: "Não estou consentindo nisto, mas, já que é a vontade dos irmãos, assim seja".

Então, os essênios daquela comunidade ficaram contentes, e, na sua presença, Jesus proferiu as palavras de seu primeiro voto: "Serei verdadeiro e fiel no meu trato com todos os homens e mais particularmente obedecerei aos que tiverem autoridade, pois Deus os apontou para me dirigir".

Preces foram proferidas e os irmãos vestiram Jesus com nova veste_branca e assim começou o seu noviciado.


Mais tarde iria Jesus cumprir o seu destino em Jerusalém e outros lugares.


Em resumo, esta narrativa mediúnica confirma a estada de Jesus entre os essênios e o seu aprendizado.

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III. Notícias Históricas

Essênios ou Esseus:

Seita judia fundada por volta do ano 150 a.C., no tempo dos macabeus(1) e cujos membros, que habitavam em prédios semelhantes a mosteiros, formavam entre eles uma espécie de associação moral e religiosa.

Distinguiam-se por hábitos tranqüilos e virtudes austeras, ensinavam o amor a Deus e_ao próximo, a imortalidade da alma e acreditavam na ressurreição.

Eram celibatários, condenavam a escravidão e a guerra, partilhavam seus bens em comum e se dedicavam à agricultura.

Opostos aos sensuais saduceus, que negavam a imortalidade, e aos fariseus, rígidos por suas práticas exteriores e entre os quais a virtude era só aparente, eles não tomavam parte alguma nas querelas que dividiam essas duas seitas.

Seu gênero de vida os aproximava dos primeiros cristãos, e os princípios de moral que professavam fizeram com que algumas pessoas pensassem que Jesus fez parte dessa seita, antes de iniciar a sua missão pública.

O que é certo é que Ele deve tê-la conhecido, mas nada prova que se filiou a ela, e tudo o que se escreveu a esse respeito é hipotético.(2)

IV. Sócrates e Platão, Precursores da Ideia ristã e do Espiritismo

Supondo-se que Jesus conheceu a seita dos essênios, seria errado concluir-se que foi dela que Ele tirou a sua doutrina, e que, se tivesse vivido em outro meio, teria professado outros princípios.

As grandes idéias nunca aparecem subitamente; aquelas que têm por base a verdade, sempre apresentam precursores que lhes preparam parcialmente o caminho.

Depois, quando os tempos são chegados, Deus envia um homem com a missão de resumir, coordenar e completar esses elementos esparsos, e com eles formar uma base.

Desta maneira, não chegando bruscamente, ela encontra, ao aparecer, espíritos inteiramente dispostos a aceitá-la.

Assim ocorreu com a idéia cristã, que foi pressentida muitos séculos antes de Jesus e dos essênios e da qual Sócrates e Platão foram os principais precursores.

__________
(1) Macabeus: nome de uma família que governou a Judéia desde o ano de 166 até 37 a.C., também denominada asmoneus. (N.T. conforme John D. Daris in Dicionário da Bíblia, Casa Publicadora Batista.)

(2) Nota de Kardec: A Morte de Jesus, livro supostamente escrito por um irmão essênio, completamente apócrifo, cujo objetivo é servir a uma opinião e que traz em si mesmo a prova da sua origem moderna.


[24 -O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO]

Kardec


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O CRISTO E OS ESSÊNIOS


Muitos séculos depois da sua exemplificação incompreendida, há quem o veja entre os essênios, aprendendo as suas doutrinas, antes do seu messianismo de amor e de redenção.

As próprias esferas mais próximas da Terra, que pela força das circunstâncias se acercam mais das controvérsias dos homens que do sincero aprendizado dos espíritos estudiosos e desprendidos do orbe, refletem as opiniões contraditórias da Humanidade, a respeito do Salvador de todas as criaturas.

O Mestre, porém, não obstante a elevada cultura das escolas essênias, não necessitou da sua contribuição.

Desde os seus primeiros dias na Terra, mostrou-se tal qual era, com a superioridade que o planeta lhe conheceu desde os tempos longínquos do princípio.

[52 - página 106]
Chico Xavier

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RAMATÍS
Livro: O SUBLIME PEREGRINO - 6ª EDIÇÃO
OBRA PSICOGRAFADA POR HERCILIO MAES
Revista por JOSÉ FUZEIRA Capítulo XXVI
Jesus e os Essênios


PERGUNTA: -Algumas obras esotéricas, principalmente da "Fraternidade Rosa-Cruz", afirmam que o Mestre Jesus viveu entre os Essênios, os quais influíram bastante na sua obra cristã. No entanto, outras obras, inclusive mediúnicas, asseguram que isso não aconteceu. Que dizeis a respeito?

RAMATíS:Jesus, realmente, esteve em contato com os Essênios durante algum tempo e conheceu-lhes os costumes, as austeras virtudes, assim como teve oportunidade de apreciar-lhes as cerimônias singelas dos santuários menores, externos, e os ritos mais sugestivos do "Círculo Interno". Muitos dos seus gestos, práticas e atos no mundo profano deixavam perceber as características essênicas de elevado teor espiritual, pois eles guardavam muita semelhança com os primeiros cristãos. Aliás, Jesus, como entidade de elevada estirpe sideral e insaciável na pesquisa do espírito imortal, ou da verdadeira vida do homem, jamais deixaria de procurar os Essênios e conhecer-lhes as idéias, pois os mesmos já ensinavam o amor a Deus e_ao próximo, criam na imortalidade da alma e na reencarnação. Todas as religiões, seitas e movimentos espiritualistas da época foram alvo da atenção de Jesus, cuja mente privilegiada assimilava imediatamente a essência benfeitora e se desocupava das fórmulas exteriores. Seria bastante estranhável e um formal desmentido ao tipo espiritual avançado do Mestre Jesus, caso ele tivesse conhecimento da existência dos Essênios, na própria Galiléia, e jamais se interessasse de um contato instrutivo!

PERGUNTA: — Mas por que não chegaram até nós as provas de que Jesus viveu entre os Essênios?

RAMATíS: — Porque o Mestre não pertenceu, não se filiou propriamente à Confraria dos Essênios, mas, entreteve relações amistosas, embora tenha participado dos ritos internos, que os próprios mentores Essênios os achavam dispensáveis para uma entidade do seu quilate. Acresce, que os Essênios do "Círculo Interno", cujas práticas ficaram ignoradas dos profanos, faziam questão cerrada de se conservarem no mais absoluto anonimato, o que levou os historiadores a descrerem de sua existência, exceto quanto aos terapeutas ou adeptos externos. Acontece, também, que Jesus jamais propalou a sua condição de membro honorário da Confraria dos Essênios, onde o sigilo era um voto de severa responsabilidade moral. Em conseqüência, salvo João Evangelista, que conhecia tal disposição do Mestre Jesus e dos seus contatos com os Essênios, ninguém mais pôde identificá-lo a esse respeito. Assim, nada consta nos próprios evangelhos escritos posteriormente à morte de Jesus, nos quais há muitas contradições entre si, pois algumas lendas substituíram fatos autênticos e certas interpolações descrevem coisas que não aconteceram. Além dessas incoerências, que deixam os estudiosos hesitantes, se ainda há quem oponha dúvidas até quanto à existência do Rabi da Galiléia, não é de admirar que duvidem de suas relações ocultas com os Essênios.

Ver mais informações na página:
Jesus e os Essênios

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... A escola de Alexandria recolhe os seus princípios e infunde-os no sangue jovem e impetuoso do Cristianismo.

Já o Evangelho, como a abóbada das florestas sob um sol brilhante, era iluminado pela ciência esotérica dos essênios, outro ramo dos iniciados.

A palavra do Cristo havia bebido nessa fonte de água viva e inesgotável as suas imagens variadas e os seus encantos poderosos (33-A)...

[42 Capítulo IV - A GRÉCIA]
Leon Denis

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... Nas margens do Mar Morto, alguns homens conservam no recesso a tradição dos profetas e o segredo da pura doutrina.

Os essênios
, grupo de iniciados cujas colônias se estendem até ao vale do Nilo, abertamente se entregam ao exercício da medicina, porém o seu fim real é mais elevado: consiste em ensinar, a um pequeno número de adeptos, as leis superiores do Universo e da vida. Sua doutrina é quase idêntica à de Pitágoras.

Admitem a preexistência e as vidas ucessivas a alma; prestam a Deus o culto do espírito.

Nos essênios, como entre os sacerdotes de Mênfis, a iniciação é graduada e requer vários anos de preparo.

Seus costumes são irrepreensíveis; passam a vida no estudo e na contemplação, longe das agitações políticas, longe dos enredos do sacerdócio ávido e invejoso.(41)

Foi evidentemente entre eles que Jesus passou os anos que precederam o seu apostolado,anos sobre os quais os Evangelhos guardam um silêncio absoluto.

Tudo o indica: a identidade dos seus intuitos com os dos essênios, o auxílio que estes lhe prestaram em várias circunstâncias, a hospitalidade gratuita que, a título de adepto, ele recebia, e a fusão final da ordem com os primeiros cristãos, fusão de que saiu o Cristianismo esotérico.(42)

Mas, na falta de iniciação superior, o Cristo possuía uma alma bastante vasta, bem superabundante de luz e de amor, para nela sorver os elementos da sua missão.

Jamais a Terra viu passar maior Espírito.

Uma serenidade celeste envolvia-lhe a fronte.

Nele se uniam todas as perfeições para formarem um tipo de pureza ideal, de inefável bondade. (43)

Há em seu coração imensa piedade pelos humildes, pelos deserdados. Todas as dores humanas, todos os gemidos, todas as misérias encontram nele um eco.

[42 Capítulo V - A GALIA]
Leon Denis

_________
(33-A) Ver Notas Especiais à 10ª edição, de 1977, no fim do volume.

(41) "Guerres des Julfs", II, por Joséphe: "De Ia Vie Contemplative", por Philon.
(42) Ver Notas Especilais à 104 edição, de 1977, no fim do volume.
(43) Ver Notas Especlals à 104 edição, de 1977, no fim do volume.

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LUCAS[1]

  • 76 - E tu, menino, serás chamado profeta do Altíssimo, porque irás ante a face do Senhor, a preparar os seus caminhos;
  • 77 - para dar ao seu povo conhecimento da salvação, na remissão dos seus pecados,
  • 78 - graças à entrenhável misericórdia do nosso Deus, pela qual nos há de visitar a aurora lá do alto,
  • 79 - para alumiar aos que jazem nas trevas e na sombra da morte, a fim de dirigir os nossos pés no caminho da paz.
  • 80 - Ora, o menino crescia, e se robustecia em espírito; e esteve nos desertos até o dia da sua manifestação a Israel.

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Obs.: Perto das margens do Mar Morto, em Quirbet Cumran, foram descobertos, em 1947, manuscritos muito importantes para a história dos essênios.

Considerando os textos supracitados, e as respectivas idades e períodos, Jesus pode ter permanecido entre os essênios dos 27 aos 29 anos, não para obter conhecimentos espirituais, mas para refletir, "aprender seu modo de viver" e, também, demonstrar primeiro aos essênios tudo aquilo que havia compreendido.


(Ver o que Jesus disse em Posição e Pessoa de Jesus)

Aos 30 anos iniciou o seu messianismo.

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O ORIENTADOR DA TRANSFORMAÇÃO INDIVIDUAL


Efetivamente, as massas acompanhavam o Cristo, de perto, no entanto, não vemos no Mestre a personificação do agitador comum.

Em todos os climas políticos, as escolas religiosas, aproximando-se da legalidade humana, de alguma sorte partilham da governança, estabelecendo regras espirituais com que adquirem poder sobre a multidão.

Jesus, porém, não transforma o espírito coletivo em terreno explorável.

  • Proclamando as bem-aventuranças à turba no monte, não a induz para a violência, a fim de assaltar o celeiro dos outros. Multiplica, Ele mesmo, o pão que a reconforte e alimente.
  • Não convida o povo a reivindicações.
  • Aconselha respeito aos patrimônios da direção política, na sábia fórmula com que recomendava seja dado “a César o que é de César”.

Muitos estudiosos do Cristianismo pretendem identificar no Mestre divino a personalidade do revolucionário, instigando os seus contemporâneos à rebelião e à discórdia; entretanto, em nenhuma passagem do seu ministério encontramos qualquer testemunho de indisciplina ou desespero, diante da ordem constituída.

Socorreu a turba sofredora e consolou-a; não se mostrou interessado em libertar a comunidade das criaturas, cuja evolução, até hoje, ainda exige lutas acerbas e provações incessantes, mas ajudou o Homem a libertar-se.

  • Ao apóstolo exclama — “vem e segue-me.”
  • A pecadora exorta — “vai e não peques mais.”
  • Ao paralítico fala, bondoso — “ergue-te e anda.”
  • A mulher sirofenícia diz, convincente — “a tua fé te curou.”

Por toda parte, vemo-lo interessado em levantar o espírito, buscando erigir o templo da responsabilidade em cada consciência e o altar dos serviços aos semelhantes em cada coração.

Demonstrando as preocupações que o tomavam, perante a renovação do mundo individual, não se contentou em sentar-se no trono diretivo, em que os generais e os legisladores costumam ditar determinações...

Desceu, Ele próprio, ao seio do povo e entendeu-se pessoalmente com os velhos e os enfermos, com as mulheres e as crianças.

Entreteve-se em dilatadas conversações com as criaturas transviadas e reconhecidamente infelizes.

Usa a bondade fraternal para com Madalena, a obsidiada, quanto emprega a gentileza no trato com Zaqueu, o rico.

Reconhecendo que a tirania e a dor deveriam permanecer, ainda, por largo tempo, na Terra, na condição de males necessários à retificação das inteligências, o Benfeitor Celeste foi, acima de tudo, o orientador da transformação individual, o único movimento de liberação do espírito, com bases no esforço próprio e na renúncia ao próprio “eu”.

Para isso, lutou, amou, serviu e sofreu até à cruz, confirmando, com o próprio sacrifício, a sua Doutrina de revolução interior, quando disse: e aquele que deseje fazer-se o maior no Reino do Céu, seja no mundo o servidor de todos.

[10 - página 67]
EMMANUEL - 1952


Ver: Jesus: "Meu lugar na história"


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Se realmente estas Cartas (CARTAS_DE_CRISTO) foram ditadas por Jesus, como acredito, trazendo a VERDADE, podemos entender a razão dos evangelhos não citarem este período da vida de Jesus e a razão do Bispo Orígenes ter discordado do endeusamento de Jesus. Para Orígenes, Jesus era um ser muito especial mas não um Deus.

No meu ponto de vista estas VERDADES não diminuem em nada o trabalho de Jesus. É importante considerar que na Carta_9 Jesus informa que: "não posso voltar em forma corpórea - ou adquirir personalidade humana novamente, - uma vez que resido em, e sou eu mesmo constituido de tão finas e elevadas frequências vibratórias de consciência, que nenhuma forma humana poderia conter a minha consciência espiritual". Nestas cartas, repetindo, se forem de Jesus, Ele mesmo também diz que cada um deve fazer o seu próprio julgamento a respeito destas cartas.

[0]

Vejam a questão Ariana, também para refletir sobre as informações contidas neste capítulo:


  • "Ário, presbítero de Alexandria, mais ou menos no ano 318, defendeu a doutrina que considerava Jesus Cristo como superior à natureza humana, porém inferior a Deus; não admitia a existência eterna de Cristo; pregava que Cristo teve princípio. O principal opositor dessa doutrina foi Atanásio, também de Alexandria. Atanásio afirmava a unidade do Filho com o Pai, a divindade de Cristo e sua existência eterna. A contenda estendeu-se a toda a igreja. Depois de Constantino haver feito tudo para solucionar a questão, sem obter êxito, convocou, então, um concílio de bispos, o qual se reuniu em Nicéia, Bitínia, no ano 325. Atanásio, que então era apenas diácono, teve direito a falar, mas não a voto. Apesar dessa circunstância, conseguiu que a maioria do concílio condenasse as doutrinas de Ário, no credo de Nicéia."


    http://historiadocristianismoiftbc.blogspot.com.br


    https://historiadocristianismoiftbc.blogspot.com/2009/04/origenes-atanasio-questao-ariana.html


E, também, vejam o estudo feito por Paulo da Silva Neto Sobrinho com o título "Reencarnação no Concílio de Constantinopla (Orígenes x Império bizantino)":


  • Um dos temas mais discutidos era a divindade de Jesus. Uma ala afirmava ser Jesus um Espírito criado por Deus, a despeito de se haver tornado perfeito e, assim, uno com o Criador. Outros, não aceitavam esta teoria, elevando o Cristo à condição de Deus Constantino resolveu interferir e convocar um concílio para a discussão do caso.

    Destarte, em 325 d.C., realizou-se o Concílio de Nicéia, onde se tratou principalmente sobre a divindade de Jesus, criando-se a idéia da trindade (um só Deus mas três pessoas distintas – Pai, Filho e Espírito Santo), importada, em verdade, da Índia e do Egito. A discussão, no entanto, persistiu por longo tempo.

    no sexto século da nossa Era, Roma era governada por Justiniano e, como o Cristianismo havia sido declarado por Teodósio I (Edito de Constantinopla) a religião oficial do Estado, no ano de 391 d.C., o imperador afirmava-se cristão.

    Conta-se que influenciado por sua esposa Teodora e aproveitando ainda a polêmica que se mantinha, a despeito do Concílio de Nicéia, sobre a divindade crística, o imperador convocou um concílio a se realizar em Constantinopla, então capital do Império.

    Dez anos antes, porém, preciso é saber, havia convocado um sínodo para discutir (!?) sobre a questão das vidas sucessivas que tanto lhe incomodava, mas especialmente à sua esposa, haja vista não admitirem retornar a um corpo em condição social inferior, pois, assim, de deuses, como eram considerados seus antecessores, desceriam, conduzido por esta doutrina, à condição de simples Espíritos, podendo mesmo renascerem na condição de plebeus, por exemplo...

    [...]

    O resultado deste sínodo foi apresentado no Concílio de Constantinopla, como matéria secundária, de vez que o principal assunto a ser tratado dizia respeito, ainda, à discutida questão da divindade de Jesus.

    Ao quinto concílio ecumênico – o II Concílio de Constantinopla – realizado no ano de 553 d.C., compareceram praticamente membros da Igreja do Oriente, pois até mesmo o Papa Vigílio, de Roma, em decorrência de desentendimentos com o Imperador, foi impedido de comparecer, sendo mesmo mantido prisioneiro por sua ordem, quando viajava para Constantinopla.

    [...]

    Foi, portanto, desde este concílio que, aos poucos se foi deixando de aceitar a reencarnação no Movimento Cristão, portanto, a partir da anatematização do Origenismo, como se pode depreender dos anátemas que ali se fizeram, como reproduzido abaixo parcialmente:

    “Contra todo aquele que assevere a fábula da preexistência das almas e afirme que se segue monstruosa reconstrução: anátema seja”.


    “Contra todo aquele que diga que, após a ressurreição, o corpo do Senhor era etéreo, e em forma de esfera, e que assim serão os corpos de todos depois da ressurreição; e que depois que o próprio Senhor tenha jogado seu corpo e os outros que surgem tenham jogado os seus, a natureza de seus corpos será destruída: anátema seja”.


    Além destes, havia um anátema do próprio imperador:

    “Contra todo aquele que declare ou pense que a alma humana preexistia, ou seja, que foram primeiro espírito e sagrados poderes (...): anátema seja”.


    http://www.aeradoespirito.net
    (Link inativado)


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