____Decerto, não falta indumentária
digna às criaturas que se emanciparam do vaso físico, roupagem, toda ela,
confeccionada com esmero e carinho por mãos hábeis e nobres da esfera extra-física.
____É importante considerar, todavia, que os Espíritos desencarnados, mesmo os
de classe inferior, guardam a faculdade de exteriorizar os fluidos
plasticizantes que lhes são peculiares, espécie de aglutininas
mentais com que envolvem a mente
mediúnica encarnada, recursos esses nos quais plasmam,
como lhes seja possível, as imagens que desejam expressar e que adquirem para
as percepções do médium
coloração e movimento,
fazendo-o exprimir-se ou agir, em comportamento semelhante ao passivo
comum na hipnose provocada. Tais fenômenos, porém, são isolados e apenas se
verificam entre o médium e a entidade que o influencia, sem substância na
realidade prática, qual ocorre no campo das sugestões, durante a interligação
mentopsíquica, entre o hipnotizado e o hipnotizador.
____A mente não comanda as moléculas
de algodão do vestuário de que se serve no corpo
físico, mas pode usá-las,
segundo as suas necessidades no mundo. (Ver: Materialização) ____Ocorre o mesmo no Plano
Espiritual,
em que nos utilizamos das possibilidades ao nosso alcance para atender a esse
ou àquele imperativo de nossa apresentação.
André Luiz(Uberaba,30
de Abril de 1958) [56 - página 173] ____Temos
dito que os Espíritos se apresentam vestidos de
túnicas, envoltos em largos
panos, ou mesmo com os trajes que usavam em vida. O envolvimento em panos parece
costume geral no mundo dos Espíritos. Mas, onde irão eles buscar
vestuários semelhantes em tudo aos que traziam quando vivos, com todos os
acessórios que os completavam? E fora de qualquer dúvida que não
levaram consigo esses objetos, pois que os objetos reais temo-los ainda sob as
vistas. Donde então provêm os de que usam no outro mundo? Esta
questão deu sempre muito que pensar. Para muitas pessoas, porém, era
simples motivo de curiosidade. A ocorrência, todavia, confirmava uma
questão de princípio, de grande importância, porquanto sua solução nos fez
entrever uma lei geral, que também encontra aplicação no nosso mundo
corpóreo. Múltiplos fatos a vieram complicar e demonstrar a
insuficiência das teorias com que tentaram explicá-la. ____Até
certo ponto, poder-se-ia compreender a existência do traje, por ser possível
considerá-lo como, de alguma sorte, fazendo parte do indivíduo. O mesmo,
porém, não se dá com os objetos acessórios, qual, por exemplo, a caixa de
rapé do visitante_da_senhora_doente. Notemos, a este propósito, que ali não se
tratava de um morto, mas de um vivo, e que tal senhor, quando voltou em pessoa,
trazia na mão uma caixa de rapé semelhante em tudo à da aparição. Onde encontrara seu Espírito a que tinha consigo, quando sentado junto ao leito
da doente? Poderíamos citar grande número de casos em que Espíritos,
de mortos ou de vivos, apareceram com diversos objetos, tais como bengalas,
armas, cachimbos, lanternas, livros, etc. [17b - página 165 item 126]
O
Espírito atua sobre a matéria; da matéria_cósmica_universal tira os elementos de que necessite para formar, a
seu bel-prazer, objetos que tenham a aparência dos diversos corpos existentes
na Terra. ____Pode
igualmente, pela ação da sua vontade, operar na matéria_elementar uma
transformação íntima, que lhe confira determinadas propriedades. Esta
faculdade é inerente à natureza do Espírito, que muitas vezes a exerce de
modo instintivo, quando necessário, sem disso se aperceber. Os objetos que o
Espírito forma, têm existência temporária, subordinada à sua vontade, ou a
uma necessidade que ele experimenta. Pode fazê-los e desfazê-los livremente.
Em certos casos, esses objetos, aos olhos de pessoas vivas, podem apresentar
todas as aparências da realidade, isto é, tornarem-se momentaneamente
visíveis e até mesmo tangíveis. Há formação; porém, não criação,
atento que do nada o Espírito nada pode tirar. [17b - página 171 item 129] |