- Entre
os diferentes sistemas, que se hão concebido para explicar os fenômenos espíritas, há um que proclama estar a verdadeira
mediunidade num corpo completamente inerte, na cesta, ou no papelão,
por exemplo, que serve de instrumento; que o Espírito manifestante se
identifica com esse objeto e o toma, além de vivo, inteligente, donde
o nome de médiuns inertes dado a
esses objetos.
Se o Espírito transmitisse inteligência ao papelão, ao mesmo tempo
que a vida, aquele escreveria sozinho, sem o concurso do médium.
- Um
fenômeno bem conhecido poderia abonar a opinião de que nos corpos
inertes animados há mais do que a vida: o dás mesas, cestas, etc.
que, pelos seus movimentos, exprimem a cólera, ou a afeição.
____Entretanto, quando um homem agita colérico um pau, não é o pau que
está preso de cólera, nem mesmo a mão que o segura, mas o
pensamento que dirige a mão. As mesas e as cestas não são mais
inteligentes do que o pau, nenhum sentimento inteligente apresentam;
apenas obedecem a uma inteligência. O Espírito não se transforma em
cesta, nem nela se domicilia.
- Desde
que não é racional atribuir-se inteligência a esses objetos,
poder-se-á considerá-los como uma categoria de médiuns,
dando-se-lhes o nome de médiuns inertes.
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